sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Guiné-Bissau: GOVERNO DOS GOLPISTAS, ÁGUA EM BAFATÁ GRAÇAS A ONG PORTUGUESA

 


Presidente do parlamento da Guiné-Bissau lembra que governo de transição não foi eleito
 
06 de Dezembro de 2012, 17:48
 
Bissau, 06 dez (Lusa) - O presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, Ibraima Sory Djaló lembrou hoje aos membros do governo de transição que não foram eleitos pelo povo, ao contrário dos deputados.
 
"Se este governo entende que por não ser de legislatura vai penalizar o Parlamento, isso pode custar-lhe caro. Isso que fique claro, porque não estamos aqui numa brincadeira. Este governo não foi eleito, enquanto nós (deputados) fomos eleitos pelo povo deste país", notou Sory Djaló.
 
O presidente do parlamento guineense fez a advertência ao responder a uma interpelação de um deputado da bancada maioritária sobre o facto de a Rádio Nacional (emissora estatal) não estar a cobrir os trabalhos da sessão plenária do Parlamento.
 
"Há pessoas que lutaram para derrubar este Parlamento mas que não o conseguiram, mas agora querem tentar outras vias. Estejamos preparados. As leis deste país são feitas nesta casa. Que cada um assuma as suas responsabilidades. Isto é claro. Já estou a perceber o que certas pessoas andam a tramar contra este Parlamento", afirmou Djaló, sem especificar de quem falava.
 
As afirmações de Sory Djaló seguiram-se à intervenção do deputado Lúcio Rodrigues do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que firmou que há uma atitude deliberada da Rádio Nacional em não transmitir os debates no Parlamento.
 
"No âmbito do serviço público, a Rádio e a Televisão têm a obrigação de cobrir todos os assuntos de que o povo deve ser informado. A lei diz que a Rádio Nacional é obrigada a cobrir todos os trabalhos em sessão plenária do Parlamento, mas isso não tem estado a acontecer", disse Lúcio Rodrigues.
 
O deputado Soares Sambu, também do PAIGC, invocou o regimento parlamentar para esclarecer que só em dias de debates do programa do Governo ou Orçamento Geral de Estado é que a Rádio Nacional deve dar uma cobertura integral dos trabalhos no Parlamento.
 
A Guiné-Bissau está a ser gerida por um governo de transição na sequência de um golpe de Estado ocorrido em abril passado. A Assembleia Nacional esteve diversos meses parada por desentendimento entre os dois maiores partidos, o PAIGC e o Partido da Renovação Social (PRS), que finalmente se entenderam no mês passado.
 
Sory Djaló pertence ao PRS, o maior partido da oposição.
 
MB //JMR.
 
Quase metade da população de Bafatá, na Guiné-Bissau, com água graças a ONG portuguesa
 
06 de Dezembro de 2012, 15:26
 
Bissau, 06 dez (Lusa) - Uma organização não-governamental (ONG) portuguesa, TESE, apoiou o abastecimento de água potável para quase metade da população da cidade de Bafatá, leste da Guiné-Bissau e inicia este mês a expansão do projeto, que irá até 2014.
 
O projeto "Bafatá misti iagu" (Bafatá quer água) começou há dois anos e graças a ele agora cerca de 45 por cento da população da cidade tem acesso fácil e seguro a água potável.
 
De acordo com a ONG, hoje 13.375 pessoas de Bafatá, dos 28 mil habitantes, têm acesso a água.
 
David Afonso, coordenador do projeto, disse hoje à Lusa que a primeira fase terminou em junho e que a segunda fase começou em seguida com a parte de planificação. Na próxima semana chega de Portugal uma equipa que vai pôr em prática a segunda fase, que dura dois anos.
 
"A segunda fase passa pela reabilitação e expansão da rede de abastecimento e pela continuação do apoio à Associação de Saneamento Básico, Proteção da Água e Ambiente de Bafatá", disse David Afonso à Lusa.
 
Na primeira fase, foi reabilitada a rede de abastecimento e de captação de água e foram feitas 60 ligações domiciliárias (contra as 11 que existiam antes, em condições deficientes). Foram construídos também pontos de abastecimento de água espalhados pela cidade.
 
Foi feita também, disse David Afonso, a capacitação técnica da organização local que está agora a gerir o abastecimento de água à cidade.
 
O projeto foi concebido pelo programa Engenheiros Sem Fronteiras, da TESE. A primeira fase custou 436 mil euros, a maior parte financiada pela União Europeia. Teve também o apoio da cooperação portuguesa e da Fundação Calouste Gulbenkian e ainda da EPAL (Empresa Portuguesa das Águas Livres).
 
A TESE é uma organização não-governamental para o desenvolvimento criada em 2002. O programa Engenheiros Sem Fronteiras é a unidade da TESE dedicada ao desenvolvimento internacional e focada nas áreas de água, saneamento, energia, resíduos, agricultura e tecnologia.
 
Na localidade de Bambadinca, também no leste da Guiné-Bissau, a TESE desenvolveu um projeto de produção e distribuição de energia elétrica.
 
FP // VM.
 

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