A declaração
contradiz o que falou o primeiro ministro japonês, ao mesmo tempo em que mais
vapor foi avistado saindo do reator. A TEPCO derramou milhares de toneladas de
água para resfriar os reatores, mas não tem nenhum plano de onde armazenar a
água contaminada. Por Sarah Lazare, da Common Dreams.
Sarah Lazare, do
Common Dreams – Carta Maior
“Desculpe, mas
consideramos que a situação não está sob controle”. Essas foram as palavras de
Kazuhiko Yamashita, executivo da empresa responsável pela operação de
Fukushima, Tokyo Electric Power Company, quando foi pressionado pelo Partido
Democrático do Japão, de oposição ao governo.
Sua declaração bate de frente contra o que afirmou o primeiro ministro do Japão, Shinzō Abe, que assegurou ao Comitê Olímpico Internacional, em reunião em Buenos Aires, que a situação estava sob controle.
Diretores da TEPCO se apressaram em tentar contornar o dano da declaração de Yamashita, emitindo uma nota que dizia: “nosso entendimento é de que o primeiro ministro, ao afirmar que ‘a situação estava sob controle’, queria dizer que o impacto do material radioativo estava limitado ao porto da estação de força, e que as densidades de material radioativo nas águas ao redor estavam bem abaixo das densidades de referência, e não têm demonstrado tendência de subir. De acordo com esse entendimento, temos a mesma visão dele.”
Ainda assim, todas as evidências sugerem que a crise está muito além da capacidade do governo japonês e da TEPCO.
A cada dia há novos desastres, com relatórios indicando que há vazamento de vapor de um reator. Descobriu-se que os níveis de radiação na usina eram 18 vezes mais altos do que os informados pela TEPCO, chegando a 1.800 millisieverts por hora – o suficiente para matar uma pessoa em apenas quatro horas.
A TEPCO derramou milhares de toneladas de água para resfriar os reatores, mas não tem nenhum plano de onde armazenar a água contaminada. Os tanques temporários onde a água radioativa está sendo armazenada atualmente tem vazamentos, liberando água no solo e, por extensão, no mar. A TEPCO diz que já chegou ao ponto de tampar os vazamentos com fita adesiva plástica.
O governo japonês anunciou no começo de setembro que $500 milhões para construir uma “muralha de gelo” gigantesca ao redor da usina. Porém, especialistas afirmam que isso demorará no mínimo dois anos, e não há nenhuma evidência de que isso seja suficiente para resolver o que virou uma crise cada vez pior.
O desastre começou pelo terremoto e tsunami que atingiram o Japão em março de 2011, que levaram ao derretimento de várias barras do reator, e continua liberando radiação tóxica no ar e no mar. Mais de 160 mil pessoas foram evacuadas, transformando as áreas próximas em cidades fantasmas, no pior desastre nuclear desde Chernobyl. O governo japonês tem sido criticado por se movimentar para religar outras usinas nucleares à medida em que a espiral da crise de Fukushima piora.
Tradução de Rodrigo Mendes
Sua declaração bate de frente contra o que afirmou o primeiro ministro do Japão, Shinzō Abe, que assegurou ao Comitê Olímpico Internacional, em reunião em Buenos Aires, que a situação estava sob controle.
Diretores da TEPCO se apressaram em tentar contornar o dano da declaração de Yamashita, emitindo uma nota que dizia: “nosso entendimento é de que o primeiro ministro, ao afirmar que ‘a situação estava sob controle’, queria dizer que o impacto do material radioativo estava limitado ao porto da estação de força, e que as densidades de material radioativo nas águas ao redor estavam bem abaixo das densidades de referência, e não têm demonstrado tendência de subir. De acordo com esse entendimento, temos a mesma visão dele.”
Ainda assim, todas as evidências sugerem que a crise está muito além da capacidade do governo japonês e da TEPCO.
A cada dia há novos desastres, com relatórios indicando que há vazamento de vapor de um reator. Descobriu-se que os níveis de radiação na usina eram 18 vezes mais altos do que os informados pela TEPCO, chegando a 1.800 millisieverts por hora – o suficiente para matar uma pessoa em apenas quatro horas.
A TEPCO derramou milhares de toneladas de água para resfriar os reatores, mas não tem nenhum plano de onde armazenar a água contaminada. Os tanques temporários onde a água radioativa está sendo armazenada atualmente tem vazamentos, liberando água no solo e, por extensão, no mar. A TEPCO diz que já chegou ao ponto de tampar os vazamentos com fita adesiva plástica.
O governo japonês anunciou no começo de setembro que $500 milhões para construir uma “muralha de gelo” gigantesca ao redor da usina. Porém, especialistas afirmam que isso demorará no mínimo dois anos, e não há nenhuma evidência de que isso seja suficiente para resolver o que virou uma crise cada vez pior.
O desastre começou pelo terremoto e tsunami que atingiram o Japão em março de 2011, que levaram ao derretimento de várias barras do reator, e continua liberando radiação tóxica no ar e no mar. Mais de 160 mil pessoas foram evacuadas, transformando as áreas próximas em cidades fantasmas, no pior desastre nuclear desde Chernobyl. O governo japonês tem sido criticado por se movimentar para religar outras usinas nucleares à medida em que a espiral da crise de Fukushima piora.
Tradução de Rodrigo Mendes
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