CLI – VM - Lusa
Cidade da Praia, 05
abr (Lusa) - A Polícia Judiciária cabo-verdiana revelou hoje que o grupo que
está a ser julgado no caso "Lancha Voadora" terá introduzido no país
mais de meia tonelada de cocaína em 2010, além dos 1.500 quilos apreendidos em
2011.
Em depoimento ao
tribunal da Praia, onde decorre o julgamento, a inspetora Cátia Tavares afirmou
que foram introduzidos em Cabo Verde 587 quilos de cocaína, em julho de 2010,
quantidade reforçada com os 1.500 quilos apreendidos pela PJ em outubro de 2011
no âmbito da chamada operação "Lancha Voadora".
A mesma fonte,
arrolada pelo Ministério Público como testemunha, adiantou que foi diante do
sucesso da introdução dos 587 quilos que o grupo decidiu passar para os 1.500
quilos de cocaína apreendidos pela PJ em outubro de 2011.
O tesoureiro do
Banco Africano de Investimento (BAI-CV), Dussan Lopes, foi também chamado para
esclarecer os 100 mil euros depositados neste banco pelo arguido José Oliveira,
que está em prisão preventiva.
Dussan Lopes
confessou ter depositado esse montante na caixa forte do BAI, reconhecendo
tratar-se de um processo anormal.
O tesoureiro
afirmou que desconhecia a procedência e o destino desta avultada quantia, mas
assegurou que fez o depósito com base nas autorizações do presidente da
Comissão Executiva deste banco que lhe ordenara que recebesse o envelope com os
100 mil euros.
Dussam assegurou
que, posteriormente, os 100 mil euros viriam a ser transferidos para o
estrangeiro, sem especificar o país.
Igualmente ouvido
foi o gestor da Editur, Teófilo Pina Centeio, que esclareceu ao coletivo dos
juízes sobre os meandros das vendas desta empresa imobiliária, concretamente
apartamentos na cidade da Praia, sempre mediante propostas diretas das arguidas
Ivone Semedo e Ernestina Pereira.
Tornada pública a
08 de outubro de 2011, a operação "Lancha Voadora" foi a maior
apreensão de sempre de drogas no país: uma tonelada e meia de cocaína em estado
de elevada pureza, entretanto incinerada, além de milhares de euros e outras
moedas, cinco viaturas topo de gama e várias armas e munições.
Na sequência das
investigações, o Tribunal da Comarca da Cidade da Praia decretou a prisão do
então presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde, Veríssimo Pinto, e de mais
quatro pessoas, todas em prisão preventiva na Cadeia Central da Praia, desde
então.
Ao todo, são 15
arguidos, além de empresas que estão sob investigação por ligação direta ou
indireta com os acusados.
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