quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

EUA E UE PAGAM OS AGITADORES E MANIFESTANTES UCRANIANOS

 

Paul Craig Roberts
 
A escalada de provocações e violência na Ucrânia seria trágica só por si. Mas é-o muito mais se se tiverem em conta as implicações e os objectivos da desestabilização em curso. Tornou-se já completamente claro um padrão na estratégia do imperialismo: cada país que desestabiliza e destrói torna-se uma nova reserva de carne de canhão mercenária para novas desestabilizações noutro lugar mais adiante. É assim com os grupos armados de radicais islâmicos no Norte de África e no Médio Oriente, é assim com os grupos de extrema-direita e fascistas na Europa de Leste.
 
Têm-nos chegado certo número de informações de leitores confirmando que Washington está a alimentar os protestos violentos na Ucrânia com dólares dos nossos contribuintes. Washington não tem dinheiro para cupões de alimentos ou para evitar as execuções de empréstimos à habitação, mas tem montes de dinheiro para subverter a Ucrânia.
 
Escreve um leitor: “A minha mulher, de nacionalidade ucraniana, tem contacto semanal com os pais e amigos em Zhytomyr [noroeste da Ucrânia]. Segundo eles, a maior parte dos manifestantes recebem um pagamento médio de 200-300 grivna, correspondendo a 15-25 euro. Conforme além disso ouvi, uma das agências mais activas e ‘balcão de pagamentos’ do lado da UE é a alemã ‘Konrad Adenauer Stiftung’, intimamente ligada à CDU, ou seja, ao partido da srª. Merkel.”
 
Conforme por mim relatado a 12 de Fevereiro, “Protestos orquestrados por Washington desestabilizam a Ucrânia” http://www.paulcraigroberts.org/2014/02/12/washington-orchestrated-protests-destabilizing-ukraine/, a secretária de Estado adjunta Victoria Nuland, russófoba raivosa e neoconservadora militarista, disse ao National Press Club em Dezembro último que os EUA “investiram” 5 mil milhões de dólares na organização de uma rede para atingir os objectivos americanos na Ucrânia, de forma a dar à Ucrânia “o futuro que merece”. http://www.informationclearinghouse.info/article37599.htm Nuland é a funcionária do regime de Obama que foi apanhada em flagrante dizendo o nome dos membros do governo ucraniano que Washington quer impor ao povo ucraniano logo que os manifestantes pagos derrubem o actual governo eleito e independente.
 
O que Nuland entende por futuro da Ucrânia tutelado pela UE é a Ucrânia ser saqueada como a Lituânia e a Grécia e usada por Washington como plataforma para bases de mísseis dos EUA contra a Rússia.

Das respostas que recebi ao meu pedido de confirmação da informação enviada para mim da Moldóvia, http://www.paulcraigroberts.org/2014/02/14/russia-attack-paul-craig-roberts/, há provas suficientes que Washington fomentou distúrbios para que os jornais ocidentais e as televisões investigassem. Mas, não o fizeram. Como sabemos, as “presstitutas” (“presstitute”, neologismo associando as palavras inglesas “press” imprensa e “prostitute” – N.T.) são facilitadoras dos crimes e duplicidades de Washington. No entanto, os media americanos noticiaram que o governo ucraniano paga a ucranianos para se manifestarem a favor do governo. http://www.usatoday.com/story/news/world/2014/02/16/ukraine-government-protests/5435315/
 
Conforme Karl Marx escreveu, o dinheiro transforma tudo em mercadoria para ser comprada e vendida. Não ficaria surpreendido se alguns manifestantes trabalhassem para ambos os lados.
 
