sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

CABO VERDE VAI PRODUZIR ANTIRRETROVIRAIS




RP – A Semana (cv)

Cabo Verde vai passar a produzir antirretrovirais. Eis uma das boas-novas da visita do Director da Organização Oeste-Africana ao nosso país. Um passo nesse sentido foi dado esta quinta-feira, com a assinatura de um protocolo em que a OOAS vai apoiar Cabo Verde com especialização médica no Brasil.

De acordo com a Ministra da Saúde, a visita do director da OOAS tem por objectivo preparar a 14ª Assembleia dos Ministros da Saúde da CEDEAO, que acontece nos dias 4 e 5 de Abril, na cidade da Praia. Mas Cristina Fontes Lima assegura que também teve como objectivo avaliar a possibilidade do nosso país produzir antirretrovirais.

“O antirretroviral é distribuído gratuitamente, mas é comprado lá fora com apoio do Fundo Global e da OOAS. Não faz sentido se temos meios para o adquirir que o vamos buscar lá fora. Com isso, podemos dinamizar uma economia, criar emprego e responder com as qualidades necessárias a esta necessidade”, entende a governante.

“Para nós é uma lógica muito importante, porque, infelizmente, temos uma taxa de prevalência de SIDA extremamente elevada em alguns países, mas também temos necessidades que não são cobertas a nível regional”, comenta a Ministra da Saúde, informando que 60 a 90 por cento das necessidades são cobertas por importações. Por isso, “é o momento certo para a região também dizer que tem uma dinâmica de desenvolvimento e de produção do medicamento”.

“Cabo Verde, como país ‘atrevido’ que é, está a posicionar-se”, assegura Cristina Fontes, que não avança, entretanto um horizonte temporal para o início da produção. Diz apenas que isso vai “depender apenas de nós”. É que um dos desafios pela frente é a regulação e a Ministra avança que o Inpharma, a ARFA, o Laboratório INLAB e a Direcção Geral das Farmácias vão estipular mecanismos para esse controlo e também para a qualidade desses medicamentos que impedem a multiplicação do Vírus HIV.

Para o Director Geral da OOAS, Plácido Cardoso, Cabo Verde já produz muitos medicamentos, pelo que é preciso ultrapassar apenas as questões técnicas para avançar para a produção de antirretrovirais. Para isso, garante que a organização que dirige vai continuar a apoiar o nosso país e as suas instituições não só para a produção de antirretrovirais, mas também para outros medicamentos genéricos.

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