O Governo de
Moçambique e a Renamo estabeleceram um acordo para pôr fim à onda de ataques
armados no país, anunciou a imprensa moçambicana.
O jornal “Notícias”
refere que as delegações das duas partes identificaram os mecanismos para a
cessação dos ataques, mas o chefe da delegação do Governo não mencionou quais.
“Não é relevante citar os mecanismos nesta fase, porque estamos ainda a
construí-los”, disse José Pacheco.
Sobre o alegado bombardeamento do Exército, com recurso a armas pesadas, na
região da Gorongosa, o chefe da delegação do Governo disse que as Forças de
Segurança “se defenderam e estão a perseguir quem perpetrou o ataque a um carro
da Polícia”.
Depois de lamentar o ataque da Renamo, garantiu que as partes vão continuar a
trabalhar para pôr fim os confrontos.
O porta-voz da Renamo confirmou que o partido aceitou parar os ataques e exige
o envolvimento da comunidade internacional no processo de “cessar-fogo”.
Saimone Macuiana explicou que as partes continuam a discutir os assuntos que
têm a ver com os mecanismos, garantias de fiscalização e controlo do fim das
hostilidades. Além dos observadores nacionais aceites pelas partes, a ronda de
quarta-feira também contou com a presença de peritos militares do Governo e do
partido de Afonso Dhlakama.
Na véspera, a Renamo atacou uma viatura das forças de segurança e matou quatro
militares.
Cinco militares ficaram feridos durante o ataque no distrito de Gorongosa, em
Sofala, contra uma unidade da Polícia de Guarda Fronteira estacionada na região
de Mussicadzi, a 60 quilómetros da sede de Gorongosa e a 500 metros da Estrada
Nacional. A força da Guarda Fronteira foi surpreendida pelo ataque que durou
menos de cinco minutos. “Quando as forças do governo se refizeram do ataque
surpresa e começaram a responder, já os assassinos da Renamo tinham fugido pela
mata adentro”, contou uma testemunha.
Os cinco feridos foram transferidos para o Hospital Central da Beira, e os
quatro soldados mortos levados para a morgue do Hospital Rural de Gorongosa.
Jornal de Angola
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