segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Portugal: CGTP MARCA MANIFESTAÇÃO PARA DIA DE VISITA DE MERKEL

 

Sol - Lusa
 
A Comissão Executiva da CGTP marcou hoje uma acção de protesto para dia 12 de Novembro, data em que está prevista uma visita da chanceler alemã, Angela Merkel, a Portugal.
 
O secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos, disse à agência Lusa que o protesto será uma acção de rua, cujos contornos ainda não estão definidos.
 
«Convocámos esta iniciativa para manifestar oposição às políticas de austeridade que têm sido seguidas em Portugal e às que têm sido impostas pela 'troika', que apenas geram recessão, desemprego e pobreza», afirmou o sindicalista.
 
A CGTP-IN convocou já uma greve geral para 14 de Novembro e agendou uma manifestação para dia 31 de Outubro, dia da votação na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2013.
 

Portugal: O PATRIARCA DO COME E CALA

 


Paulo Ferreira - Jornal de Notícias, publicado ontem, em opinião
 
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e cardeal patriarca de Lisboa, José Policarpo, disse em Fátima que as manifestações e o povo a governar a partir da rua resultam na "corrosão da harmonia democrática" em Portugal.
 
Ora, ontem voltou a ser dia de protestos um pouco por todo o país: protestaram os artistas, protestou a CGTP contra o desemprego, protestaram os farmacêuticos, protestaram os Indignados. Protestaram todos contra a austeridade, porque não estão dispostos a comer, uma atrás da outra e todas em doses cavalares, medidas de austeridade e a simplesmente calar.
 
É um direito que assiste a quem trocou o remanso do lar por um dia de protesto. Não é que D. José Policarpo lhes negue esse direito, mas, do alto da sua autoridade, o presidente da CEP acha que é tudo uma perda de tempo.
 
"Até que ponto construímos saúde democrática com a rua a dizer como se deve governar?", questiona-se ele. "Não se resolve nada contestando, indo para grandes manifestações", julga ele. "Uma democracia, que se define constitucionalmente como democracia representativa, na qual as soluções alternativas têm um lugar próprio para serem apresentadas, neste momento, está na rua", sentencia ele.
 
Dá a impressão que o presidente da CEP acaba de chegar de Marte, não dá? Se bem entendo, D. José Policarpo prefere que as soluçõe sejam encontradas pelos eleitos. Eu também. Sucede que os eleitos para governar enganaram os eleitores. Sucede também que os mesmos eleitos para governar dão amiúde perturbadores sinais de desorientação. Seria um problema deles, não se dese o caso de os eleitores, sobretudo os mais desfavorecidos, sofrerem na pele as consequências da incompetência.
 
Se o objetivo da Igreja é, como reconhece o patriarca, ajudar os mais desfavorecidos, convém perguntar: quem é que D. José Policarpo acha que sai à rua em protesto? Os mais favorecidos? Aquelas que sobrevivem com mais facilidade ao rolo compressor das medidas de austeridade? Ou, ao invés, são os que veem a vida a esboroar-se, como areia que escapa por entre os dedos, que reclamam contra o que está?
 
Um cardeal que não percebe os motivos que trouxeram um milhão de pessoas para a rua no dia 15 de setembro, numa manifestação de cidadania que derrubou as famosas mudanças na taxa social única, é "um cardeal que manifestamente perdeu a capacidade de ler e entender os sinais enviados pelo povo. A Igreja, de resto, padece desse mal há muito tempo. A clivagem entre o que é e o que a Igreja acha que deveria ser é uma das explicações para o constante e crescente afastamento dos fiéis. Certamente sem o desejar, D. José Policarpo acaba de dar uma ajudinha para que esse fosso se alargue ainda mais.
 
Acordai, D. José. Acordai.
 
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Portugal: CONHEÇA EM DETALHE O ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2013

 


i online (tem links de ligação aos textos)
 
O ministro das Finanças entregou hoje na Assembleia da República a proposta do Orçamento do Estado para 2013, em conjunto com uma proposta de Orçamento rectificativo para 2012. A pen drive, que continha a proposta do OE para 2013, foi entregue por Vítor Gaspar e Miguel Relvas a Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, em formato digital e em papel.
 
