sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Angola: GÁS NATURAL PARA ÁUSTRIA, NECESSIDADES BÁSICAS, PRÉ-SAL A EXPLORAR

 


Áustria poderá vender gás natural angolano na União Europeia
 
13 de Dezembro de 2012, 15:35
 
Luanda, 13 dez (Lusa) - A Áustria poderá ser o vendedor oficial do gás natural angolano na União Europeia, anunciou hoje em Luanda o embaixador austríaco em Angola, residente na África do Sul.
 
Martin Gartner, disse, citado pela agência noticiosa angolana Angop, que aquela possibilidade está dependente das negociações em curso entre os governos austríaco e angolano, e que assenta numa parceria com o projeto LNG, localizado no Soyo, província do Zaire.
 
O diplomata, que concluiu hoje uma visita de trabalho de três dias a Angola, adiantou que as negociações "encontram-se num bom cominho", destaca a Angop.
 
Segundo Martin Gartner, o interesse da empresa nacional de petróleo e gás da Áustria em comercializar o gás natural angolano resulta do facto de daquela empresa liderar a distribuição de gás natural no espaço europeu, com a distribuição do gás que vem da Rússia.
 
Durante a estada em Angola, Martin Gartner reuniu-se com o vice-presidente da República, Manuel Vicente, entre outros governantes angolanos e manteve encontros bilaterais com os embaixadores de Portugal, da Alemanha e da Suíça.
 
O projeto de gás natural angolano já teve várias falsas partidas, com sucessivos adiamentos da data da primeira exportação.
 
Os planos iniciais de exportação do gás natural angolano apontavam para o mercado norte-americano, mas as recentes descobertas deste combustível nos Estados Unidos obrigaram Angola a redirecionar o mercado de exportação, tendo optado pelo asiático, dada a competitiva diferença de preços.
 
Lançado em 2007 para aproveitar o gás natural resultante da exploração petrolífera, evitando a sua queima, o projeto Angola LNG reúne a Chevron (36,4 por cento), Sonangol (22,8 por cento), BP Exploration (13,6 por cento), ExxonMobil (13,6 por cento), e Total (13,6 por cento) e representa um investimento de 10 mil milhões de dólares (cerca de 8 mil milhões de euros).
 
O projeto Angola LNG deverá garantir a entrada de Angola no Fórum de Países Exportadores de Gás (GECF), que tem apenas cinco membros africanos, nomeadamente Argélia, Egipto, Guiné Equatorial, Líbia e Nigéria.
 
O projeto LNG vai produzir anualmente 5,2 milhões de toneladas de Gás Natural Liquefeito, além de fornecer gás butano para consumo interno, tornando o país autossuficiente.
 
EL //JMR.
 
Angola vira-se para as necessidades básicas passado o tempo da política
 
14 de Dezembro de 2012, 09:01
 
Luanda, 14 dez (Lusa) - Os angolanos atravessaram 2012 com promessas apontadas às eleições gerais de agosto, mas agora, passado o tempo da política e em vésperas do novo ano, viram-se para a satisfação das necessidades básicas: água, luz, saneamento e empregos.
 
No ano que está a terminar, a maioria dos angolanos renovou a confiança no partido e nos dirigentes que governam o país desde a independência, em 1975, sufragando com 72 por cento um programa eleitoral baseado na continuação do crescimento económico mas comprometido com efetiva distribuição da enorme riqueza produzida.
 
Ao mesmo tempo, legitimaram - ainda que por via indireta e, finalmente, com boletim de voto - a presidência de José Eduardo dos Santos e o seu novo vice-Presidente.
 
O escolhido, Manuel Vicente, antigo "homem forte" da petrolífera angolana Sonangol, um "estado dentro do estado", fez uma ascensão meteórica dentro do partido no poder, após uma carreira empresarial, ultrapassando nomes que fizeram história desde a guerra de libertação.
 