Evidentemente que nem todos os manifestantes são pagos. Há nas ruas imensos tolos ingénuos que pensam estarem a protestar contra a corrupção do governo da Ucrânia. Ouvi alguns. Sem dúvida que o governo da Ucrânia é corrupto. Qual o governo que não é? A corrupção governamental é universal, mas é fácil saltar da frigideira para o lume. Os manifestantes ucranianos parecem pensar que escapam à corrupção indo para a UE. É óbvio que estes tolos ingénuos não conhecem o relatório sobre a corrupção da UE emitido a 3 de Fevereiro pelo comissário europeu para os Assuntos Internos. O relatório afirma que existe uma ligação entre os assuntos políticos e a corrupção que afecta todos os 28 países membros da UE e custa às economias da UE 162,2 mil milhões de dólares por ano http://www.aljazeera.com/news/europe/2014/02/eu-report-corruption-widespread-bloc-20142313322401478.html É evidente que os ucranianos não escapam à corrupção ligando-se à UE. A corrupção seria de facto pior.
 
Não tenho objecção aos protestos dos ucranianos contra a corrupção governamental. Na verdade, esses tolos podiam beneficiar da lição que aprenderiam logo que o país estivesse nas mãos corruptas de Bruxelas e Washington. O que tenho objecção a fazer é à falta de lucidez da parte dos manifestantes que ao deixarem-se manipular por Washington empurram o mundo para uma guerra perigosa. Ficaria surpreendido que a Rússia ficava satisfeita por ter na Ucrânia bases militares e com mísseis.
 
Foram loucos como Nuland jogando grandes jogadas que nos deram a I Guerra Mundial. A III Guerra Mundial seria a última guerra. A tendência de Washington para explorar cada oportunidade para estabelecer a sua hegemonia sobre o mundo está a levar-nos à guerra nuclear. Como Nuland, uma percentagem significativa da população da Ucrânia ocidental é russófoba. Conheço a questão da antipatia ucraniana pela Rússia, mas as emoções ucranianas alimentadas com o dinheiro de Washington não podem dirigir o curso da história. Não iriam restar historiadores para documentarem como os ucranianos tolos e imbecis prepararam o mundo para a destruição.
 
O Diário - Tradução: Jorge Vasconcelos
 
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Mais de 30% de estudantes cabo-verdianos em situação ilegal nas ilhas Canárias

 

A Nação (cv)
 
Os estudantes cabo-verdianos nas Canárias estão preocupados com a situação de ilegalidade em que muitos são obrigados a viver. Dizem-se abandonados pelas autoridades do seu país, que, além de não renovarem o convénio que lhes permita viver legalmente, fazem promessas que não cumprem.
 
Nádia Cristina, 22 anos, estudante na Universidade de Las Palmas de Gran Canárias (ULPGC), considera preocupante a situação em que se encontram dezenas de cabo-verdianos que escolheram as Canárias para seguir a sua formação superior.
 
É dos poucos estudantes que aceita dar a cara porque é, também, dos poucos que se encontra em situação legal. Acredita que mais de 30 por cento dos seus colegas naquela região espanhola estão sem os documentos exigidos, vivendo por isso na clandestinidade e ilegalidade, com tudo de mau que isso possa significar para um estudante estrangeiro num meio como as Canárias.
 
"Estou indignada com a situação irregular de muitos estudantes aqui nas Canárias. Muitos foram os ministros, o embaixador de Cabo Verde na Espanha, que aqui estiveram e nos prometeram muitas coisas, desde 2007. Já estamos à espera de soluções há mais de seis anos, mas o que vemos é que a situação está cada vez pior", desabafa.
 
Nádia Cristina, que confessa não estar em situação pior, diz-se desgastada ao ver colegas a passarem por tanta aflição, sem poder fazer nada. "O mais grave é a ilegalidade de muitos estudantes”.
 
Mas não é só isso. “Falta também uma entidade que nos represente, pois, a sede onde fica o consulado de Cabo Verde responde pelo nome de Yuba, uma empresa, nunca conseguimos contactar o cônsul porque ele está sempre em viagens em questões que dizem respeito os seus negócios”.
 
A não renovação do convénio entre Cabo Verde e as Canárias parece também ter trazido alguns constrangimentos para os estudantes cabo-verdianos. "Precisamos que renovem esse acordo e que as exigências para se estudar aqui sejam logo esclarecidas, porque, a cada ano, parece que mudam as regras", diz Nádia Cristina, desconsolada.
 
