Relatório afirma
que o número de novos casos de aids entre consumidores de drogas aumentou
significativamente em países como a Grécia, a Romênia e a Bulgária.
Enquanto o número
de novos casos de infecção por HIV diminui entre os usuários de drogas na maioria
dos países da União Europeia (UE), em alguns países do sul e do leste são
verificados "surtos alarmantes", de acordo com recente relatório do
Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT).
Na Grécia, na
Romênia e na Bulgária, a quantidade de novos casos de aids entre consumidores
de drogas aumentou significativamente. Também na Estônia e na Lituânia são
registrados cada vez mais casos.
Em Atenas, onde uma
epidemia entre usuários de drogas foi verificada em 2011, a troca de seringas
usadas por novas e as opções de tratamento foram ampliadas, disse Roland Simon,
do OEDT. Ainda assim, o relatório afirma que há motivos para prognósticos
preocupantes de que cresça o risco potencial para novas epidemias localizadas
de HIV, em razão da decadência social de algumas zonas urbanas e dos limitados
recursos financeiros dos Estados para combater o problema.
Soma-se a isso o
aumento da imigração de países como a Rússia e a Ucrânia, onde existem,
respectivamente, 104 e 152 incidências de aids por milhão de pessoas (a média
europeia é de 2,5).
Originalmente para
rinocerontes
A variedade de
substâncias psicoativas aumenta cada vez mais. Apenas em 2012 o OEDT registrou
mais de 50 drogas até então desconhecidas. A maioria tem como princípio ativo a
substância catinona, que imita o efeito da cocaína, ou os canabinóides
similares ao spice.
Também são
encontrados produtos originados da mistura de muitas substâncias, o que faz com
que eles não estejam previstos na legislação antidrogas.
Muitas dessas
substâncias não foram desenvolvidas para serem usadas por pessoas, afirma Tim
Pfeiffer-Gerschel, diretor do Observatório Alemão da Droga e da
Toxicodependência, versão local da autoridade europeia. "É muito
complicado avaliar os riscos dessas drogas, levando em conta que há até
substâncias utilizadas para anestesiar rinocerontes."
"A maconha não
é inofensiva"
Durante a
apresentação do relatório, na semana passada em Berlim, a encarregada do
governo alemão para drogas, Mechthild Dyckmans, reforçou sua posição contra a
legalização da maconha na Alemanha, frequentemente defendida por políticos de
esquerda e liberais. "A maconha não é inovensiva", afirmou. Segundo
ela, há cada vez mais pacientes sendo tratados de dependência da maconha.
O OEDT registrou
ainda um declínio no uso da heroína, que desde os anos 70 é a principal causa
de doenças e mortes relacionadas ao uso de drogas. Isso se deve ao fato de que,
hoje em dia, metade dos consumidores da droga na UE e na Noruega tem acesso a
terapias de substituição.
Autor: Bernd
Gräßler (rc) - Revisão: Alexandre Schossler
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