segunda-feira, 26 de março de 2012

Timor-Leste: Ramos Horta terá subestimado os adversários, analista político



Angola Press

Luanda – O grande derrotado na primeira volta das eleições presidenciais timorenses, o ainda presidente Ramos Horta, terá subestimado os seus adversários ao se ter decidido a não fazer campanha eleitoral.

A afirmação foi feita à Angop, nesta segunda-feira, pelo analista político angolano, Mário Pinto de Andrade, em entrevista que abordou os resultados do pleito ganho Francisco Guterres Lu Olo, com Taur Matan Ruak a ficar em segundo lugar.

José Manuel Ramos Horta concorreu a sua própria sucessão, nas presidenciais que se realizara no passado dia 17 de Março, posicionando-se no terceiro lugar.

Para Mário Pinto de Andrade, Ramos Horta “pecou em não fazer campanha eleitoral para esclarecer os avanços e o papel que desempenhou enquanto presidente daquele país”.

Ao não fazer campanha eleitoral, acrescentou a fonte, o prémio Nobel da Paz de 1996 “subestimou os seus adversários políticos” o que pode ter provocado a sua derrota.

Com Ramos Horta fora da corrida, Francisco Guterres Lu Olo e Taur Matan Ruak vão disputar a segunda volta no próximo dia 16 de Abril.

Apesar de todas as projecções atribuírem vitória a Taur Matan Ruak, o analista político é de opinião de que “tanto um como o outro estão em condições de ganhar as eleições”.

Mário Pinto de Andrade enalteceu, por outro lado, a dignidade que Ramos Horta teve em reconhecer a derrota eleitoral, para “mostrar que não esteve agarrado ao poder”.

Na opinião do analista político, Ramos Horta tem uma projecção mundial que lhe permite ser “aproveitado” por organismos internacionais, incluindo no sistema da Organização das Nações Unidas (ONU), fundamentalmente na monitorização dos conflitos.

José Manuel Ramos Horta foi o segundo presidente de Timor-leste depois de Xanana Gusmão (2002/2007). Já foi ministro dos Negócios Estrangeiros e porta-voz da resistência timorense no exilo durante a ocupação Indonésia entre 1975 e 1999.

Em 1996, Ramos Horta foi laureado com o Prémio Nobel da Paz que partilhou com o seu compatriota Carlos Filipe Ximenes Belo, bispo de Deli.

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