Cimeira visa apoiar
a internacionalização das duas economias
30 de Novembro de
2012, 08:29
Cidade da Praia, 30
nov (Lusa) - A II Cimeira Portugal/Cabo Verde, que decorre domingo no Mindelo
(ilha cabo-verdiana de São Vicente), visa reforçar as relações económicas e
empresariais bilaterais, com ambos os países a querer tentar internacionalizar
as respetivas economias.
Cabo Verde, assumiu
já o primeiro-ministro José Maria Neves, quer insistir nas parcerias económicas
com Portugal - já são cerca de 3.000 as empresas portuguesas que interagem com
congéneres cabo-verdianas -, para, através delas, aceder as fundos da União
Europeia (UE) e empréstimos bancários que escasseiam no arquipélago.
Portugal,
considerou o secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento
Regional, António Almeida Henriques, vê nessas parcerias a possibilidade de as
pequenas e médias empresas portuguesas poderem melhorar os negócios em tempos
de crise, tendo como objetivo o mercado da África Ocidental.
Neste quadro, a
perspetiva de parcerias vantajosas para ambas as partes é o que está no centro
da agenda da cimeira de domingo, em que se devem criar as condições para
melhorar o ambiente de negócios entre os dois países, afetado sobretudo pela
altas taxas alfandegárias que o Governo cabo-verdiano quer fazer descer.
Em sintonia, nas
áreas a evoluir, os dois primeiros-ministros, José Maria Neves, de Cabo Verde,
e Pedro Passos Coelho, de Portugal, vão perspetivar maiores investimentos em
áreas consideradas "estratégicas" para o desenvolvimento das duas
economias, ao encontro dos interesses de ambos os países.
Portugal pretende que
a cimeira permita consolidar a presença no arquipélago, potenciar os negócios
das empresas portuguesas e investir no mercado da Comunidade Económica dos
Estados da África Ocidental (CEDEAO), de 250 milhões de habitantes.
As áreas passam
sobretudo pelas energias renováveis, agroindustrial, construção civil - portos,
estradas e barragens -, domínios que fazem parte do plano estratégico de Cabo
Verde e em que Portugal
dispõe de "know how".
O facto de Cabo
Verde querer constituir-se como um "hub" de ligação entre as Américas
e África, face à sua posição estratégica, também abre portas à participação de
Portugal no desenvolvimento dos portos e dos transportes.
Para Cabo Verde,
aliás, há todo o interesse em aceder com maior peso ao vasto mercado
oeste-africano, permitindo dinamizar uma economia vulnerável a choques
externos, criar emprego e internacionalizar as empresas para o mercado natural
do país.
A ideia de acabar
com os vistos para determinadas categorias profissionais -- como empresários,
turistas e investigadores -, também está em cima da mesa, com Cabo Verde
disponível para rever a legislação.
Os pressupostos
passam, assim, por recentrar as relações económico-empresariais, criar
parcerias para o crescimento e fatores de competitividade, acelerar o ritmo de
crescimento, conquistar novos mercados, aumentar a dimensão do mercado e
inserir os dois países, de forma competitiva, no mercado sub-regional
oeste-africano.
Tal como prevê o
Programa Indicativo de Cooperação (PIC) 2013/15, assinado a 29 de agosto, cujo
montante desceu de 70 para 56 milhões de euros, a intenção é fazer do setor
privado o motor da parceria estratégica defendida pelos dois países.
JSD // HB
Comércio entre os
dois países desceu nos primeiros oito meses do ano
30 de Novembro de
2012, 08:29
Cidade da Praia, 30
nov (Lusa) - As exportações e importações portuguesas com Cabo Verde sofreram
uma descida significativa nos primeiros oito meses do ano, com as primeiras a
diminuírem 13,2 por cento e as segundas 19,4 por cento.
Os dados,
disponibilizados pela delegação em Cabo Verde da Agência para o Investimento e
Comércio Externo de Portugal (AICEP), servem de ponto de partida para a
anunciada intenção dos dois países em reforçar as relações
económico-empresariais na cimeira bilateral de domingo, na ilha cabo-verdiana
de São Vicente.
Nos últimos três
anos, indicam os dados, Cabo Verde tem descido de posições também na
classificação como cliente das exportações portuguesas, passando de 15.º, em
2009, para 27.º, este ano, o que equivale a 148,1 milhões de euros, menos dos
que os 170,6 milhões registados nos primeiros oito meses de 2011.
