segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Portugal - 2013. Estado injectou mais 510 milhões no “lixo” tóxico do BPN

 

Solange Sousa Mendes – jornal i
 
João Semedo não acredita que o dinheiro venha a ser recuperado
 
A Parvalorem e a Parups, criadas pelo governo para absorverem o “lixo tóxico” do Banco Português de Negócios (BPN), obtiveram do Estado empréstimos de 283 e 227 milhões, respectivamente (510 milhões), avançou o “Diário de Notícia”
 
Esta situação, que foi revelada pelo relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAU), divulgado sexta-feira passada, já deu origem à reacção do Bloco de Esquerda (BE), que pediu esclarecimentos ao ministério das Finanças, através de requerimento.
 
O coordenador do partido chamou a atenção para o facto deste mesmo relatório informar que o BPN - que foi vendido por 40 milhões ao BIC - acumula prejuízos ao Estado superiores a 125 milhões de euros, dos quais 106 milhões registados pela Parvalorem e 18 milhões pela Parups.
 
João Semedo acrescentou ainda que os prejuízos causados ao Estado pelo BPN foram ainda superiores aos causados pelas empresas públicas: Metro do Porto (86 milhões), Metro de Lisboa 93 milhões), Parque Escolar (62 milhões) e RTP (23 milhões).
 
“Ou seja, no ano de grande aumento de impostos e de grande aperto às famílias (2013), foram utilizados 635 milhões de euros para o BPN – 510 em empréstimos e 125 em prejuízos registados”, explica o requerimento do BE.
 
Na opinião de Semedo, a empresas com activos tóxicos a quem o Estado empresta dinheiro, nunca conseguirão pagar as dívidas.
 
O relatório da UTAO informa também que foram concedidos empréstimos a médio e longo prazo de 885 milhões à Refer, de 760 para a Metro do Porto, 703 para as Estradas de Portugal e 413 para o Metropolitano de Lisboa. Ou seja, 3310 milhões de euros ao todo.
 

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