 
Conheça aqui as medidas do Orçamento do Estado 2013:
 
 

Orçamento de Estado 2013: Deputados do CDS atacam Vítor Gaspar nas redes sociais

 


Lusa, texto publicado por Sofia Fonseca - Diário de Notícias
 
O porta-voz do CDS-PP, João Almeida, e o deputado Adolfo Mesquita Nunes, ambos da comissão de Orçamento, criticaram hoje que o ministro das Finanças tenha afirmado que o Orçamento do Estado não é alterável.
 
"Qualquer orçamento tem margem para ser alterado no Parlamento. Negá-lo é negar o fundamento do parlamentarismo e do sistema democrático", escreveu João Almeida na rede social Facebook.
 
João Almeida é porta-voz do CDS-PP, vice-presidente da bancada parlamentar e integra a comissão de Orçamento e Finanças, tal como Adolfo Mesquita Nunes, que tem ainda assento na comissão de acompanhamento da 'troika'.
 
"Não esperem de mim que aceite que este Orçamento de Estado é, tal como está, inalterável. E terei oportunidade de o dizer diretamente ao ministro das Finanças", escreveu Adolfo Mesquita Nunes na sua página do Facebook.
 
Contactado pela Lusa, Mesquita Nunes não quis acrescentar qualquer comentário à sua publicação na rede social. A Lusa tentou igualmente, sem sucesso, contactar o deputado João Almeida.
 
O CDS-PP reservou para terça-feira uma reação oficial ao Orçamento do Estado para 2013, no mesmo dia em que Vítor Gaspar se vai reunir com as bancadas do PSD e do CDS.
 

Portugal - Protestos: ÂNIMOS AQUECEM NO CERCO AO PARLAMENTO

 


André Rito - Joaquin Cardoso - Diário de Notícias – foto Álvaro Isidoro/Global Imagens
 
Milhares de pessoas estão concentradas frente à escadaria da Assembleia da República. As grades de proteção foram derrubadas e os elementos da PSP no local colocaram os capacetes.Os manifestantes gritam "Coelho sai da toca", "os ladrões estão lá dentro e a polícia está cá fora".
 
Os manifestantes começaram a chegar cerca das 16.30. Nas primeiras horas de protesto não houve incidentes de maior - apenas um homem tentou romper a barreira de segurança e registou-se o rebentamento de alguns petardos - houve sobretudo críticas ao Orçamento de Estado, considerado "um massacre dos direitos dos portugueses".
 
Cerca das 19.50 os populares começaram a formar o cerco ao Parlamento - iniciativa que deu o mote a este protesto - e derrubaram as grades de proteção, com os protestos a subir de tom.
 
Pedem a demissão do Governo e os petardos não param de rebentar. Duas jovens despiram-se em sinal de protesto.
 
Alguns manifestantes trouxeram tambores que ainda não se fizeram ouvir e muitos ostentam cartazes feitos em casa e alguns acenam bandeiras negras.
 
Na escadaria e em frente ao Parlamento estão colocados algumas dezenas de agentes do Corpo de Intervenção da Polícia de Segurança Pública que vigiam o desenrolar dos acontecimentos.
 
Cerca das 22.00 os manifestantes acenderam uma fogueira em frente à escadaria da AR e foram lançados vários petardos.
 
"Para mim acho que isto é demais", disse à Lusa Acácio Augusto Marques, observando o contingente policial. Este soldador reformado afirmou ter "descontado 40 anos para receber agora uma reforma de 280 euros".
 
Descontente com o estado do país, vaticina que "isto tem que rebentar por algum lado", acrescentando que se dirigiu ao Parlamento onde hoje foi entregue o Orçamento de Estado "pela primeira vez em 60 anos".
 
"É a primeira vez que entro numa coisa destas. Antes só tinha visto na televisão", declarou, referindo que espera que seja um protesto pacífico e defendendo que "é preciso é compreensão de parte a parte".
 
Ana, uma odontologista, veio até São Bento como "forma de pressão e demonstrar indignação", argumentando que "os portugueses estão a pagar muito mais do que podem".
 
Em declarações à Lusa referiu que "a dívida tem de ser renegociada e o tempo para a pagar alargado". Ana defende que "o Governo tem de recuar ou então tem que haver eleições antecipadas, se tiver que ser".
 
