Ex-Presidente
Mascarenhas Monteiro alerta para aumento da corrupção em Cabo Verde
12 de Dezembro de
2012, 10:47
Cidade da Praia, 12
dez (Lusa) - O antigo Presidente cabo-verdiano António Mascarenhas Monteiro
avisou que a corrupção em
Cabo Verde "tende a alastrar-se" e pode atingir
"níveis preocupantes".
Citado hoje pela
agência Inforpress, Mascarenhas Monteiro falava terça-feira numa conferência
sobre "Prevenção e o Combate a Corrupção", na Universidade Jean
Piaget, e reconheceu que não se pode ter a "ilusória pretensão" de se
proceder à erradicação total deste crime.
"No nosso
país, a corrupção tende a alastrar-se e atingir níveis preocupantes, mas,
infelizmente, há um défice no seu combate. Não tem havido um esforço
consistente na luta contra a corrupção", disse.
Mascarenhas
Monteiro, Presidente entre 1991 e 2001, indicou que há uma "certa
impressão de complacência" em relação à corrupção e instou o Governo a dar
um "combate sério" ao fenómeno que "tem consequências
devastadoras" para a sociedade.
"É um flagelo
que entrava o desenvolvimento e arruína os alicerces da democracia",
sustentou o antigo Presidente cabo-verdiano, cujas afirmações levaram o
ministro da Justiça cabo-verdiano, José Carlos Correia, a indicar que o Governo
está "consciente da situação" e que está" atento a esse crime
grave".
"Está
explícito na nossa legislação penal como um crime grave e que desafia muita
investigação. Temos feito investimentos muito importantes para que possamos
dominar o instrumento da investigação e conseguir reduzir o nível de corrupção
que existe no país", realçou.
Segundo José Carlos
Correia, em 2013 está prevista a instalação no país do Departamento da Ação
Penal, altura em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) dará uma
"atenção especial" à corrupção.
A conferência sobre
a Prevenção e o Combate a Corrupção é uma ação conjunta entre na Universidade
Jean Piaget e o Ministério da Justiça e insere-se na campanha "Agir contra
a Corrupção".
JSD // HB
Inflação média de
Cabo Verde em 2012 deverá cair para menos de 3% - banco central
12 de Dezembro de
2012, 12:09
Cidade da Praia, 12
dez (Lusa) - As projeções do Banco de Cabo Verde (BCV) apontam para uma
descida, em 2012, da taxa de inflação média anual de 4,5 por cento para o
intervalo 2,5 a 3 por cento, indica hoje a instituição.
No Relatório de
Política Monetária, o BCV antecipa alguma pressão inflacionista, motivada pela
recuperação da procura interna, aumento da tributação indireta e por uma forte
procura externa, não obstante a desaceleração esperada.
A pressão
inflacionista, lê-se no documento, deverá ser contrabalançada pela redução dos
preços de produtos frescos produzidos internamente, pela moderação salarial e
pela trajetória descendente da inflação importada.
Neste contexto, em
termos médios, em 2013, os preços no consumidor deverão aproximar-se do
intervalo entre os 2,5 e os 3,5 por cento.
O crescimento da
economia deverá desacelerar de 5,1 por cento para um valor próximo da tendência
central do intervalo 4 a 5 por cento em 2012. Prevê-se para 2013 uma
desaceleração adicional.
As projeções
macroeconómicas do BCV indicam ainda uma expansão da procura externa líquida,
em resultado da diminuição das importações de mercadorias e do aumento das
exportações de bens e serviços relacionados com o turismo.
No entanto, o BCV
adianta que tal não será suficiente para compensar a redução da procura interna
em 2012.
A desaceleração
adicional do ritmo de crescimento do PIB prevista para 2013 estará associada a
um menor contributo da procura externa líquida, numa conjuntura de recuperação
moderada da procura interna, impulsionada sobretudo pela aceleração do consumo
e investimento público.
O Produto Interno
Bruto (PIB) deverá manter-se no intervalo entre os 4 e os 5 por cento e as
reservas internacionais líquidas deverão atingir os 271 e 289 milhões de euros,
respetivamente nos anos de 2012 e 2013.
JSD // HB
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