O activista Adolfo Campos André, de 32 anos, sofreu ontem um atentado, por volta das 23h00, quando regressava a casa. Dois veículos todo-terreno Toyota Land-Cruiser, bloquearam o seu veículo, Chevrolet Spark, na estrada da Petrangol, em Luanda.
Adolfo André, actualmente desempregado, disse ao Maka Angola que quatro indivíduos não identificados, armados com Aks-47, desceram das viaturas e cercaram-no com as armas apontadas. “Eu desci do carro com as mãos no ar”, disse.
De acordo com o seu depoimento, dois dos indivíduos atingiram-no com as pontas das armas no rosto, ao mesmo tempo, tendo causado ferimentos junto ao olho direito.
“Caí no chão, a sangrar, e um dos homens preparou-se para disparar contra mim e o outro disse para não o fazer. Retiraram-se imediatamente e eu gritei por socorro”, contou a vítima.
No Hospital do Prenda, para onde se dirigiu acompanhado por um familiar, Adolfo Campos André recebeu dois pontos no lado direito do rosto. De seguida, teve de se deslocar a um hospital privado, porque o público não tem vacinas contra o tétano nem os medicamentos receitados pelo médico.
Esta é a segunda vez que o organizador de manifestações juvenis contra o longevo consulado do Presidente José Eduardo dos Santos, é ferido no rosto por atacantes. A última vez foi a 3 de Setembro passado, por agentes da Polícia Nacional, tendo perdido um dente e levado cinco pontos no lábio superior, quando protestava contra o rapto do seu colega Pandita Nehru. A par de Gaspar Luamba, Adolfo Campos André teve de ser evacuado inconsciente para o hospital, devido à severidade da pancadaria que sofreu. Passou 43 dias na cadeia.
Após a sua participação na tentativa de protesto de 10 de Março passado, abortada com violência pelas milícias pro-regime, a sua família expulsou-o de casa, como forma de evitar as ameaças de que eram alvos.
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