Opinião do leitor em “Com a língua materna haverá uma maior interação entre alunos e professores”
Quase 60 anos de pesquisa indicam que as crianças aprendem melhor nas suas línguas maternas e que, tendencialmente, aprendem melhor outras línguas, valorizando a sua cultura e perdendo sentimentos de discriminação derivados de uma hierarquização sociolinguística normalmente associada a processos de colonização - mas não só.
CENTENAS DE ANOS de experiência e de produção científica revelam que a diversidade etnolinguística, a par de outros factores tão ou mais importantes, FRACTURAM as sociedades e que a inexistência de línguas nacionais que permitam a criação de laços extra-comunitários à escala nacional, sobretudo através do sistema de educação, é meio caminho andado para A DESGRAÇA. Exemplos pelo mundo inteiro abundam e, depois do projecto-piloto REPETE-13, serão precisas dezenas de anos até se perceber, in loco, que o uso das línguas indígenas em ambiente escolar não é uma panaceia universal para problemas estruturais que continuarão a existir e a resultar em níveis de analfabetismo inaceitáveis - a América Latina está cheia de exemplos disso.
Ao Senhor/Senhora Anónimo/a das 14h16 de 16 de Fevereiro: It's better you give your texts to somebody who speaks portuguese as mother language because like the lousy leaflet on Mother-Tongue Multilingual Education Programme in its Portuguese version, revision is highly recommended when making a copy of UNESCO advocacy toolkit on mother tongue projects.
O projecto que ora (e não hora) se inicia será um marco do desaparecimento do português em Timor, como Vª. Exª. pretende, a coberto dos interesses das crianças timorenses. Admito, é engenhosa a estratégia, está bem construída, a demagogia é fabulosa (a raiz do povo timorense, o orgulho, os direitos, etc...). Mas alguém com dois dedos de testa e que leia as coisas, ao ver os protagonistas desta belíssima campanha de marketing, se apercebe que é neo-colonialismo anglo-saxónico, e bem feito, admito. E acredito que vá dar certo, porque os portugueses estão de calças na mão - não necessariamente os brasileiros. Agora, também acredito que, a médio prazo, será mais um factor a juntar aos demais que farão com que Timor mergulhe ciclicamente em crises. Mesmo que tenhamos mais crianças a escrever e a ler, será que elas poderão ir à escola numa situação de crise? Isso já não interessa?
4 comentários:
Só existe uma forma de incentivar o português em Timor: promover a imigração de timorenses para o Brasil.
É isso aí. Milhares de timorenses, "mergulhados" em metrópoles brasileiras como São Paulo, teriam que aprender a língua para sobrevivência. Teriam que fala-la todo o dia, tal como fazem os Chineses na maior cidade do país. Só duas questões teriam que ser resolvidas:
que ocupações esses timorenses teriam, enquanto estivessem no Brasil;
que incentivos dar a eles para que voltem, já que a constituição brasileira dá prazo de apenas UM ANO para naturalizar uma pessoa que tenha nascido em qualquer ex-colonia portuguesa.
Talvez seja boa ideia, porque não experimentar?? Já muitos Timorenses estão a ir para o Brasil para estudar nas universidades, Brasileiras.
Beijinhos da Querida Lucrécia
As discussões sobre as línguas maternas, aqui estão a sair for a do contexto. Que tal se debatermos o fulcro da questão em cause, em vez de estar a debater um ponto de visto por entre as linhas? Os defensores do português têm, como dizem os anglophonos, sheep on their shoulders. Querem que os timorenses falem o português sem se investir, ou se investir, uma migalha. Os defensores do inglês pensam que eles estão no centro do mundo e que o mundo/país estaria mais desenvolvido se o inglês fosse a língua oficial do país. Ambos os pontos de vistas são erronêas, visto que no centro tde toda esta bagunça, está o futuro das crianças.
Voltamos ao assunto da língua materna. O argumento de que as crianças terá mais interação com os professores se forem ensinadas a sua primeira língua é uma apenas uma iota parte. Uma criança poder conviver com o seu professor, se ela/ele forem bons nas suas profissões. As mesmas crianças tem uma facilidade de aprendizagem. A questão aqui não é a língua MAS sim o método do ensino.
O programa do REPETE 13, vai ter algum sucesso se a UNESCO investir mais dinheiro até ao fim. Mas nós formos ver, a própria UNESCO tem precedência, isto é, não acabar os projecto, ou melhar não ficar por aí até o fim da ‘experiência’. Investe dinheiros para iniciar o projecto, concentrando maiores esforços e avaliando no fim do ano, declarando-se como ‘sucesso’ aos meios de comunicação. Declarando-se ‘sucesso’ e entregue ao governo para continuar. Pelos vistos isto é o que vai acontecer naquele projecto. Logo que a UNESCO deixe de investir isto vai desaparecer.
O programa em si vai ter sucesso se algumas das seguintes questões forem considerados: materiais didáctico em língua materna; professores da língua materna, como por exemplo em Galole, Baikeno e Fataluku. Os treinos que os futuros professores da língua materna tiveram não são minimamente suficiente para ensinar. Como poderia ser um aluno a ensinar outro aluno? Os professores que treinam os futuros professores, sao o pessoal que não falam nenhuma destas três línguas em causa. Utilizam métodos europeus que não são fáceis de adaptar com a situação locais. Estes são algumas das dificuldades que os entusiastas da língua materna devem ter em conta.
Caro anónimo das 10h33
Os portugueses não têm nada que investir para a implementação da língua portuguesa em Timor PORQUE A DECISÃO FOI UNICA E EXCLUSIVAMENTE TIMORENSE.
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