Acrescentou que é preciso os portugueses fazerem "um apelo à unidade nacional", frisando que "radicalizações não levam a lado nenhum".
 
"Centro, esquerda e direita, somos todos precisos", defendeu, notando que está "um bocado cansada dos partidos".
 
O Governo entregou hoje na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado de 2013, que prevê um aumento dos impostos, incluindo uma sobretaxa de 4% em sede de IRS.
 
O orçamento é votado na generalidade no final dos dois dias de debate, 30 e 31 de outubro.
 
A votação final está agendada para 27 de novembro no parlamento.
 
A manifestação, intitulada "Cerco a S. Bento! Este não é o nosso Orçamento" foi convocada pelos movimentos 15 de Outubro e Sem Emprego para contestar a política do Governo.
 

Timor-Leste: LIVROS E PROFESSORES LUSOS ABNEGADOS PARA ESCOLAS DE RASTOS

 


Associação de apoio à lusofonia Karingana entrega 50 mil livros a Timor-Leste
 
15 de Outubro de 2012, 07:46
 
Díli, 15 out (Lusa) - A associação de apoio à lusofonia "Karingana Wa Karingana" entregou hoje, em Díli, ao ministro da Educação de Timor-Leste, Bendito Freitas, 50 mil livros recolhidos entre março e abril em Portugal.
 
"É um símbolo muito importante no apoio da consolidação da língua portuguesa como também uma expressão solidária do povo português, especialmente, dos amigos que estão a valorizar (...) a promoção da língua portuguesa", disse Bendito Freitas.
 
Segundo o ministro timorense, os livros vão ajudar as crianças de Timor-Leste a ter um maior acesso a materiais pedagógicos, especialmente a manuais que podem facilitar a leitura nas salas de aula.
 
O presidente da direção da "Karingana Wa Karingana", Tiago Bastos, explicou à agência Lusa que a campanha de recolha foi um êxito e que os livros vão ser distribuídos por várias escolas do país, nomeadamente em Baucau e Gleno.
 
"Os livros vão ser distribuídos por várias escolas do país e vão satisfazer algumas das necessidades do ministério", disse.
 
No âmbito da deslocação da "Karingana Wa Karingana" a Timor-Leste, está também previsto um concerto do músico Luís Represas na sexta-feira em Díli para recolha de fundos para o Sport e Benfica de Timor-Leste.
 
MSE //EJ.
 
Embaixador de Portugal em Díli destaca abnegação de professores para consolidação da língua portuguesa
 
15 de Outubro de 2012, 08:53
 
Díli, 15 out (Lusa) - O embaixador de Portugal em Timor-Leste, Luís Barreira de Sousa, destacou hoje o "sacrifício e abnegação" dos professores timorenses para a evolução e consolidação da língua portuguesa, registada nos últimos anos em Timor-Leste.
 
"Partimos de uma situação em 1999, em que a percentagem da população que saberia ler, escrever e falar português não ultrapassaria os 4 por cento, para uma situação atual em que a percentagem da população que sabe ler, escrever e falar português já é superior a 23 por cento", disse o diplomata português.
 
Para o embaixador de Portugal, aquele "resultado notável" foi possível graças ao "sacrifício e abnegação dos professores timorenses, que são efetivamente a parte mais importante neste processo".
 
"Tiveram que fazer grandes sacrifícios na sua vida profissional e familiar, para além de dar aulas, acompanhar as ações de formação profissional", acrescentou.
 
Luís Barreira de Sousa falava no final da cerimónia de entrega de 50 mil livros recolhidos pela associação portuguesa de apoio à lusofonia "Karingana Wa Karingana" ao Ministério da Educação de Timor-Leste.
 
Segundo o último senso realizado em Timor-Leste, em junho de 2010, 39 por cento dos timorenses entre os 15 e os 24 anos sabiam ler, falar e escrever português.
 
MSE //EJ.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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SURTO DE DIARREIA PROVOCA TRÊS MORTES NA GUINÉ-BISSAU

 

MB – JMR - Lusa
 
Bissau, 15 out (Lusa) - As autoridades sanitárias da Guiné-Bissau alertaram hoje para a existência de um "surto forte de diarreia" no país que já causou a morte de três pessoas, entre um total de 567 afetadas.
 
