RP – A Semana (cv)
Cabo Verde vai
passar a produzir antirretrovirais. Eis uma das boas-novas da visita do
Director da Organização Oeste-Africana ao nosso país. Um passo nesse sentido
foi dado esta quinta-feira, com a assinatura de um protocolo em que a OOAS vai
apoiar Cabo Verde com especialização médica no Brasil.
De acordo com a
Ministra da Saúde, a visita do director da OOAS tem por objectivo preparar a
14ª Assembleia dos Ministros da Saúde da CEDEAO, que acontece nos dias 4 e 5 de
Abril, na cidade da Praia. Mas Cristina Fontes Lima assegura que também teve
como objectivo avaliar a possibilidade do nosso país produzir antirretrovirais.
“O antirretroviral
é distribuído gratuitamente, mas é comprado lá fora com apoio do Fundo Global e
da OOAS. Não faz sentido se temos meios para o adquirir que o vamos buscar lá
fora. Com isso, podemos dinamizar uma economia, criar emprego e responder com
as qualidades necessárias a esta necessidade”, entende a governante.
“Para nós é uma
lógica muito importante, porque, infelizmente, temos uma taxa de prevalência de
SIDA extremamente elevada em alguns países, mas também temos necessidades que
não são cobertas a nível regional”, comenta a Ministra da Saúde, informando que
60 a 90 por cento das necessidades são cobertas por importações. Por isso, “é o
momento certo para a região também dizer que tem uma dinâmica de
desenvolvimento e de produção do medicamento”.
“Cabo Verde, como
país ‘atrevido’ que é, está a posicionar-se”, assegura Cristina Fontes, que não
avança, entretanto um horizonte temporal para o início da produção. Diz apenas
que isso vai “depender apenas de nós”. É que um dos desafios pela frente é a
regulação e a Ministra avança que o Inpharma, a ARFA, o Laboratório INLAB e a
Direcção Geral das Farmácias vão estipular mecanismos para esse controlo e
também para a qualidade desses medicamentos que impedem a multiplicação do
Vírus HIV.
Para o Director
Geral da OOAS, Plácido Cardoso, Cabo Verde já produz muitos medicamentos, pelo
que é preciso ultrapassar apenas as questões técnicas para avançar para a
produção de antirretrovirais. Para isso, garante que a organização que dirige
vai continuar a apoiar o nosso país e as suas instituições não só para a
produção de antirretrovirais, mas também para outros medicamentos genéricos.
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