CMP – GC - Lusa
Lisboa, 21 nov
(Lusa) -- Hélder Garção, que integra o último contingente da GNR em
Timor-Leste, chegou hoje a Lisboa com o sorriso das crianças timorenses na
memória e a recordação de um povo que durante seis anos acarinhou os militares
em missão naquele país.
O primeiro grupo do
último contingente da Guarda Nacional República destacado em Timor-Leste,
constituído por 67 militares, chegou hoje a Lisboa, após uma missão de seis
meses que marca o fim da presença da GNR naquele país durante seis anos.
"Guardo na
memória sobretudo o sorriso das crianças. É uma coisa verdadeiramente marcante
em Timor-Leste", disse aos jornalistas o tenente Hélder Garção, oficial de
ligação do contingente, que destaca a forma como o povo timorense recebeu os
militares da GNR e o carinho que têm pelos portugueses.
Da presença de seis
anos da GNR em Timor-Leste, Hélder Garção destacou a "atuação muito firme
ao nível operacional" na fase inicial e, posteriormente, o apoio
humanitário, além da formação que os militares portugueses deram à polícia
timorense.
"A formação de
agentes tem sido bem acolhida, eles (polícia timorense) respeitam muito a GNR
pelo trabalho desenvolvido", disse.
Este oficial da GNR
considera que a paz tem condições para perdurar no tempo em Timor-Leste,
sublinhando que a polícia daquele país é capaz de assumir "totalmente a
segurança".
Também o militar da
GNR Filipe Vieira, que já fez três missões em Timor-Leste, considera que aquele
país tem todas as condições para manter a segurança de uma forma autónoma.
Para Filipe Vieira,
integrar o último contingente "é especial", uma vez que Portugal e
Timor-Leste têm "uma longa história e uma forte ligação".
"A GNR vai
deixar saudades. A nossa ligação foi forte e sentimos laços muito próximos com
a população", disse à agência Lusa.
Um outro militar
que hoje chegou a Lisboa e também com três missões em Timor-Leste, afirmou à
Lusa que a GNR vai deixar saudades, mas os elementos da Guarda que passaram por
aquele país têm um "cantinho do povo timorense guardado".
Na memória, este militar
da Unidade de Intervenção da GNR guarda "o espírito de missão e o respeito
com que o povo timorense encara" os portugueses.
O ministro da
Administração Interna, Miguel Macedo, esteve presente em Figo Maduro para
receber os 67 militares, tendo destacado o "legado de competência e
profissionalismo" da GNR em Timor-Leste.
Miguel Macedo
apontou como aspetos marcantes da missão de seis anos "a forma altamente
competente, muito profissional, muito serena" e a interação com a
população, que segundo o ministro, "gostava e confiava nos homens da
GNR".
Entre 2006 e 2012
passaram por Timor-Leste treze contingentes da GNR, com um total de 1.754
militares, enquadrados numa missão das Nações Unidas.
Das muitas missões
desempenhadas em Timor-Leste, a GNR destaca a detenção do líder dos
peticionários, Major Reinado em 2006, a segurança aos processos eleitorais, a
intervenção que permitiu salvar a vida ao então presidente da República,
Ramos-Horta, aquando da sua tentativa de assassinato em 11 de fevereiro de 2008
e o apoio prestado à Polícia Nacional de Timor-Leste no controlo dos distúrbios
que assolaram o território após as eleições parlamentares de 2012.
A GNR terminou a
atividade operacional em Timor-Leste a 31 de outubro. O último contingente,
comandado pelo capitão Jorge Barradas, chega a Portugal em duas levas, tendo o
primeiro chegado hoje e os restantes, constituído por 63 militares, no sábado.
1 comentário:
“…e o apoio prestado à Polícia Nacional de Timor-Leste no controlo dos distúrbios que assolaram o território após as eleições parlamentares de 2012.”
Por amor de Deus! Os distúrbios que aconteceram depois das eleições parlamentares de 2012, só aconteceu nalgumas partes de Dili. É um grande erro fazer afrimações destas. A LUSA acaba de elogiar uma força que esteve destacada aí e que ajudou a PNTL a controlar os mesmos distúrbios. A LUSA deve aprender a não dar com uma mão e tire-lhe com a outra.
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