Perigo de não terminar o curso
 
O que mais "dói" em Nádia, segundo a mesma confessa, é a "má fama" que se atribuem em Cabo Verde aos estudantes nas Canárias, sem saber as "privações" por que passam.
 
Segundo relato de outros estudantes contactados por A NAÇÃO, por causa desse "abandono", muitos estudantes vêm-se obrigados a dormirem nas próprias universidades porque não têm dinheiro para pagarem a renda de uma casa ou mesmo um quarto. "Ficam ali porque algumas universidades ficam com a porta aberta durante 24 horas", diz um desses estudantes, sob anonimato, para se proteger da polícia.
 
Outra fonte, que regressou a Cabo Verde sem terminar os estudos, diz que já teve de "dar agasalho" a vários colegas nas Canárias. "Vim embora porque não tinha condições de lá continuar", afirma esta jovem, para quem, tal como Nádia Cristina e outros estudantes, o acréscimo obrigatório de 350 euros para 530 euros no dinheiro que os pais têm de enviar aos filhos para poderem sobreviver naquele arquipélago é demais.
 
"Temos de entregar documentos comprovatórios para termos o visto de residência. Com a obrigatoriedade de termos 530 euros, todos os meses, fica muito difícil viver, ainda por cima, o visto de residência para estudante não nos permite trabalhar, e mais, a maioria vive com uma média de 300 euros", conta Nádia Cristina.
 
Medo
 
Diante das exigências, quando o estudante não consegue reunir todos os requisitos de renovação do visto atempadamente nas Canárias é-lhe apontado como solução "regressar a Cabo Verde” e com os documentos retornar àquele arquipélago. "O problema é que muitos optaram por este caminho e nunca mais regressaram, pois são-lhes criadas barreiras em Cabo Verde", diz um dos estudantes ouvidos pelo A NAÇÃO.
 
Um outro estudante, que já está no último ano do curso, confidenciou-nos que está clandestino e que não pensa, mesmo assim, regressar a Cabo Verde para renovar o visto. "Se for não regresso, não me vão permitir. Portanto, prefiro continuar como estou; arrisco todos os dias, já que para renovarmos a matrícula nas universidades não nos pedem o visto renovado. Quando terminar os estudos, aí sim, regresso".
 
Sem os documentos em dia, o estudante estrangeiro não pode concorrer a bolsas, nem circular nos estados Shengen (Europa), etc. "O que mais lamento é não poder passar férias em Cabo Verde. Como eu, vários outros colegas estão na mesma situação”.
 
Uma outra estudante que tem dificuldades em pagar os estudos disse que contactou o actual ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação (MESCI), António Correia e Silva, a quem explicou a situação mas que até hoje espera por ajuda. "Ele fez uma promessa, trocamos e-mail, disse-me que encaminhou o meu pedido para o departamento que cuida desses assuntos. Disseram-me que já têm o resultado, mas nunca mais soube de nada".
 
Diante de um tal quadro os estudantes cabo-verdianos nas Canárias dizem-se abandonados pelo governo do seu país. E diante dessa acusação este jornal tentou contactar o MESCI, António Correia e Silva, para esclarecer essas questões, mas, até o fecho da edição, não obtivemos nenhuma resposta. Isso não obstante ele saber do nosso interesse há vários dias.
 

São Tomé e Príncipe tem novo chefe de estado-maior das forças armadas

 


O Presidente de São Tomé e Príncipe e comandante supremo das Forças Armadas, Manuel Pinto da Costa, deu esta quarta-feira à tarde, no palácio presidencial, posse ao novo chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, Justino Lima
 
O Presidente de São Tomé e Príncipe e comandante supremo das Forças Armadas, Manuel Pinto da Costa, deu esta quarta-feira à tarde, no palácio presidencial, posse ao novo chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, Justino Lima.
 