De acordo com Lamine Indjai, responsável pela comunicação do Ministério da Saúde Publica, desde agosto que o país tem sido fustigado "por um surto forte de diarreia", que tem "vindo a aumentar de proporções" nos últimos dias.
 
"Não podemos dizer que há cólera no país, mas sim um surto de diarreia forte. Nalguns casos é mesmo fatal. Já temos a registar três óbitos entre 567 casos registados", disse Lamine Indjai, pedindo à população para ter cuidado.
 
"Hoje mesmo tivemos informações de que os casos dispararam. Entre sexta-feira e hoje deram entrada 38 novos casos de diarreias nos serviços de prevenção no hospital Simão Mendes" em Bissau, enfatizou Indjai, acrescentando que a situação se está a degradar.
 
O responsável pela comunicação do ministério da Saúde guineense chamou a atenção para os sinais que um doente deve observar para recorrer imediatamente aos serviços sanitários: "Em caso de diarreia aguda acompanhada de vómitos o doente deve procurar rapidamente o centro de saúde mais próximo à sua zona de residência ou mesmo o hospital Nacional Simão Mendes em Bissau", advertiu.
 
Bissau tem sido a zona mais afetada pelo surto de diarreia, com 541 casos. A região de Biombo (nordeste) registou até quinta-feira passada, 20 casos, e Tombali, no sul, seis casos, disse Lamine Indjai.
 
Este responsável apelou à população para ter cuidados especiais com o manuseamento de alimentos e bebidas, sobretudo, as que são vendidas nas ruas, alertando também para os riscos de aglomeração de pessoas nas cerimónias fúnebres ou festas.
 
"Devemos dizer à população que a situação não é de alarmar mas também não é boa. Desde o dia 26 de agosto temos estado em prevenção nas fronteiras do país", sublinhou Lamine Indjai.
 
Informações médicas em Bissau apontam para a existência de surtos de cólera nos países vizinhos da Guiné-Bissau, nomeadamente Senegal e Guiné-Conacri.
 
Lamine Indjai lembrou que os primeiros casos de diarreia registados na Guiné-Bissau eram de pessoas vindas do Senegal.
 
O último grande problema de saúde pública na Guiné-Bissau foi em 2008, quando um surto de cólera matou mais de 200 pessoas, entre cerca de 12 mil infetadas.
 
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Moçambique: DHLAKAMA MAIS SEGURO, GASODUTO, 5 MILHÕES NO ENSINO PRIMÁRIO

 


Dhlakama reforça segurança pessoal depois de convocar manifestações para novembro em Moçambique
 
15 de Outubro de 2012, 09:19
 
Nampula, Moçambique, 15 out (Lusa) - O presidente da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo, oposição), Afonso Dhlakama, anunciou o reforço da segurança pessoal, depois de ter convocado manifestações para novembro pelo alegado incumprimento do Acordo Geral de Paz pelo Governo.
 
Afonso Dhlakama já ameaçou várias vezes paralisar o país com manifestações, que depois desconvocou, contra a alegada "ditadura" da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), e incumprimento do Acordo Geral de Paz, assinado em 1992 e que visa o fim de 16 anos de guerra civil.
 
Numa palestra sobre desenvolvimento, que proferiu no fim de semana na cidade de Nampula (norte), onde vive há cerca de dois anos, Afonso Dhlakama afirmou que se vai deslocar esta semana à Gorongosa, uma das principais bases da Renamo durante o conflito armado, para escolher seguranças entre os antigos guerrilheiros do movimento.
 
O líder do principal partido da oposição disse que se vai reunir com mais de cinco mil antigos guerrilheiros da Renamo em Gorongosa, na província de Sofala (centro), para explicar as razões das manifestações e a necessidade de aumentar a guarda pessoal.
 
"Eu nunca vou desarmar a segurança da Renamo, enquanto a polícia continuar nas mãos da Frelimo, muito pelo contrário, vou multiplicar o efetivo, a partir deste momento", enfatizou Afonso Dhlakama, justificando a decisão.
 
As manifestações do próximo mês pretendem também pressionar a bancada da Frelimo, que tem a maioria na Assembleia da República, a aceitar as propostas da Renamo sobre a futura lei eleitoral, declarou Afonso Dhlakama.
 
