O
primeiro-ministro Xanana Gusmão, disse ontem em entrevista à agência Lusa
acreditar que a Guiné Equatorial será um membro ativo da Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa e contribuirá para consolidar os valores da organização.
"Eu
acredito que a Guiné Equatorial será um membro ativo e o Presidente vai fazer
todo o possível para contribuir para a consolidação dos valores da própria
CPLP", afirmou o chefe do executivo.
Timor-Leste
assume pela primeira vez a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de
Estado e de Governo, a realizar quarta-feira em Díli, num encontro que vai
ficar marcado pelo regresso da Guiné-Bissau, suspensa desde o golpe de Estado
de 2012, e pela possível entrada da Guiné Equaorial.
A
entrada da Guiné Equatorial tem sido fortemente contestada por várias
organizações da sociedade civil, que acusam o governo de vários atentados aos
direitos humanos e à liberdade no país.
"Se
queremos intervir e influenciar é melhor termos connosco, é melhor
aproximarmo-nos desse processo, dialogarmos e o resultado virá, talvez, um
bocado mais tarde mas será um consolo, será uma satisfação por termos
contribuido para as mudanças", afirmou Xanana Gusmão.
"Às
vezes somos independentes há muitos anos e pensamos que já estamos livres e
estamos subjugados a estereótipos. Falo de académicos, poetas, escritores,
sociedade civil que se especializam em direitos humanos, em fome. Qualquer
governo não pode ser uma máquina burocrática para ver ou ser especializada em
alguns aspetos só, tem de haver todo um processo de desenvolvimento do país que
equilibra as coisas. Se ficarmos demasiado padronizados nos nossos pensamentos
não conseguimos olhar outros problemas e nunca avançamos", disse,
acrescentando que acredita nas mudanças mas também nas dificuldades de qualquer
processo em determinado país e região.
Em
relação à presidência timorense da CPLP, Xanana Gusmão disse que vai ser dada
continuidade a todos os eixos considerados em todas as presidenciais e aos
esforços que têm sido feito de concertação política e diplomática, na
cooperação e na promoção da língua portuguesa.
No
âmbito da concertação política e diplomática, o líder do governo timorense
destacou a Guiné-Bissau.
"As
eleições democráticas são sempre bonitas em todo o lado do mundo, mas atendendo
a que a Guiné-Bissau vem há várias décadas fragilizando-se há que pensar
profundamente em como segurar os resultados já alcançados pelo povo",
salientou.
Outro
eixo importante apontado por Xanana Gusmão é o económico.
"Às
vezes falamos de pobreza, de direitos humanos, de condições de vida das nossas
populações e tendo feito uma análise a toda a comunidade, reparado nas graves
assimetrias que existem dentro da comunidade e em cada país, nós próprios
temos, percebemos que o setor económico é que poderá viabilizar todos os outros
Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Sem isso nada se consegue",
concluiu.
Lusa,
em Sapo TL
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