Acantonada ainda a tímidos protestos nalgumas áreas socioprofissionais, a contestação social poderá subir de tom em 2013 se os compromissos assumidos por José Eduardo dos Santos não se concretizarem, traduzindo-se em efetivo aumento da qualidade de vida.
 
Os recursos disponíveis provêm das reservas petrolíferas e de gás natural, que são finitas, e as verbas atribuídas ao investimento de capital público são baixas quando comparadas às de outros países da África Subsaariana exportadores de petróleo.
 
Um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado em julho passado, considera que "proteger os mais vulneráveis é concretamente uma prioridade chave do Governo angolano e cerca de um terço do orçamento é alocado para as prioridades sociais".
 
Mas o caminho correto para reduzir a pobreza de forma sustentável é através do crescimento económico sustentável no setor não petrolífero, para "garantir maior receita e consumo no futuro", sustenta o FMI.
 
Apesar dos significativos recursos naturais de que dispõe -- Angola é o segundo maior produtor africano de petróleo e rico em diamantes e outros minerais -, mais de metade dos cerca de 19 milhões de habitantes vive no limiar da pobreza, sem acesso regular a eletricidade ou água potável.
 
Nesta transição de 2012 para 2013, José Eduardo dos Santos pode reivindicar uma vitória significativa: a descida da inflação para um dígito, em agosto, antecipando o valor previsto em alguns meses.
 
Setores como a construção, energia e transportes serão os principais motores de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não petrolífero, beneficiando do aumento do investimento público e da regularização do pagamento de atrasados.
 
À semelhança de 2012, os fatores externos, como o agravamento da crise financeira global e o cenário cada vez mais incerto sobre uma recuperação do crescimento nos Estados Unidos, com efeitos no consumo de petróleo, pressionando em baixa os preços e consequentemente as receitas obtidas nas exportações, continuam a condicionar a evolução social e económica do país.
 
Do jogo de equilíbrios entre a pressão interna e os condicionalismos externos sairá a Angola que atravessará 2013.
 
EL // HB
 
Petrolífera norueguesa Statoil interessada no pré-sal de Angola
 
14 de Dezembro de 2012, 09:52
 
Luanda, 14 dez (Lusa) - A petrolífera norueguesa Statoil está interessada em explorar o pré-sal angolano, destaca na sua edição de hoje o diário estatal Jornal de Angola.
 
O interesse foi manifestado pelo presidente da Statoil, Hulg Lunde, em declarações à imprensa no final de um encontro com o vice-Presidente da República, Manuel Vicente, em que recordou que a petrolífera norueguesa é parceira da concessionária angolana Sonangol nos Blocos 16, 15, e 31.
 
Segundo o Jornal de Angola, os projetos de investimentos da Statoil em Angola, sobretudo no domínio da exploração do pré-sal angolano em águas profundas, dominaram o encontro entre Manuel Vicente e Hulg Lunde.
 
"Temos muito interesse em participar na exploração do projeto pré-sal angolano", referiu o empresário, que anunciou já terem começado os estudos geológicos para depois se iniciar o processo de perfurações.
 
O presidente da Statoil acrescentou ainda ser prematuro avançar dados sobre os resultados do projeto pré-sal, considerando que as observações preliminares mostram que o trabalho vai levar algum tempo.
 
"É difícil dizer exatamente quais vão ser os resultados. Vamos esperar até 2014 para obtermos dados concretos. Tudo depende dos estudos geológicos que estão a ser efetuados", adiantou.
 
A descoberta do primeiro poço de pré-sal de Angola foi anunciada a 04 de janeiro deste ano.
 
Trata-se do poço "Azul-1", localizado no bloco 23 da bacia do rio Kwanza, explorado pela Sonangol e pela petrolífera dinamarquesa Maersk Oil, prevendo-se que possa vir a produzir diariamente mais de 3.000 barris de petróleo.
 
O poço de exploração Azul-1 foi perfurado numa lâmina de água de 923 metros e atingiu uma profundidade de 5.334 metros, anunciaram então as duas empresas em comunicado.
 
EL (FPA) // VM.
 

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