Jornal i - Lusa
O líder do PCP
falou num jantar que serviu para apresentar candidatos da CDU a órgãos
autárquicos
O secretário-geral
do PCP defendeu, no sábado à noite, que o Presidente da República, Cavaco
Silva, devia assumir a "derrota" do Governo como "o caminho"
a seguir, "no respeito pelo juramento" que fez da Constituição da
República.
"A derrota
desta política e deste Governo é que é o caminho que o Presidente da República
devia assumir no respeito pelo juramento que fez da Constituição", disse
Jerónimo de Sousa em Beja, no final de um jantar que serviu para apresentar
candidatos da CDU a órgãos autárquicos do concelho nas eleições autárquicas
deste ano.
O líder dos
comunistas criticou o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, por ter
anunciado, no sábado, que o Governo vai abrir este mês à discussão pública a
proposta de reforma do Estado, depois de o Executivo já ter decidido "o
objetivo, o montante e as vítimas" do processo.
Pedro Passos
Coelho, "em relação a este programa de terrorismo social, previsto particularmente
para 2014, vem dizer: Vamos abrir uma discussão pública para ouvir todos, mas
isto não pode demorar muito, porque temos pressa em despachar as medidas",
disse Jerónimo de Sousa.
"Então, Passos
Coelho e o seu Governo decidem o objetivo, o montante, as vítimas e depois [o
primeiro-ministro] vem dizer: vou fazer uma discussão pública para ouvir os
outros. Não temos de ouvir o Governo", afirmou Jerónimo de Sousa.
"O Governo é
que deveria ouvir o povo e o seu clamor", frisou, defendendo que o Executivo
PSD/CDS-PP "não pode chegar" até 2014 e "a melhor forma de
derrotar estas medidas é derrotar o Governo, demiti-lo, dar a palavra ao povo
em novas eleições".
Por isso, "não
esperemos que eles caiam de maduros", afirmou, referindo que os membros do
Executivo PSD/CDS-PP "vão se agarrar ao poder até poderem, vão tentar
fazer o máximo de mal possível, porque sabem que estão derrotados".
"Estão
condenados à derrota, mas vão aproveitar o tempo que lá estiverem para
destruírem o mais que puderem e é por isso que a luta pela demissão do Governo
é uma batalha que surge com mais urgência e é pela luta que lá vamos",
disse.
"Não esperemos
as contradições entre Paulo Portas e Passos Coelho, entre o PSD e o CDS-PP, não
esperemos grandes milagres do PS", porque "o povo, os trabalhadores,
podem, de facto, criar as condições para o derrubamento deste Governo",
rematou.
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