"A instituição militar tem princípios, verticalidade, disciplina, coesão, obediência, isenção e deve ser dedicada a causa da nação. No meu comando irei pautar por estes princípios", prometeu no novo CEMGFA.
 
Até a sua nomeação como novo chefe de Estado-Maior, Justino dos Ramos Lima, era coronel e chefe da casa militar do Presidente da República. Um decreto do governo tornado público hoje promoveu-o "a título excecional" ao posto de brigadeiro para exercer as novas funções.
 
Justino dos Ramos Lima, 55 anos de idade, formado na Academia Militar de Cuba e com o curso de promoção a oficial superior no Instituto de Altos Estudos Militares em Portugal, assume as funções depois da demissão do brigadeiro Felisberto Maria Segundo.
 
Felisberto Segundo demitiu-se na sequência da insubordinação militar, ocorrida nos dias 10 e 12, e que foi classificada como sendo de "muita gravidade". Os militares recusaram-se a prestar honras militares ao Presidente da República durante a sua viagem e regresso de Congo Brazzaville.
 
"Eu como chefe não podia conviver com esta situação e é necessário cada um responsabilizar-se pelos seus atos", disse Felisberto Segundo para explicar os motivos da sua demissão.
 
"Nós vamos abrir um inquérito para apurar as causas dessa situação porque não se pode admitir que numas Forças Armadas, onde deve reinar a disciplina, se verifique insubordinação, uma desordem total", acrescentou.
 
O decreto governamental que nomeia o novo Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas estipula que o antigo chefe de Estado-Maior passe "imediatamente" à "situação de reserva".
 
Lusa, em Novo Jornal (ao)
 

Angola: Continua o silêncio sobre o desaparecimento de Kassule e Kamulingue

 


Familiares dizem que "está tudo parado" e activistas começam a duvidar que os verdadeiros responsáveis pelos raptos e assassinatos serão levados à justiça.
 
Manuel José – Voz da América
 
Quase dois anos após o desaparecimento dos activistas Alves Kamulingue e Isaías Kassule as suas famílias continuam a desconhecer o paradeiro dos corpos e queixam-se da falta de informação sobre o caso.

Com efeito, após a procuradoria ter confirmado há várias semanas a prisão de diversas pessoas alegadamente envolvidas no crime há agora um silêncio que preocupa activistas que dizem duvidar agora que os verdadeiros responsáveis sejam levados à justiça.

Horácio Essule, pai de Alves Kamulingue, disse que os familiares não sabem o que se passa com as investigações: "Nenhuma informação temos, as coisas até agora, senhor jornalista, estão paradas".

Horácio Essule e familiares aguardam também pelas ajudas prometidas pelo Estado angolano, sobretudo ligadas às matrículas escolares dos órfãos de Kassule e Kamulingue que tardam em chegar.

"Eles garantiram que iriam ver esta parte do estudo das crianças, até agora estão sem estudar e nós não temos possibilidades, para poder matricular os nossos netos", lembrou.

Outra preocupação prende-se com a assistência às viúvas, como um lugar para morar, alimentação e outros apoios.

"As nossas noras estão em casas de renda temos que contribuir para pagar a renda da casa ou comprar comida e às vezes as crianças adoecem, vamos fazer como? Estamos assim encostados, honestamente falando o Estado nunca nos apoiou," lamentou.

Quanto ao processo, de acordo com o advogado Salvador Freire, corre os seus trâmites na Procuradoria com várias pessoas a serem interrogadas, mas a activista cívica Ermelinda Freitas diz não acreditar que este processo produza algum resultado.

"Acho que este caso não está a ser resolvido, eles prendem várias pessoas só para tapar os nossos olhos”, disse Freitas que afirmou não acreditar que os agentes dos serviços de informação que foram presos tenham agido por conta própria.

“Alguém ordenou de cima, nenhum militar ou polícia sai de casa com a ideia de apanhar aquela pessoa e matar, por trás deles há pessoas graúdas", acrescentou, dizendo ainda que "o problema da impunidade ainda é uma realidade na nossa justiça”.

