Mário Motta, Lisboa
A presidente da
Assembleia da República, Assunção Esteves, sugeriu que as comemorações do 25 de
Abril fossem financiadas pelo mecenato. Presume-se que não existam verbas para
suportar despesas das comemorações com a dignidade exigida e merecida. Há
verbas para banqueiros e outros amigalhaços mas… A seu modo Assunção quis “vender”
as comemorações aos seus pares do capital. Os “beneméritos” ao estilo dos
vígaros que roubam 100 e doam 10 (que nem lhes pertence). O estranho é que foi
a presidente da Assembleia da República a sugerir esta ideia mirabolante. Uma
figura eleita deputada, e eleita em segunda escolha para presidente da AR. Assunção
que ao longo do desempenho daquele seu cargo já cometeu umas quantas gafes e
pronunciou algumas “cavaladas”. E agora também esta do mecenato. Até há quem
tenha achado boa ideia. É sempre assim. Existem sempre os que conseguem ver
beleza numa poia, independente do seu cheiro nauseabundo e da imagem das
varejeiras a esvoaçarem e pousarem insistentemente na dita. Pobres moscas
varejeiras num afã repelente mas compreensivo por via da sua natureza. Gostos não
se discutem.
Comemorar os 40
anos do 25 de Abril? Que 40 anos? Foi há 40 anos. Sim. Cumprirá isso mesmo no
próximo dia 24 de Abril. Mas o Abril de 1974, assim, num Portugal em regressão à
ditadura mascarada de democracia, não há como comemorar. Muito menos os 40 anos
de democracia, de liberdade, de justiça, de igualdade, etc., etc. Isso já lá
vai e tem vindo a ser destruído pelos partidos do arco da governação. O PS, o
PSD e o CDS. Também o atual presidente da República, Cavaco Silva, tem sido um
ator ao estilo buldozer da destruição das conquistas de Abril e da democracia. Como
se tem visto ao longo das décadas que tem tido assento nos cargos maiores do
poder político. De Passos Coelho e deste malfadado governo com Portas será
melhor nem falar. É porque quanto mais se mexe na trampa pior ela cheira. E de
cheiros podres estão os portugueses muito fartos.
Na verdade,
comemorar o 25 de Abril não tem de ser com pompa e circunstância. Nem quase é
preciso dinheiro. O mecenato, relativamente a esse Abril, é corpo estranho,
contranatura, não é preciso para nada. Se Assunção e os seus seguidores querem
dar um significado especial às comemorações podem fazê-lo sem gastos a expensas
dos portugueses roubados e empobrecidos contribuintes, dos roubados
pensionistas, dos depauperados funcionários públicos, dos carenciados hospitais
e centros de saúde, etc., etc.
Assunção pode
acreditar que o modo mais económico e feliz das comemorações seria Cavaco Silva
demitir-se de PR, do governo Passos e Portas demitir-se, ela própria desaparecer da casa
da democracia que presentemente já nem existe com ares de Abril. E pronto. Podem
acreditar que a maioria dos portugueses exultaria e comemoraria as quatro décadas
que já passaram desde 1974 com alegria e dignidade. A dignidade que o partido
político de Assunção, o PSD, a par do CDS, tanto têm pugnado por conspurcar,
tornando num bandalho europeu e do mundo um movimento revolucionário português
que com cravos derrubou os ditadores, os bufos, as polícias, e as famílias
ladras que através do empresariado e de outras formas roubavam os trabalhadores
portugueses negando-lhes quase tudo, empobrecendo-os, insistindo em mantê-los
num estado de miséria permanente. Que é exatamente aquilo que na atualidade os
comparsas de Assunção Esteves – Passos, Portas, Cavaco e mais uns quantos – estão
a fazer com as suas ações e políticas, contrárias ao que representa o 25 de
Abril de 1974 para Portugal.
Querem que
celebremos os 40 anos do 25 de Abril sem despesas para o erário público, de
borla? Querem proporcionar aos portugueses celebrações condignas do 40º aniversário
do 25 de Abril? Demitam-se!
Queremos outro 25 de Abril, já!
2 comentários:
Uma apreciação geral à vossa página, que já não visualizava há bastante tempo, e que tomei contacto hoje, 13 de Fevereiro 2014, outra vez, respondendo a um convite vosso:
Têm evoluído bastante,parece-me mais eficiente e mais enriquecida.
Agradecemos seu comentário e apreciação. Queremos melhorar e as vossas avaliações, opiniões, são muito importantes. Visitenos sempre que possa. Bem-vindo.
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