quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Portugal - Submarinos: Novo acordo das contrapartidas está cheio de "ses"

 

 
O novo acordo sobre as contrapartidas do negócio dos submarinos está cheio de "ses". O contrato não garante em absoluto que a empresa alemã Ferrostal invista seiscentos milhões de euros em Portugal.
 
«Incerteza» é a palavra-chave. Em comunicado, quando anunciou o novo acordo das contrapartidas, o Ministério da Economia dizia que o contrato é determinante para possibilitar a execução de um projeto de grande relevância para a economia.
 
Em causa está a recuperação do Hotel Alfamar, mas o texto do contrato, a que o Diário de Notícias teve acesso, levanta afinal muitas dúvidas.
 
No documento está escrito, logo no início, que a assinatura do acordo e os compromissos assumidos não devem ser interpretados como um reconhecimento pelo German Submarine Consortium da existência de qualquer obrigação de cumprimento de um valor indicado numa das cláusulas os tais 600 milhões de euros, anuncia o DN.
 
Negociada no âmbito das contrapartidas da compra dos submarinos, a recuperação do hotel Alfamar, no Algarve, foi anunciada como um investimento que vai render 600 milhões de euros à economia.
 
No entanto, o acordo prevê a possibilidade de o projeto ser considerado inexequível pelos alemães ou não ser possível assegurar o financiamento.
 
Caso isso aconteça, a Ferrostaal terá um prazo de 4 meses para apresentação de novos projetos de contrapartidas de substituição, sendo que não estará obrigada ao pagamento de quaisquer penalidades moratórias.
 
O Diário de Notícias refere que outro aspecto que levanta dúvidas prende-se com o facto de a Direcção-Geral das Actividades Económicas não ter sido consultada.
 
A Direcção-Geral herdou as competências da extinta Comissão Permanente das Contrapartidas, mas ao contrário do que acontecia com essa Comissão, o novo acordo não contou com o parecer dos técnicos da Direcção-geral das Actividades Económicas.
 

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