MB - Lusa
Bissau, 11 mai (Lusa) - O Chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau disse hoje estar preocupado com as pessoas "que ainda continuam a manifestar-se contra o golpe de Estado" e pediu calma à população, "para que se encontre uma saída para crise".
Falando no encerramento de uma longa maratona de reuniões entre militares e políticos guineenses com uma delegação da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), o general António Indjai afirmou que "há muita gente que ainda parece não compreender que a água já derramou".
No crioulo guineense isto quer dizer que não há volta a dar sobre uma situação, neste caso que houve um golpe de Estado no país no dia 12 de abril.
"Como disse ontem [quinta-feira], a água derramou. Agora temos que seguir em frente, buscando soluções para os nossos problemas", afirmou o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses.
Para António Indjai "é incompreensível" que haja pessoas que "ainda pretendem manifestar-se nas ruas", o que na sua opinião "violenta a paz e a tranquilidade" que se pretende para o país.
Dirigindo-se aos responsáveis da CEDEAO que se encontravam em Bissau para ajudar os militares e políticos a encontrarem uma solução para a saída da crise, António Indjai sublinhou: "Pedi que sejam sancionadas as pessoas que continuam a perturbar a transição".
"Ouvi dizer que a Frenagolpe [coligação de partidos e associações que contestam o golpe de Estado] fez hoje uma marcha até à sede da CEDEAO aqui em Bissau e que amanhã [sábado] o PAIGC e seus apoiantes vão organizar uma outra marcha do Bairro d'Ajuda até à sede do Parlamento. Isso é provocação e perturbação ao processo", sublinhou António Indjai.
"Já temos um Presidente da Republica [Serifo Nhamadjo], as pessoas deviam ter calma e aguardar que se forme um governo que possa fazer avançar o barco, começando com o pagamento dos salários", afirmou António Indjai.
A agência Lusa constatou que a sede da CEDEAO em Bissau está a ser vigiada por polícias e elementos da Guarda Nacional Guineense.
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