"Não há nenhuma lei que caia sobre esta gente, polícias ou nem nada, eles fazem o que querem e ficam impunes, enquanto a justiça estiver dependente do Presidente da República não vai haver justiça no nosso país”, concluiu Ermelinda Freitas.
 

Angola: “INÍCIO DA LUTA ARMADA NÃO TEM A VER COM O MPLA”

 

Domingos Cazuza – Novo Jornal (ao)
 
A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) exige participar em qualquer comissão que se constitua para a elaboração da história moderna de Angola, afirmou Fernando Pedro Gomes, secretário para os assuntos jurídicos e constitucionais desta formação política.
 
Pedro Gomes repetiu as acusações de que o partido no poder tem vindo a deturpar a verdadeira história do início da luta armada, acusando também o MPLA de falsificar a data de formação do partido.
 
Segundo aquele dirigente da FNLA, "não há nenhuma mão" do MPLA no início da luta armada, a 4 de Fevereiro de 1961.
 
"Os bajuladores na Rádio Nacional e na Televisão, muitos a falar sem eira nem beira, esqueceram-se de que o MPLA tinha acabado de nascer em 1960, sobre pressão sofrida pelos seus dirigentes na segunda conferência de Túnis, em Dezembro de 1960", lembrou Pedro Gomes, acentuando que na data em que a luta armada foi iniciada "o MPLA não estava em condições, nem organizacionais, nem estruturais para levar a cabo uma acção política de relevo no interior de Angola".
 
O dirigente da FNLA acrescentou que o MPLA nasceu na Guiné Conacry, sem raízes no interior de Angola.
 
"Os relatos da PIDE são claros sobre esta matéria. Portanto, quem quiser falsificar a história tem de procurar outra história", continuou o político, adiantando que, para além de falsificar o seu envolvimento no 4 de Fevereiro, o MPLA falsifica também a data da sua formação para poder reivindicar a sua participação no início da luta armada.
 
O também professor universitário esclareceu que um dos dirigentes históricos do MPLA, Mário Pinto de Andrade, tinha reconhecido, antes de morrer, que o MPLA não esteve relacionado com o 4 de Fevereiro e que, ao contrário do propagandeado, o MPLA não tinha sido formado em 1956. "É uma situação muito perigosa. Há uma tentativa de forjar a verdade com o intuito de ser protagonista da história e subverter os factos, com intenção de neocolonizar o angolano", acusou Gomes, para quem o MPLA "sofre de complexos de inferioridade".
 
Para o dirigente, o abandono a que estão votados os antigos combatentes da UPA/FNLA parece enquadrar-se na estratégia de se dizimar as fontes históricas reais. O objectivo "é matar a história de todos estes velhos para depois eles inventarem a historia à sua maneira", insistiu.
 
"Se nós queremos uma história genuína, puramente angolana sem lhe acrescentar quaisquer tipos de ingredientes de falsidade, porque não convidar a UPA/FNLA para fazer parte da comissão para a elaboração da história moderna?", interrogou. "Nós queremos fazer parte de todas comissões para elaborar a história moderna de Angola", concluiu.
 
Data esteve ligada ao MPLA
 
Já o historiador Fernando Manuel esclareceu que o 4 de Fevereiro de 1961 tem sim a ver com o MPLA, "embora tenha havido a contribuição de um elemento ligado à igreja Católica e que não tem nada a ver com ideologias partidárias, que é o cónego Manuel das Neves".
 
Justificando a sua afirmação, Fernando Manuel afirmou que "a história é feita no espaço e no tempo" e todas as fontes consultadas, "muitas delas vindas do exterior", apontam para a ligação do MPLA a esta acção.
 
"Mas havia algumas pessoas que não eram deste partido, como é o caso do cónego Manuel das Neves, que é um homem ligado à igreja Católica e que apoiava os movimentos nacionalistas, porque amava a sua terra e também participou na preparação da acção que viria a ser desencadeada a 04 de Fevereiro de 1961", esclareceu.
 
