Daniel Oliveira –
Expresso, opinião - ontem
O ministro das
Finanças instaurou, desde hoje, o Estado de Exceção em Portugal. Como forma de
punir o País, sequestrou todas as instituições, proibiu todas as despesas,
por mais pequenas que sejam, deixando todo o Estado paralisado de um dia para o
outro. António Nóvoa, Reitor da Universidade de Lisboa, deixou apenas três
exemplos: "ficamos impedidos de comprar produtos correntes para os
nossos laboratórios, de adquirir bens alimentares para as nossas cantinas ou de
comprar papel para os diplomas dos nossos alunos." Agora
multipliquem isto por milhares. Pelos centros de saúde (apenas os Hospitais EPE
ficaram de fora), escolas, repartições públicas, centros de investigação. O
homem ensandeceu de vez.
A decisão do
ministro é de tal forma insensata e perigosa, e é de tal forma evidente que se
trata de uma manobra política para criar o pânico no País e assim impor a sua
vontade, que se exige uma imediata intervenção do Presidente da República
para repor a normalidade. A ver se fica claro: Vítor Gaspar e Pedro passos
Coelho não são donos de Portugal nem são donos do Estado. Não o podem usar para
cercar os cidadãos e impedir o regular funcionamento do País. Não há, por
causa dos 1.200 milhões de euros que agora estão em causa, nenhuma razão
financeira que justifique esta decisão. É um ato de prepotência e chantagem
política, através de um inacreditável abuso de poder, que não pode ficar
impune.
Desta vez, Vítor
Gaspar e Passos Coelho ultrapassaram todas as marcas. Se não houver uma
intervenção de Cavaco Silva quer dizer que deixámos de viver num Estado
Democrático e estamos sujeitos a todas as arbitrariedades que a inacreditável
birra do governo nos quiser impor. Não resta outra solução que não seja
correr imediatamente com esta gente do poder. Quem é incapaz de aceitar
uma decisão de um tribunal e usa o poder de Estado para se vingar do País não
pode continuar a ocupar cargos governativos.
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