Há muito que o
Reino Unido é visto como um parceiro estranho da União Europeia. Mas agora há
mesmo quem fale na saída dos britânicos do grupo dos 27. Sobretudo depois da
ameaça de David Cameron de vetar o orçamento comunitário de 2014-2020, caso as
verbas não sejam cortadas ou congeladas.
O eurodeputado
francês Alain Lamassoure lembra que “os nossos amigos britânicos, desde 1973,
sempre foram parceiros difíceis, mas habituámo-nos a trabalhar com eles. Mas
agora, nas últimas semanas, a política europeia britânica está a mudar.”
Isto porque o
“eurocepticismo” aumentou no Reino Unido, com os chamados rebeldes
conservadores e a oposição trabalhista a exigirem ao Primeiro-ministro que peça
uma redução do orçamento comunitário. De qualquer forma, as negociações em
Bruxelas vão ser sujeitas aos votos do parlamento britânico.
O eurodepoutado
Roger Helmer deixou o partido conservador em Março. E o novo partido a
que pertence está a subir bastante nas sondagens, ameaçando roubar muitos votos
conservadores nas próximas eleições gerais.
Helmer considera
que “é evidente que Cameron não vai conseguir chegar a um acordo para reduzir o
orçamento, nem sequer para o congelar. Por isso, não acredito que tenha outra
opção para além do veto. Se voltar para casa a dizer, ok, eu disse que não
podiamos aumentar o orçamento, mas acabei por aceitar a subida de 2 ou 3%, vai
ser vaiado na Câmara dos Comuns”.
O correspondente da
euronews em Bruxelas, James Franey explica que “David Cameron vem para as
negociações desta Cimeira Europeia de mãos atadas: se vetar o orçamento, vai
afastar-se dos aliados europeus; se voltar para casa sem, pelo menos, uma
redução, vai provocar a ira no próprio partido.
Mas há um perigo
ainda maior: Esta batalha na Europa pode custar a Cameron o lugar, tal como aconteceu aos
dois anteriores primeiros-ministros conservadores.”
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