"Os historiadores são livres de pensar nas suas ideias, porque nós bebemos de várias fontes - continuou - mas tudo indica que foram patriotas instruídos pelo Movimento Popular de Libertação de Angola, fundado a 10 de Dezembro de 1956, cujo manifesto dizia que o colonialismo nunca iria cair sem a luta armada, que fizeram com que os nacionalistas pegassem em armas brancas e lutassem contra o colonialismo portugueses", defendeu.
 
Na visão de Fernando Manuel, "o 4 de Fevereiro é um marco histórico na vida do povo angolano e teve alguns antecedentes".
 
O historiador referiu-se concretamente ao processo dos 50, quando meia centena de compatriotas foi levada a julgamento sumário, a 29 de Março de 1959, sob a acusação de terroristas.
 
"Desta grande barbárie colonial, que foi o processo dos 50, temos alguns sobreviventes, como são os casos dos nacionalistas Mendes de Carvalho, Amadeu Amorim, entre outros", notou.
 
Para o professor universitário, esta data foi a gota de água na insatisfação dos angolanos que veio a transbordar o copo na madrugada do dia 4 de Fevereiro "em que um punhado de nacionalistas, entre eles Paiva Domingos da Silva, Imperial Santana e a heroína Engrácia Cabuenha, pegaram nas catanas para dizer basta ao colonialismo e conseguiram mobilizar alguns patriotas corajosos que mataram os sustentáculos dos lugares considerados intransponíveis do poder colonial".
 
"Refiro-me às cadeias de São Paulo, onde, na altura, se encontravam detidos muitos patriotas angolanos sem justa causa, à casa da reclusão situada no Porto de Luanda, que hoje e com justa razão os sobreviventes do 4 de Fevereiro reclamam que seja um momento histórico nacional e creio que o Ministério da Cultura está a tratar disto", elucidou.
 
De acordo com Fernando Manuel, após os acontecimentos daquela data, "a acção foi selvaticamente reprimida pela PIDE/DGS" e a repressão iniciada em Luanda estendeu- -se a outras zonas periurbanas, nos conhecidos musseques, e alastrou a outros municípios, onde alguns intelectuais, que na altura já tinham a 4ª classe, foram chamados de agitadores e muito deles foram massacrados.
 
"Isto fez com que houvesse um grande êxodo populacional da cidade de Luanda e de outras cidades costeiras que foram atingidos por esta repressão e outros foram parar aos países vizinhos, fundamentalmente no Baixo Congo, no ex-Congo Leopoldeville, actual República Democrática do Congo, outros para a Zâmbia, a fim de salvaguardarem a sua vida", concluiu.
 

Angola: PRODUZIMOS CADA VEZ MAIS OVOS EM HOMENAGEM A SANTA ISABEL!

 

Folha 8 – 14 fevereiro 2014
 
O ministro da Economia, Abraão Gourgel, inaugurou em Luanda a primeira fábrica de alimentos com­postos para animais, na fazenda Pérola do Kikuxi, que vai aumentar subs­tancialmente a produção de ovos. Finalmente o país compreendeu que a mu­lher mais rica de África, a multimilionária Isabel dos Santos, tinha razão quan­do, ainda criança, come­çou a vender ovos nas ruas de Luanda.
 
A unidade industrial agora inaugurada tem uma área de 1.200 metros quadrados e dedica-se à produção de nutrientes para a alimen­tação de aves e suínos. Assim, produz de 15 a 20 toneladas de rações por hora e gerou 380 empre­gos directos.
 
Segundo o Jornal de Ango­la, as “aves produzem ovos da marca “Kikovo”, co­mercializada no mercado nacional”. Quando todos pensavam que as galinhas se limitavam apenas a pro­duzir ovos, eis que nesta fábrica se consegue que elas produzam ovos já com marca comercial.
 