Como fornecedor de
Portugal, Cabo Verde, apesar dos constrangimentos económicos e da diminuição
das exportações, tem tido um comportamento misto, tendo em conta que o
arquipélago se encontrava no 104.º lugar em 2009, 101.º em 2010, 92.º em 2011 e
97.º nos primeiros oito meses de 2012.
No total, e de
janeiro a agosto deste ano, Cabo Verde exportou para Portugal bens e serviços
no montante de 5,5 milhões de euros, contra os 6,8 milhões de euros no mesmo
período de 2011.
O número de
empresas portuguesas que têm exportado para Cabo Verde está novamente a subir,
após ter atingido o "pico" em 2008, quando 3.698 asseguraram negócios
com o mercado cabo-verdiano.
Desde então,
segundo os dados da AICEP, o total de empresas desceu para 2.785 em 2009,
voltando a subir em 2010 (2.833) e em 2011 (2.940).
Porém, do ponto de
vista de Cabo Verde, Portugal continua a ser o principal fornecedor,
mantendo-se em segundo, atrás da Espanha, como cliente do arquipélago.
As cinco maiores
exportações portuguesas para Cabo Verde passam pelos itens máquinas e aparelhos
(20,2 por cento), produtos alimentares (13,1 por cento), produtos agrícolas,
(12,5 por cento), metais comuns (11 por cento) e químicos (8,8 por cento).
Em sentido
contrário, as duas maiores importações portuguesas do arquipélago são o
vestuário (39,7 por cento) e o calçado (35,8 por cento), seguidas, a longa
distância, por máquinas e aparelhos (9,1 por cento), produtos agrícolas (7,8
por cento) e veículos e outros materiais de transporte (2,9 por cento).
Segundo os dados da
AICEP, o investimento direto de Portugal em Cabo Verde tem registado
subidas e descidas abruptas - subindo de 21,3 milhões de euros, em 2007, para
28 milhões de euros em 2008, descendo para 10,8 milhões de euros em 2009,
voltando a subir em 2010, para o valor mais alto, 49,6 milhões de euros, e
descendo novamente em 2011 para 17,3 milhões de euros.
Na comparação dos
primeiros oito meses de 2011 e 2012, regista-se uma subida de 46,6 por cento,
passando de 9,2 milhões de euros para 13,5 milhões de euros.
O investimento
direto de Cabo Verde em Portugal tem subido e descido - em 2007 era de 192 mil
euros, subiu para 877 mil euros em 2008, 1,6 milhões de euros em 2009 e 8,6
milhões em 2010, descendo para seis milhões em 2011.
Na comparação entre
os primeiros oito meses de 2011 e de 2012, regista-se uma descida de 4,2 milhões
para 1,2 milhões de euros, queda de 70,9 por cento.
JSD // HB
Cabo Verde atribui
"Crachá de Prata" à PJ portuguesa e respetivo diretor
30 de Novembro de
2012, 08:56
Cidade da Praia, 30
nov (Lusa) - O Governo de Cabo Verde atribuiu o "Crachá de Prata" à
Polícia Judiciária (PJ) de Portugal e ao respetivo diretor, José Maria de
Almeida Rodrigues, "reconhecimento da qualidade da cooperação técnica na
formação do pessoal" desde 1994.
A distinção está
contida num despacho publicado no Boletim Oficial, em que se destaca a
qualidade das relações entre as polícias judiciárias dos dois países, com
particular destaque na área de formação.
José Maria de
Almeida Rodrigues, licenciado em Direito, é coordenador de investigação
criminal da PJ portuguesa, tendo sido um dos três diretores nacionais adjuntos
no mandato do seu predecessor, Santos Cabral.
A par de Luís
Neves, é também o atual responsável da Direção Central de Combate ao Banditismo
(DCCB) da PJ.
As relações de
cooperação entre as duas polícias científicas remontam a 1994, com a PJ
portuguesa a organizar ações de formação de agentes e inspetores da congénere
cabo-verdiana.
A corrupção
económica e financeira, o branqueamento de capitais, o tráfico de
estupefacientes por via marítima e aérea e a análise de informação são as
principais áreas de intervenção da cooperação da PJ portuguesa à congénere
cabo-verdiana.
JSD // PMC
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