sábado, 12 de maio de 2012

Bissau: Serifo Nhamadjo faz comunicação ao país já como Presidente de transição



FP - Lusa

Bissau, 11 mai (Lusa) - Serifo Nhamadjo, que na quinta-feira foi designado Presidente de transição numa reunião realizada em Bissau, dirigiu-se hoje ao país, afirmando que "as urgências são numerosas" e é preciso retomar a vida normal na Guiné-Bissau.

"No momento em que inicio este mandato, as urgências são numerosas. Os salários têm de ser pagos, a energia e água restabelecidas, o ritmo normal da vida retomado e o funcionamento das instituições públicas retomado, em particular educação e saúde", disse Serifo Nhamadjo, já na Presidência da República.

Na comunicação, referiu que o período de transição que agora começa teve origem na morte do Presidente eleito, Malam Bacai Sanhá, a 09 de janeiro, e lembrou o período que se seguiu, até às eleições presidenciais antecipadas de 18 de março.

"Não obstante o panorama geral de tranquilidade do país nesse processo eleitoral, emergiram fortes controvérsias quanto à organização do pleito eleitoral, as quais motivaram contestações dos resultados obtidos na primeira volta", disse.

O Presidente de transição afirmou depois que a "gota de água" que levou ao golpe de Estado de 12 de abril foi a carta que Carlos Gomes Júnior enviou às Nações Unidas, a pedir o envio de uma força.

"Pela minha parte, nunca duvidei de que sairíamos desta prova, porque nós, guineenses, sabemos que cada situação tem a sua solução. Não fugirei nem ao meu destino nem às minhas responsabilidades, aceito ser por um tempo limitado o comandante deste barco e conto com todos", disse.

Serifo Nhamadjo salientou depois que sem paz não há desenvolvimento nem reformas, bem como a promoção do perdão e da coesão, do diálogo e da reconciliação nacional.

O período de transição, disse ainda, culminará com a realização de eleições gerais, "marcando assim o retorno à normalidade constitucional", e o próximo governo terá de tomar todas as medidas necessárias para evitar penúrias alimentares, garantir a colheita e exportação do caju, preparar o ano agrícola e "elencar os compromissos nacionais e internacionais".

No final, Serifo Nhamadjo agradeceu a solidariedade da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que "permitiu o retorno à ordem constitucional", e também agradeceu à União Africana, União Europeia, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e ao conjunto da comunidade internacional, "cujos esforços conjugados permitiram o retorno à ordem constitucional".

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