segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Portugal - Arménio Carlos. “Se há quem queira pintar o Gaspar de branco, que pinte...”




Carlos Diogo Santos – Jornal i

Referiu-se ao etíope Abebe Selassie, elemento da Troika que representa o FMI, como o rei mago “escurinho”. Este humor não pode ser visto como uma atitude racista?

Não. Aliás, essa referência não tem qualquer sentido pejorativo, muito menos racista. Estava a fazer uma analogia entre a troika e os reis magos e toda a gente sabe que tanto num caso como noutro existem dois elementos brancos e um negro. Isso não é racismo é um facto.

Não poderia ter feito essa analogia de outra forma?

Como já referi, o que disse não tem nada de mal. Usei a palavra “escurinho” para identificar um dos elementos, nessa analogia que fiz entre a troika e os reis magos e é objectivo que tanto num caso como noutro existe um elemento negro. Mas se agora há quem queira pintar o Gaspar de branco que pinte...

Porque acha então que tal intervenção despertou as críticas de várias personalidades?

Sinceramente não sei. Se há quem se empenhe em Portugal pela defesa e respeito das diversas etnias, eu sou uma dessas pessoas. E a CGTP mostrou-o já com diversas iniciativas – temos excelentes relações com diversas associações ligadas às minorias étnicas e à defesa dos cidadãos africanos. Mas, há sempre quem se ocupe de arranjar problemas onde eles não existem, desviando as atenções do que realmente é importante.

Muitos são os que afirmam que tal declaração deveria dar lugar a um pedido de desculpas. Vai fazê-lo?

Se por ventura alguém se sentiu incomodado, melindrado, com o que eu disse, aproveito então esta oportunidade para pedir desculpas. Não está na minha génese ter atitudes racistas ou xenófobas. E deixe-me frisar que até agora não recebi qualquer contacto com críticas ao que disse nessa intervenção.

Está então surpreendido com esta onda de indignação nas redes sociais?

Claro que estou. Em primeiro lugar porque disse coisas muito mais importantes e pelos vistos só retiveram isso e em segundo porque o que fiz foi apenas um paralelo entre os três elementos da troika – que tanto sofrimento têm provocado às famílias portuguesas – e os três reis magos. Mas, repito: se alguém se sentiu melindrado que se acuse para que eu possa ter mais cuidado nas próximas intervenções.

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