No âmbito do Acordo Geral de Paz, o líder da Renamo tem direito a uma guarda pessoal composta por elementos da antiga guerrilha, mas que deviam ter sido enquadrados na polícia.
 
Além de a segurança de Afonso Dhlakama não ter sido ainda integrada na polícia, um considerável contingente de antigos guerrilheiros da Renamo mantém-se nas duas principais bases do movimento em Sofala, por razões que têm gerado, sistematicamente, uma troca de acusações entre as duas principais forças políticas moçambicanas.
 
LYR //EJ.
 
Companhia russa Rosneft participa na construção de gasoduto Moçambique-Zimbabué
 
15 de Outubro de 2012, 10:25
 
Maputo, 15 out (Lusa) - A empresa russa Rosneft anunciou hoje a sua participação na construção de um gasoduto entre Moçambique e Zimbabué, onde será erguido um terminal de armazém próximo da capital zimbabueana, Harare, abrindo novos mercados para a companhia em África.
 
O gasoduto vai partir do porto da Beira, no centro de Moçambique, e passará por Zâmbia, Malaui e Botsuana, disse o ministro do Comércio e Indústria da Rússia, Denis Manturov, que recentemente chefiou uma delegação que visitou no Zimbabué para explorar oportunidades de investimento.
 
"Temos muitas áreas que sentimos que podemos estabelecer parcerias com o governo do Zimbabué, como a mineração de platina", disse Denis Manturov, assinalando que muitas companhias russas operam no país, mas muitas estão concentradas no setor mineiro.
 
Recentemente, o ministro zimbabueano de Desenvolvimento de Energia e Eletricidade, Elton Mangoma, disse que as autoridades zimbabueanas pretendiam construir um gasoduto que irá se estender da Beira, em Moçambique, até à refinaria de óleo de Feruka, arredores de Mutare, no Zimbabué, visando aumentar a capacidade existente de 287 quilómetros.
 
"Nós já estamos a montar um consórcio com o governo moçambicano e parceiros privados. Esperemos que a construção comece no próximo ano", disse Elton Mangoma na época.
 
Feruka, que é controlado pelo governo zimbabueano e a companhia de Pipeline Moçambique-Zimbabué, tem uma capacidade de carga de 130 milhões de litros por mês, mas autoridades dos dois países preveem que o novo gasoduto transporte 10 milhões de litros de combustível por dia.
 
MMT // HB
 
Cerca de cinco milhões de crianças moçambicanas frequentarão ensino primário em 2013
 
15 de Outubro de 2012, 10:33
 
Maputo, 15 out (Lusa) - Cerca de cinco milhões de crianças moçambicanas estarão inscritas no ensino primário do primeiro grau em 2013, mais 225 mil crianças que no ano letivo em curso, indicam dados do Plano Económico e Social (PES).
 
Os alunos que estarão matriculados no ensino primário do primeiro grau, que compreende as classes entre o primeiro ano e quinto de escolaridade, vão estudar em 11.450 escolas, um aumento de 287 estabelecimentos comparativamente aos disponíveis este ano, refere-se no PES.
 
Para esse mesmo nível, o Ministério da Educação prevê distribuir gratuitamente 14,5 milhões de livros, aponta o documento, que será debatido na próxima sessão da Assembleia da República, que se inicia este mês.
 
Quanto ao primeiro ciclo do ensino secundário geral, o documento aponta para um aumento de 5,8 milhões para 6,2 milhões no número de alunos matriculados em 2013.
 
Para o próximo ano, está prevista a abertura de 793 instituições no Ensino Primário e no Ensino Secundário Geral.
 
Moçambique tem uma população estimada de 22 milhões de pessoas.
 
PMA // HB
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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Sul-africana Nkosazana Dlamini-Zuma assume presidência da Comissão da União Africana

 

Jornal da Madeira
 
A sul-africana Nkosazana Dlamini-Zuma assumiu hoje oficialmente o cargo de presidente da Comissão da União Africana (UA), sendo a primeira mulher a ocupar este posto da organização pan-africana, noticiou a agência France Press.

O presidente da União Africana, Yayi Boni, do Benin, desejou “sucesso” a Nkosazana Dlamini-Zuma e a toda a nova Comissão, órgão executivo da UA, com sede na capital etíope, Adis Abeba.

