quinta-feira, 22 de agosto de 2013

TIMOR-LESTE “NECESSITA DE AGÊNCIA DE NOTÍCIAS INDEPENDENTE” – Ramos Horta

 


Timor-Leste "necessita de uma agência de notícias independente" e "a melhor parceira é a Lusa", afirmou hoje o ex-Presidente timorense José Ramos-Horta, durante uma visita à sede da agência nacional, em Lisboa.
 
A futura agência de notícias timorense, que Ramos-Horta espera venha a ser criada "rapidamente", deve ser "financiada pelo Estado" e "altamente dinâmica e criativa".
 
Para o "processo complexo" de criar uma agência de notícias, Timor-Leste deve estabelecer "uma parceria contratual com a Lusa", defendeu o Prémio Nobel da Paz à saída de um encontro com o presidente do Conselho de Administração da agência portuguesa, Afonso Camões.
 
Realçando que, dado que exerce agora funções ao serviço das Nações Unidas na Guiné-Bissau não está a acompanhar o processo de criação dessa agência, em curso há já algum tempo, Ramos-Horta não deixou de dizer que espera que, "qualquer dia, rapidamente, (...) o Estado timorense e a Lusa estabeleçam um acordo de parceria".
 
O ex-chefe de Estado disse ainda que "o lado timorense tem que dar passos em frente, urgentes", para que tal aconteça.
 
A urgência prende-se, entre outros fatores, com a presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que Timor-Leste vai assumir a partir do segundo semestre de 2014 e pelo período de dois anos.
 
 
Nessa altura, o país vai precisar "de uma boa máquina de informação", sendo "indispensável" que essa máquina comece a trabalhar "pelo menos seis meses antes", sustentou Ramos-Horta.
 
Em sua opinião, "numa primeira fase", os "jornalistas e técnicos da Lusa fariam funcionar essa agência" timorense, assegurando igualmente a formação de todos os profissionais que uma agência de notícias exige, "ao longo de um programa de três a cinco anos".
 
À chegada à agência, Ramos-Horta deteve-se, na entrada, a observar as fotografias premiadas de Manuel Almeida, registadas em Timor, em maio de 2006.
 
Visitar a Lusa "é quase fazer uma peregrinação a Fátima", disse Ramos-Horta, recordando que a agência portuguesa "foi sempre o grande veículo de divulgação do sofrimento do povo de Timor-Leste", durante os anos da ocupação indonésia, quando "os grandes media internacionais não queriam saber, eram indiferentes ou (...) veiculavam informações" do regime de Jacarta.
 
"Eu não esqueço e os timorenses não esquecem", ressalvou, sublinhando que a Lusa continua a ser "a única grande agência internacional que está baseada" em Timor-Leste.
 
Lusa
 
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