Bispos angolanos
reiteram urgência de alargar emissões da Rádio Ecclesia
21 de Novembro de
2012, 17:45
Luanda, 21 nov
(Lusa) - A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) reiterou hoje em
Luanda a urgência de a Rádio Ecclesia, emissora católica de Angola, passar a
emitir para todo o país, e não apenas em Luanda como sucede atualmente.
"Reiteramos este
desejo. Queremos vê-lo realizado neste ano (da Fé) porque já esperámos tempo
suficiente e agora não há mais tempo para esperar", frisou António
Francisco Jaca, bispo do Bengo, numa conferência de imprensa em que foram
apresentadas as conclusões da II Assembleia Plenária Ordinária.
"Queremos uma
decisão clara a este respeito. As coisas estão bem encaminhadas, nesse sentido.
É uma questão de cidadania, é uma questão de direito à informação, de direito à
liberdade de imprensa e, portanto, queremos a normalidade constitucional e de
tudo aquilo que é o discurso das autoridades", acentuou.
Segundo os bispos,
o prazo para estender as emissões da Ecclesia a todo o território angolano
termina em novembro de 2013, quando chegam ao fim as celebrações do Ano da Fé,
iniciado em outubro passado.
"Não nos
esquecemos que nós, católicos, os cristãos, somos a maioria neste país. Há
direitos que assistem ao cidadão, católico ou cristão, que o governo deve ter
em conta", acrescentou o bispo do Bengo.
Nas conclusões e
recomendações saídas da II Assembleia Plenária Ordinária, lidas pelo porta-voz
da CEAST, José Manuel Imbamba, bispo de Saurimo, os prelados congratularam-se
com a realização das eleições gerais de 31 de agosto, lamentando, contudo, "as
falhas verificadas" que impediram "muitos cidadãos" de votar.
Relativamente à
seca que atinge, segundo a Cruz Vermelha Internacional, 10 das 18 províncias de
Angola, a CEAST apelou à solidariedade coletiva para combater o "espetro
da fome que ainda paira" nalgumas áreas do território.
Os bispos
anunciaram ainda terem constatado o aumento na execução de projetos sociais
que, paulatinamente, atenuam os "índices de sofrimento das
populações", mas questionam a falta de operacionalidade de "muitas
obras inauguradas há bastante tempo", como escolas e postos médicos.
A feitiçaria e a
homossexualidade foram outras questões que mereceram fortes críticas da CEAST
na mensagem pastoral.
No caso da
feitiçaria, que segundo os bispos tem vindo a assumir "proporções
graves", estes ameaçam com a aplicação de "penas de interdição e
suspensão temporária" a todos os fiéis, leigos, religiosos e sacerdotes
que recorram ou fomentem a sua prática.
Quanto à
homossexualidade, a CEAST lamentou que o segundo canal da Televisão Pública de
Angola esteja a emitir uma telenovela em que o que designa como
"desvios" e "aberração" mereçam destaque.
A telenovela em
questão, "Windeck", é uma produção da Semba Comunicação, empresa
propriedade de José Eduardo Paulino dos Santos e Welwitshea dos Santos, dois
dos filhos do Presidente angolano José Eduardo dos Santos.
EL //JMR.
Centro Cultural
Português de Luanda e editoras dão as mãos para incentivar hábitos de leitura
21 de Novembro de
2012, 18:29
Luanda, 21 nov
(Lusa) - O Centro Cultural Português (CCP) de Luanda e duas editoras angolanas
estão a organizar uma Feira do Livro de Natal, com o objetivo de incentivar
hábitos de leitura.
A iniciativa, a
primeira do género no CCP, conta com mais de três mil títulos, de que sobressai
a literatura infantojuvenil, livros técnicos, romances e ensaios.
Na apresentação da
feira à imprensa, Madalena Vilhena, secretária da Embaixada de Portugal e
encarregada da direção do CCP, disse que a feira complementa a atividade das
editoras estabelecidas no mercado angolano.