Nkosazana Dlamini-Zuma e a nova Comissão foram eleitos em julho, durante a cimeira da União Africana.

Ministra do Interior sul-africana desde 2009, depois de ter ocupado durante dez anos a pasta dos Negócios Estrangeiros, Nkosazana Dlamini-Zuma bateu em julho o gabonês Jean Ping, presidente da Comissão cessante, depois de seis meses de uma batalha diplomática que opôs a África anglófona e francófona.

A chegada de Nkosazana Dlamini-Zuma a este posto estratégico reforça o peso diplomático de Pretória sobre o continente africano.

Um duplo desafio espera a nova presidente da Comissão da UA, restabelecer a unidade de uma organização fragilizada por lutas internas, e várias crises no continente, como no Mali, no leste da República Democrática do Congo, e os litígios entre o Sudão e o Sudão do Sul.

Nkosazana Dlamini-Zuma, ex-mulher do atual Presidente sul-africano, Jacob Zuma, é considerada uma mulher forte e uma das mais influentes na África do Sul.

A nova presidente da Comissão da UA, de 63 anos e médica pediatra de formação, foi uma combatente do regime do "apartheid", na África do Sul.

Fundada em 2002, a UA integra 52 membros, incluindo Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

SÍNDROME JUGOSLAVO AMEAÇA A EUROPA

 


De Volkskrant, Amesterdão – Presseurop – imagem Shooty
 
O Norte ganha o dinheiro e o Sul gasta-o: na zona euro soam hoje as mesmas queixas que se ouviam, há 25 anos, na extinta Jugoslávia pluriétnica. Os líderes europeus deviam ter a sensatez de pensar no assunto.
 
 
“Nós almoçamos em dez minutos e eles precisam de três horas. Aqui, ganhamos o dinheiro a trabalhar, lá ganham com subornos. Há anos que o nosso dinheiro vai para eles. No Norte ganha-se dinheiro, no Sul delapida-se.” Esta ladainha parece o discurso que hoje ouvimos aos eurocéticos do Norte da Europa. No entanto, foi tirada de umas notas tomadas por mim nos anos de 1990, quando atravessei de comboio a ex-Jugoslávia. O meu interlocutor do Norte explicava-me por que é que as repúblicas do Norte queriam sair daquela “monstruosa” federação.
 
A antiga Jugoslávia pluriétnica era, sob muitos aspetos, uma Europa em miniatura. No Norte, os salários eram três ou quatro vezes superiores aos dos Sul. No Sul grassava o desemprego. E, como nos países da zona euro, os habitantes da ex-Jugoslávia sentiam-se impotentes perante líderes “distantes da população”, sem se sentirem representados. A UE tem um défice democrático; a República Federal Socialista da Jugoslávia, o Estado pluriétnico criado por Tito (1892-1980) era, de facto, um Estado de partido único.
 
Atualmente, os europeus do Norte amaldiçoam Bruxelas. Antigamente, eslovenos e croatas consideravam Belgrado a causa de todos os seus males. Belgrado delapida o nosso dinheiro, Belgrado é um bando de burocratas incompetentes e mesquinhos. Também na ex-Jugoslávia uma moeda, o dinar, era o símbolo dessas “autoridades distantes da população”. Ouvi muitas vezes dizer que a união com os outros povos era um projeto ideológico traçado sobre uma mesa de desenho, uma construção artificial.
 
As repúblicas do Norte concordaram em fazer uma contribuição financeira enquanto a prosperidade ganhava terreno e os habitantes não percebessem bem o entrelaçamento com as outras regiões. A situação mudou na década de 1980. Tito morreu, a economia começava a derrapar e o Norte pagava para evitar que o Sul falisse. A frase que atualmente se ouve no Norte da Europa, “Nem mais um cêntimo para os países comedores de alho”, é muito parecida com aquela que os eslovenos diziam naquela altura: “Nem mais um tostão para a região do bitoque”.
 
