segunda-feira, 21 de maio de 2012

Cabo Verde: PM alerta para necessidade de intensificar cooperação no combate ao crime



CLI - Lusa

Cidade da Praia, 21 mai (Lusa) - O primeiro-ministro cabo-verdiano alertou hoje para a necessidade de se reforçar a cooperação para segurança no mar no âmbito da luta contra o terrorismo, na abertura de uma conferência internacional na ilha do Sal.

José Maria Neves explicou que uma visão de futuro para a cooperação implica, necessariamente, uma maior otimização do espaço marítimo de Cabo Verde, resultante da condição e vocação nas rotas interatlânticas.

"O direito dos mares e dos ares, nesta região atlântica, não pode ser do pirata, do traficante e do terrorista, e para que instauremos uma ordem democrática transnacional temos de nos empenhar, em ativa e intensa cooperação, para o real combate contra essa criminalidade de grande magnitude", disse na conferência internacional sobre terrorismo, organizada pela Polícia Judiciária de Cabo Verde em cooperação com a FBINAA (FBI Academy Associates).

Para o chefe do governo cabo-verdiano, a conferência é uma oportunidade para debater alguns dos problemas coletivos e avaliar quais as áreas em que a cooperação poderá constituir "um valor acrescido" relativamente aos esforços de cada um dos Estados.

Em relação a Cabo Verde, José Maria Neves defendeu que o arquipélago "tem feito jus ao bom nome" e tem sido um país útil na promoção da paz e da estabilidade "fatores cruciais da liberdade e da prosperidade".

"Nunca, como agora, se fizeram tantas apreensões de cocaína, tantas prisões preventivas e efetivas, tantas confiscações de bens bancários e de propriedades. Nunca, como agora, o criminoso e aquele que põe em causa a segurança pública e a segurança nacional tiveram um campo de manobra tão reduzido e estiveram em tão apertado controlo das autoridades", sustentou.

José Maria Neves assegurou que a intensificação da atuação das redes terroristas, nos países próximos das fronteiras de Cabo Verde, é encarada pelo governo com "muita atenção".

"Preocupa-nos a eventualidade de alguns dos nossos vizinhos se tornarem reféns dos cartéis da droga e dos grupos terroristas em conluio com forças corruptas no governo ou militares, num caminho vertiginoso para uma situação de Estado falhado", alertou.

Para o chefe do governo cabo-verdiano, a África Ocidental e Central está a ganhar crescente importância para o crime organizado e para as organizações criminais transnacionais.

"As redes de crime organizado transnacional têm procurado bases objetivas para realizarem as suas operações ilícitas, principalmente tráfico de estupafacientes e de seres humanos, produtos pirateados, imigração ilegal e recursos naturais", alertou.

Na conferência, em Santa Maria, na ilha do Sal, participam 150 agentes da polícia de diferentes países.

A conferência "Luta contra o terrorismo, problemas e oportunidades na África e Médio Oriente" é organizada pela polícia judiciária cabo-verdiana em parceria com a FBINAA (FBI Academy Associates), "uma associação sem fins lucrativos, cujos membros são agentes que frequentaram a Academia do FBI em Quantico, Virgínia (EUA), de acordo com o Ministério da Justiça cabo-verdiano.

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