"A atividade
das editoras no terreno é muito mais ativa nos últimos cinco a 10 anos. Com a
estabilidade política que o país tem vivido, é possível lançar as bases de um
sistema educativo mais estruturado", acentuou.
Pedro Álvaro,
diretor comercial da Plural Editores, uma das editoras que se associou ao CCP
para a organização da feira, salientou que o grande objetivo é incentivar os
hábitos de leitura.
Além da Plural, associou-se
ao evento a Texto Editores, que sob o tema "Este Natal faça a diferença
oferecendo livros", propõe mais de 3 mil títulos, em língua portuguesa,
com 20 por cento de desconto sobre o preço de capa.
A feira está aberta
até ao próximo dia 02 de dezembro.
EL //JMR.
Mais de um em cada
cinco angolanos está no sistema bancário -- estudo
21 de Novembro de
2012, 19:23
Luanda, 21 nov
(Lusa) - A taxa de pessoas que usam o sistema bancário em Angola aumentou 22
por cento até finais de agosto, contra os 13 por cento alcançados no final de
2010, segundo um estudo da consultora KPMG, divulgado hoje em Luanda.
O estudo, sobre o
setor bancário angolano e que passa em revista 20 dos 23 bancos comerciais que
operam em Angola, considera que o aumento continua ainda abaixo das
expectativas reais do executivo e também do Banco Nacional de Angola.
A comparação é
feita com países africanos e emergentes, que têm taxas superiores a 30 por
cento da sua população.
"É expectável
que o processo de 'bancarização' do país continue a crescer, sempre em duas
vertentes: primeiro a expansão do negócio dos bancos com o aumento significativo
de agências e balcões no país e a utilização dos meios automáticos de
pagamentos", disse Victor Ribeirinho, responsável dos serviços de
auditoria e financeiros da KPMG.
A expansão da rede
de agências registou igualmente um aumento, de quase 50 por cento face ao que
existia em 2009, passado de 670 balcões para os atuais 991, com uma abertura
média mensal de 12,7 balcões, num total de 153 novos balcões abertos durante o
ano.
Evoluiu também o
uso de meios automáticos de pagamentos, com um volume médio mensal de
transações em caixas automáticas (ATM) de 5,1 milhões de transações em 2010,
para 6,8 milhões em 2011, bem como com um crescimento de 87 por cento das
transações realizadas através de Terminais de Pagamento Automático, num total
de cerca de 9 milhões de transações realizadas.
De acordo com
Victor Ribeirinho, o principal aspeto resultante dos indicadores que a KPMG
recolheu nas 20 instituições estudadas é a forte estabilidade em relação à
distribuição dos valores do agregado do setor financeiro pelas cinco principais
instituições em Angola, com a concentração de cerca de 80 por cento da quota de
mercado.
Relativamente à
captação de recursos, manteve-se a tendência de crescimento de 34,3 por cento
de depósitos, superior ao registado no ano anterior, em que se registou um
aumento de 17,7 por cento.
A concessão de
crédito nos bancos em análise teve igualmente um crescimento na ordem dos 22,8
por cento, registando-se também uma taxa de crescimento superior à registada em
2010, fixada em cerca de 19 por cento.
O crédito vencido,
que quase tinha duplicado de 2009 para 2010, reduziu-se em 2011, passando para
3,5 por cento, situando-se o rácio de crédito vencido sobre o crédito total nos
4,35 por cento.
"O ano passado
tínhamos constatado que tinha havido um aumento da sinistralidade no crédito
que foi concedido à economia. A boa notícia é que este ano aparentemente o
aumento de algumas medidas preventivas feitas por algumas instituições permitiu
que ao nível do crédito vencido houvesse um comportamento favorável, O que
aumenta a disponibilidade das instituições em conceder créditos", disse
Victor Ribeirinho.
NME // HB
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