Jornal Notícias
(mz) – 22 outubro 2013
O Presidente da
República, Armando Guebuza, afirmou ontem num comício popular na cidade da
Beira que não havia nada escondido no Acordo Geral de Paz assinado em Roma
entre o Governo e a Renamo que possa neste momento servir de argumento para a
violência armada que tem sido protagonizada pelo antigo movimento rebelde,
particularmente nesta região do país.
O Chefe do Estado
fez esta declaração em resposta a uma pergunta que lhe tinha sido colocada por
um cidadão que manifestara a sua preocupação dizendo mesmo que a paz estava
ameaçada no país e o desenvolvimento consequentemente também.
O cidadão
questionava ao presidente: que cobertura esses homens da Renamo que fazem
ataques têm no Acordo Geral de Paz? Nós ficamos sem saber quem tem razão. O
governo ou a Renamo? Não haverá alguma coisa escondida que nós não saibamos?
O mesmo cidadão
sugeriu que o texto do Acordo Geral de Paz fosse mais divulgado ou colocado à
venda para que os moçambicanos saibam o que realmente se passou em Roma quando
confrontados com o que está a acontecer no país neste momento. Em resposta, o
presidente disse então “não há nada escondido” no que foi tratado em Roma.
Explicou ainda que
todas as diferenças que hoje eventualmente possam existir deverão ser tratadas
pela via do diálogo e não pela força. Recordou que o Acordo Geral de Paz, tinha
sido incorporado na Constituição da República que foi depois aprovada no
Parlamento com a participação da própria Renamo.
“E esse documento
em nenhum momento prevê a existência de dois exércitos no país”-elucidou o
estadista. A finalizar esta questão concordou com o cidadão que a havia
levantado apontando ainda que o Acordo Geral de Paz iria realmente ser mais
divulgado e colocado à disposição dos cidadãos moçambicanos.
No mesmo comício,
entretanto, foram levantadas outras questões com destaque para o desapontamento
dos cidadãos que intervieram sobre a expropriação de terras pelo Conselho
Municipal da Beira a alguns citadinos que disseram estarem a ficar sem as suas
casas, machambas e outros haveres e estarem a ser transferidos para locais
distantes onde não dispõem de escolas, de hospitais nem de mercados.
Foi também colocada
a questão da gestão municipal dos fundos disponibilizados pelo governo para
alguns projectos de desenvolvimento da cidade da Beira. Antes destas
intervenções populares havia feito a sua intervenção na qual, entre outras
coisas, exortou a população do Municipio da Beira a ir à votação no próximo dia
20 de Novembro porque isso será para garantir a continuidade da paz, o reforço
da unidade nacional e o bem estar de todos os moçambicanos.
Eliseu Bento
Na foto: Guebuza em
Sofala
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