João Mendes - Aventar
Parece que o senhor
António Mota, líder de uma das empresas que mais dinheiro absorveu aos
portugueses através do esquema clássico dos “assaltos à mão armada”
público-privados, deu uma entrevista ao Diário Económico onde afirmou
que, se o Estado Português voltar a ter capacidade de investimento, tal será
feito através do mesmo método que colocou uma grande quantidade de portugueses
na penúria e alguns ex-governantes, nomeadamente da área das obras públicas,
nos conselhos de administração de determinadas empresas de onde se destaca a
Mota-Engil. Um homem com este nível de certeza sabe do que fala! Afinal de
contas, é aos portugueses que “se calhar” falta confiança,
na Mota-Engil não só não falta como o histórico apresenta crescimento em épocas
de crise. São os exportadores que salvam o
país da recessão…
Já sem Jorge Coelho
nos seus quadros, um homem que o líder da Mota-Engil contratou pela competência
e não pela influência que teria junto do poder político, António Mota foi
buscar um experiente gestor empppresarial
para o lugar. Mas com o know-how que todos reconhecemos a esta empresa, o chefe
do clã Mota já deve andar no mercado dos ministros das Obras Públicas à procura
de um novo e competente futuro CEO que esteja disposto a conceder duas ou três
scuts antes do ingresso e, se possível, que use da sua competência para “dialogar”
com os seus amigos políticos no activo para que lhes facilitem outra concessão
de uma qualquer Lisconte, de preferência sem concurso público. Mas sempre em nome
do superior interesse da nação! É como no futebol, sondar uns putos com
potencial para serem grandes jogadores daqui a uns anos e no entretanto pô-los
a jogar num clube pequeno para
ganhar ritmo.
Mas se esta
entrevista até aqui já me tinha surpreendido, quando a conversa chegou ao regime
angolano, senti o sabor do vómito a subir-me pela garganta acima. António
Mota considera que o regime angolano tem uma estrutura governativa estável e,
quando questionado pelo jornalista do DE sobre se considerava o nível de
desigualdade social problemático, este senhor disse que não, que disparidades
destas existem em todos os lados. Claro que existem! O que não falta por ai são
países recheados de petróleo onde a pobreza cresce
e mais de metade da população (ponto de vista optimista) vive com menos de 2
dólares por dia.
Ainda no campo das
“disparidades sociais problemáticas naturais” que existem em Angola, António da
Mota teceu fortes elogios a essa empreendedora que é Isabel dos Santos. O
senhor considera
que a filha do Imperador dos Santos seria uma grande empresária em qualquer
país onde estivesse. Eu também seria sr. António! É uma questão de me darem a
oportunidade de ter um pai a roubar um país inteiro e a manipular a lei em
favor dos meus negócios. Dê-me um anito e eu compro a Grécia e meia Espanha. É
só o tempo de arranjar um “Pais Jorge” e um “Pina Moura”! Eu até comprava
Portugal sabe, mas acontece que já não sobra quase nada… E acho nem precisava
de andar metido em esquemas em África como o senhor
ou a filhinha
do papá.
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