RTP - Lusa
O sobrinho de Francisco Xavier do Amaral, Fernando de Araújo, disse hoje à agência Lusa que o corpo do antigo Presidente timorense vai sair do hospital para a residência particular da família, junto ao farol, em Díli.
"Hoje decidimos com o governo que o corpo fica connosco na residência privada até amanhã (quarta-feira) e depois entregamos ao governo para arranjar o funeral", disse.
Questionado pela agência Lusa sobre quando e onde será realizado o funeral, Fernando de Araújo disse ainda não saber a data, mas que Francisco Xavier do Amaral deverá ser sepultado no Jardim dos Heróis, local em Metinaro, a cerca de 30 quilómetros a leste da capital timorense, onde estão sepultados heróis da antiga resistência timorense.
Francisco Xavier do Amaral, que era candidato às presidenciais do próximo dia 17, foi internado no final de fevereiro depois do seu estado de saúde se agravar.
O estado de saúde do candidato obrigou o parlamento timorense a reunir-se a semana passada para aprovar alterações à lei eleitoral para o Presidente da República, que previa, em caso de morte de um candidato, o reinício de todo o processo eleitoral e a marcação de uma nova data para o escrutínio pelo chefe de Estado.
Francisco Xavier do Amaral foi o primeiro chefe de Estado timorense após a declaração da independência de Timor-Leste, a 28 de novembro de 1975, mas só ocupou o cargo durante nove dias, até à ocupação Indonésia, ocorrida a 07 de dezembro do mesmo ano.
Após a ocupação indonésia refugiou-se nas montanhas tendo sido acusado, em 1978, de "traição" pelos seus companheiros e detido pelos militares indonésios.
Fundador da Associação Social Democrática Timorense (ASDT),foi também candidato às eleições presidenciais de 2002, que deram a vitória ao atual primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e de 2007, onde obteve 14,39 por cento dos votos, tornando-se no quarto candidato mais votado.
Criada em 1974, a Associação Social-Democrata Timorense (ASDT) foi o segundo partido fundado em Timor-Leste, tendo, mais tarde, dado origem à Fretilin.
A designação ASDT regressou ao país após a consulta popular de 1999 que conduziu à restauração da independência de Timor-Leste.
Em 2011, para as primeiras eleições legislativas, Francisco Xavier do Amaral, que foi expulso da Fretilin em 1975, para ser posteriormente "reabilitado", fez renascer a ASDT, que conquistou seis mandatos.
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