Governo revoga fórmula de cálculo da taxa de cobertura de água
12 de Setembro de 2012, 16:56
Maputo, 12 set (Lusa) - O Governo moçambicano aprovou na terça-feira uma fórmula de cálculo de taxa de cobertura de água, que introduz o princípio de uma fonte de água para 300 pessoas a cada 500 metros, para aumentar o acesso a este recurso.
No final da sessão semanal do Conselho de Ministros, o porta-voz do órgão, Alberto Nkutumula, afirmou que a nova fórmula revoga a anterior, que preconizava a construção de uma fonte para 500 pessoas a cada 500 metros de distância.
"Com base nesta metodologia, para se alcançar 100 por cento de cobertura numa determinada região, basta contarmos 500 pessoas num raio de 500 metros e construir lá uma fonte de água. Esta forma de calcular a taxa de acesso à água prejudica as pessoas que vivem em regiões densamente povoadas", explicou o porta-voz do Conselho de Ministros moçambicano.
O cálculo da taxa de acesso à água, revogado pelo Conselho de Ministros, transmitia a ideia de que o acesso a este recurso é elevado e inibia a realização de investimentos na ampliação da rede de abastecimento de água, acrescentou Alberto Nkutumula.
As mudanças aprovadas vão implicar a construção e reabilitação de 3.900 a 4.300 fontes de água, adiantou o porta-voz do Conselho de Ministros moçambicano.
PMA.
Denunciadas "taxas de agiotagem" no microcrédito
13 de Setembro de 2012, 12:58
Maputo, 13 set (Lusa) - O presidente do Fundo de Apoio à Reabilitação Económica (FARE) de Moçambique, Mohamad Rafik, referiu hoje que as taxas de juro aplicadas por algumas instituições de microcrédito nas zonas rurais moçambicanas "chegam a atingir níveis de agiotagem".
Falando aos jornalistas à margem do VI Workshop Internacional sobre Finanças Rurais, que decorre em Maputo, Mohamad Rafik denunciou que bancos de micro crédito estão a aplicar taxas de juros que chegam a atingir 60 por cento, violando as recomendações do Banco Central.
"As taxas que o FARE pratica são em conformidade com as taxas indicadoras do Banco de Moçambique. O FARE coloca o dinheiro a uma taxa de juro de 8 a 12 por cento, mas chegam aos utentes finais a taxas que chegam a atingir 60 por cento. Há muita agiotagem, estas taxas são absolutamente obscenas, inaceitáveis", acusou Mohamad Rafik.
O FARE é uma instituição do Estado, que apoia o processo de reativação da economia, através de financiamento a atividades produtivas e de prestação de serviços, criação de emprego e inovação, promoção e dinamização do setor privado, nomeadamente pequenas e médias empresas.
Segundo aquele responsável, as instituições de microcrédito recebem recursos do FARE a juros baixos, porém, os utentes pagam percentagens muito elevadas.
"O FARE financia (recursos) aos provedores a uma taxa de juro competitiva, mas quando chega ao beneficiário quase triplica. Esta situação constitui um desafio para o Governo e às instituições de microcrédito. Deve haver diálogo entre o FARE e as instituições de microcrédito para que a taxa de juro possa estimular a atividade produtiva no meio rural", defendeu.
No entanto, o ministro da Planificação e Desenvolvimento de Moçambique, Aiuba Cuereneia, assegurou que o Governo moçambicano quer e há necessidade de estudar as taxas de juro mais acessíveis e competitivas para os utentes dos serviços bancários.
"Há que refletir na nossa realidade sobre as taxas de juro aplicadas aos utentes das instituições bancárias, com vista a incentivar a prática da atividade produtiva em geral e de produção de comida em particular. Temos que encontrar melhores soluções para a captação de poupanças ociosas da população, fontes essenciais para o aumento de investimentos", referiu o governante.
MMT.
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
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