Apparatchiks e corifeus
 
A revolta populista em vários países da UE lembra a que teve lugar, há 25 anos, na Jugoslávia. Políticos como Jean-Marie Le Pen [fundador do partido de extrema direita francês Frente Nacional] e Franjo Tudjman [líder nacionalista, acusado pelo Tribunal Internacional de Haia por crimes de guerra e contra a Humanidade] têm pontos em comum. Ambos tinham um discurso nacionalista que, antes da sua ascensão, repousava sobre um tabu. Ganharam notoriedade jogando com as frustrações perante as autoridades que, segundo eles, privam “o seu povo” do dinheiro e do poder. Não se trata de demonstrar aqui que o PVV ou os seus homólogos na Europa defendiam uma purificação étnica. Assim sendo, Milosevic também não tinha tal intenção: era essencialmente um político oportunista que pensava a curto prazo. Tem uma grande responsabilidade na destruição da Jugoslávia mas não a planeou.
 
Muito frequentemente, os corifeus da União Europeia apresentam dolorosas semelhanças com os “apparatchiks” da época de Tito. Tal como eles, parecem sempre desagradavelmente surpreendidos com os sinais de impopularidade. Como eles, parecem viver numa espécie de casulo de onde não têm vontade de sair. A presidência do Conselho Europeu assemelha-se à presidência rotativa da Jugoslávia dos anos de 1980. Os presidentes jugoslavos beneficiavam, nas Repúblicas da federação, da mesma consideração que Herman Van Rompuy tem entre nós, a que se concede a alguém que vem de uma terra longínqua. “Sabemos exatamente o que temos de fazer. Aquilo que não sabemos é como sermos reeleitos se o fizermos”, diz Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo. Estas são as palavras de um líder que teme a matilha: se primeiro tivermos de garantir o apoio democrático, corremos o risco de sermos ultrapassados e de ter de fazer cedências.
 
Democracia posta à prova por nacionalismos
 
Mas o recuo do apoio democrático a favor da Europa pode ter consequências mais graves do que algum atraso no calendário de reformas. Se há lição que podemos tirar do colapso da Jugoslávia é que uma união monetária numa região em que persiste uma oposição entre o Norte e o Sul está ameaçada se as populações não forem associadas de maneira pouco democrática. Em tempos de prosperidade, essas populações não veem inconveniente numa tal união, que se torna no seu problema quando o declive começa.
 
A principal diferença em relação à ex-Jugoslávia é que a União Europeia é composta por Estados democráticos. Os populistas e os nacionalistas são confrontados com forças opostas democráticas. Se a federação tivesse beneficiado de um apoio democrático, se o seu sistema político fosse mais aberto e a imprensa mais livre, teria podido sobreviver, há mesmo quem diga.
 
Os políticos eleitos dos Estados europeus podem suscitar esse apoio e fazer da União monetária uma criação que pertença mais às populações do que um sistema imposto. Se renunciarem ou falharem, as medidas tomadas contra a crise e os seus riscos que os eleitores tomam, com ou sem razão, como sendo “impostas por Bruxelas”, farão o jogo das forças antieuropeístas. Não desencadearão a implosão da UE da noite para o dia, mas provocarão mais descontentamento e obstrução, que só se dissiparão se os méritos da UE aparecerem claramente e os políticos eleitos deles fizerem alarde.
 
Contraponto
 
UE-Jugoslávia, uma comparação sem sentido
 
Comparar a UE e a ex-Jugoslávia não faz sentido, estima Guy Geoffroy Chateau, especialista em assuntos europeus no Volkskrant. Em primeiro lugar devido à composição étnica muito pouco homogénea da UE, ao passo que a Sérvia, principal agressor no conflito dos Balcãs, conta com uma forte implantação dos sérvios nas outras repúblicas da federação. Além disso, o nacionalismo tem livre curso na ex-Jugoslávia, contrariamente ao que acontece na UE:
 
As correntes nacionalistas e populistas têm vindo com regularidade à superfície em países da UE, como na Holanda e em França, mas foram frequentemente vítimas da uma organização caótica, de dirigentes medíocres, de uma retaguarda versátil e de falta de credibilidade. Na ex-Jugoslávia passa-se algo completamente diferente. Depois da morte de Tito, [o Presidente croata] Franjo Tudjman e o [sérvio] Slobodan Milosevic conseguiram um enorme apoio popular para a sua ideologia nacionalista.
 
O nacionalismo era como “um fio condutor da História, nomeadamente na História da Sérvia e da Croácia”, nota o autor, mesmo quando “o titismo, ajudado pelo crescimento económico das três primeiras décadas após 1945, conseguiu controlar este tipo de sentimentos”.
 

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