Macau,
China, 31 ago (Lusa) - O presidente da Associação dos Advogados de Macau, Neto
Valente, considerou hoje "completamente evitável" a detenção na
última semana de alguns promotores do referendo civil sobre o sufrágio
universal e reafirmou não existir ilegalidade na consulta.
"Continuo
a pensar que não havia nada de ilegal em fazer sondagens. O governo faz
sondagens todos os dias", disse Neto Valente, à margem da eleição do chefe
do Executivo, Fernando Chui Sai On.
Para
Jorge Neto Valente a questão do tratamento dos dados do referendo é secundária,
criticando também a ausência de qualquer reação das autoridades a uma
iniciativa idêntica, mas contra a realização do referendo.
"Quanto
a esses ninguém pôs em causa e também é pela internet, também tem recolha de
dados, e quanto a isso não se fez nada. Na minha opinião está mal",
sublinhou.
Apesar
de críticas feitas às autoridades locais, Neto Valente defende que os
organizadores do referendo "obtiveram o que queriam", ou seja,
"projeção mediática", porque "não são meia dúzia de pessoas que
alteram as circunstâncias".
"São
sempre as mesmas pessoas que se multiplicam em associações. Acho
que isto já cansa. Estou farto de aturar as mesmas pessoas que estão
permanentemente a criar entraves ao funcionamento normal da vida. Estou farto
de ouvir barulho que não se justifica. Essas pessoas não representam
nada", afirmou.
Neto
Valente disse também que os membros da Comissão Eleitoral "já provaram
alguma coisa na sociedade de Macau" e quem faz "barulho por barulho
não representa nada".
"É
mais propaganda que outra coisa. Mas é deixá-los ter ideias diferentes, têm
todo o direito de as ter", acrescentou.
A
propósito da eleição do chefe do Governo, o presidente da Associação dos
Advogados de Macau considerou que nada se alterou relativamente às eleições
anteriores.
"Com
um aumento de 100 membros, não mudou nada na orientação da comissão eleitoral
(e) a percentagem (de votos) desta vez até foi superior à da última
votação", explicou, ao acrescentar que o processo eleitoral de Macau tem
de ser visto "no contexto".
"Isto
é uma situação única em processos eleitorais. Macau tem um sistema próprio que
é este. Não há nenhuma revolução eleitoral, não pode haver, porque é assim que
as coisas são estabelecidas. Não se espera nada de radical com a eleição do
chefe do Executivo", concluiu.
JCS/ISG
// MAG - Lusa
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