Jornal Notícias
(mz) – 22 outubro 2013
Fontes paralelas
contactadas telefonicamente pela Reportagem da nossa Delegação da Beira na vila
da Gorongosa revelaram que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, teria abandonado
o local uma hora depois do fogo cruzado que teria começado pouco depois das 10.00
horas para um local ainda incerto na companhia de alguns seguidores.
Até às 16.00 horas
de ontem o Hospital Distrital da Gorongosa não havia recebido qualquer paciente
ou óbito em conexão com o ataque, segundo garantias dadas nesse sentido pelo
respectivo director da Saúde, Mulher e Acção Social, Jerónimo Langa.
Há, todavia,
indicações segundo as quais algumas comunidades circunvizinhas de Santungira,
no posto administrativo de Vunduzi, teriam mesmo abandonado ontem as suas
residências e a prática das suas actividades, refugiando-se nas matas em busca
de segurança.
Entretanto, o
Ministério da Defesa Nacional (MDN) convocou ao fim da tarde de ontem uma
conferência de imprensa na qual anunciou que ao final da manhã de ontem os
guerrilheiros da Renamo atacaram as Forças de Defesa e Segurança estacionadas
em Santungira e, na sequência disso, estas ripostaram ao fogo, tendo os homens
da “perdiz” se posto em fuga em direcção ao local onde se encontrava
aquartelado Dhlakama.
Segundo o director
nacional da Política de Defesa, coronel Cristóvão Chume, as Forças de Defesa e
Segurança ocuparam, em consequência, Santungira, não havendo registo de baixas
tanto da parte destas como da população. Chume também não confirmou baixas da
parte da Renamo e nem o actual paradeiro do seu líder.
Porém, há
informações segundo as quais Dhlakama teria se refugiado algures na cadeia
montanhosa de que se constitui a Serra da Grorongosa.
Cristóvão Chume
acrescentou que neste momento a preocupação é com o retorno à vida normal das
populações que, segundo afirmou, têm estado a responder positivamente ao apelo para
o regresso às suas actividades quotidianas. Cristóvão Chume apelou à calma,
tranquilidade e serenidade face aos pronunciamentos que poderão advir à volta
deste assunto e reafirmou que as Forças de Defesa e Segurança irão continuar a
manter a ordem, tranquilidade e segurança a todos os cidadãos moçambicanos em
qualquer parte do país.
O director nacional
da Política de Defesa negou que o país tenha entrado para uma situação de
guerra, reafirmando, contudo, que as Forças de Defesa e Segurança continuarão a
cumprir o seu papel e a reagir com bastante força às provocações dos
guerrilheiros da Renamo.
Recordou que homens
da “perdiz” têm estado insistentemente a provocar as Forças de Defesa e
Segurança, atacando esquadras policiais e posições militares.
Enquanto isso, a
Renamo também convocou ontem uma conferência de imprensa em Maputo na qual confirmou
o assalto e a ocupação de Santungira pelas Forças de Defesa e Segurança. Na
ocasião, o seu porta-voz, Fernando Mazanga, disse que Afonso Dhlakama
encontrava-se em parte incerta, mas de boa saúde.
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