sábado, 6 de abril de 2013

Grupo "Lancha Voadora" terá introduzido 500 quilos de cocaína em Cabo Verde em 2010




CLI – VM - Lusa

Cidade da Praia, 05 abr (Lusa) - A Polícia Judiciária cabo-verdiana revelou hoje que o grupo que está a ser julgado no caso "Lancha Voadora" terá introduzido no país mais de meia tonelada de cocaína em 2010, além dos 1.500 quilos apreendidos em 2011.

Em depoimento ao tribunal da Praia, onde decorre o julgamento, a inspetora Cátia Tavares afirmou que foram introduzidos em Cabo Verde 587 quilos de cocaína, em julho de 2010, quantidade reforçada com os 1.500 quilos apreendidos pela PJ em outubro de 2011 no âmbito da chamada operação "Lancha Voadora".

A mesma fonte, arrolada pelo Ministério Público como testemunha, adiantou que foi diante do sucesso da introdução dos 587 quilos que o grupo decidiu passar para os 1.500 quilos de cocaína apreendidos pela PJ em outubro de 2011.

O tesoureiro do Banco Africano de Investimento (BAI-CV), Dussan Lopes, foi também chamado para esclarecer os 100 mil euros depositados neste banco pelo arguido José Oliveira, que está em prisão preventiva.

Dussan Lopes confessou ter depositado esse montante na caixa forte do BAI, reconhecendo tratar-se de um processo anormal.

O tesoureiro afirmou que desconhecia a procedência e o destino desta avultada quantia, mas assegurou que fez o depósito com base nas autorizações do presidente da Comissão Executiva deste banco que lhe ordenara que recebesse o envelope com os 100 mil euros.

Dussam assegurou que, posteriormente, os 100 mil euros viriam a ser transferidos para o estrangeiro, sem especificar o país.

Igualmente ouvido foi o gestor da Editur, Teófilo Pina Centeio, que esclareceu ao coletivo dos juízes sobre os meandros das vendas desta empresa imobiliária, concretamente apartamentos na cidade da Praia, sempre mediante propostas diretas das arguidas Ivone Semedo e Ernestina Pereira.

Tornada pública a 08 de outubro de 2011, a operação "Lancha Voadora" foi a maior apreensão de sempre de drogas no país: uma tonelada e meia de cocaína em estado de elevada pureza, entretanto incinerada, além de milhares de euros e outras moedas, cinco viaturas topo de gama e várias armas e munições.

Na sequência das investigações, o Tribunal da Comarca da Cidade da Praia decretou a prisão do então presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde, Veríssimo Pinto, e de mais quatro pessoas, todas em prisão preventiva na Cadeia Central da Praia, desde então.

Ao todo, são 15 arguidos, além de empresas que estão sob investigação por ligação direta ou indireta com os acusados.

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