No final da visita, Abraão Gourgel disse que a fábri­ca de alimentos compos­tos para animais oferece condições favoráveis para acelerar a produção de ovos no país, no quadro da política do Executivo para diversificação da econo­mia nacional.
 
“São projectos como estes que permitem impulsio­nar a nossa economia e melhorar os níveis de pro­dução interna, reduzindo as importações”, referiu o ministro que, por lapso, se esqueceu também de re­ferir que este sinal de pro­gresso se deve ao espírito estratégico e inovador do Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
 
Na mesma ocasião, o consultor do ministro da Economia, Licínio Vaz Contreiras, disse que o programa “Angola Inves­te” prevê atingir 70 por cento das necessidades do mercado em ovos até final do ano. Provavelmente com algumas modifica­ções genéticas as galinhas produzirão ovos com as diferentes marcas comer­ciais e, quem sabe, até com as cores do proprietário ou do Governo.
 
“Em 2012, quando visitámos a fazenda Pérola do Kikuxi, existiam apenas 25 mil gali­nhas em crescimento, hoje 200 mil galinhas geram um ovo por dia”, afirmou Licí­nio Vaz Contreiras, desco­brindo – o que importa real­çar – um verdadeiro ovo de Colombo.
 
E acrescentou que “esta unidade fabril começa a resolver a cadeia de pro­dução de ovos e frangos, que para nós constitui um grande impulso ao sector aviário”. Talvez assim, nas zonas mais inóspitas, pos­samos assistir as jovens de cesto na mão a vender os ovos nas picadas, procu­rando um dia serem tam­bém milionárias.
 
No passado a produção interna era de apenas 400 mil ovos por dia, hoje são produzidos mais de 800 mil ovos por dia. “A Pé­rola do Kikuixi e a “Aldeia Nova” representam quase 50 por cento da produção interna. Isto demonstra que estamos a alcançar os nossos objectivos”, salien­tou Licínio Vaz Contreiras.
 
Por sua vez a administra­dora da “Pérola do Kikuxi”, Elisabete Dias dos Santos, disse que a fazenda vai fornecer ao mercado pro­dutos com a qualidade dos padrões internacionais. Com 18 anos de existência, a “Pérola do Kikuxi” tem 200 mil galinhas, com uma média de produção de 180 mil ovos por dia. No sector aviário da fazenda existem sete naves, das quais três possuem galinhas de pos­tura a produzir ovos dia­riamente.
 
Elisabete Dias dos Santos acrescentou que a meta é atingir um milhão de gali­nhas e uma produção aci­ma dos cinco milhões de ovos por dia.
 
A administradora da fa­zenda “Pérola do Kikuxi” salientou igualmente que a fábrica de rações visa dar seguimento à produ­ção aviária nacional a um ritmo acelerado e refor­çar – como não poderia deixar de ser - o programa do Executivo que define a avicultura como um sector importante da vida econó­mica nacional. Isto, é claro, sem esquecer o alto patro­cínio do Presidente da Re­pública.
 
Certamente que o Execu­tivo não deixará de imple­mentar o lançamento de ovos da marca “Isabel dos Santos”, destinados à ex­portação, corresponden­do, aliás, à emblemática tese da filha do Presidente que diz: “Tive sentido para os negócios desde muito nova. Vendia ovos quando tinha seis anos”.
 
Isabel dos Santos, a mulher mais rica de África, é já um património da humanida­de, sobretudo a nível da transparência empresarial e da valorização de um produto quase autóctone – o ovo. Não são produzidos pelas chamadas galinhas de Angola mas de um seu parente, o que para o efeito é irrelevante.
 
Além disso, como se sabe, a ascensão empresarial da Santa Isabel dos Ovos não se deveu, longe disso, ao facto de ser filha do dono do aviário, mas tão somen­te à sua capacidade gené­tica para antecipar os bons negócios, dos quais a ven­da de ovos foi um talismã.
 
Acresce que todas as afirmações de Isabel dos Santos, ovíparas ou não, constituem um legado da humanidade. Vejamos al­gumas que fez ao influente jornal britânico Financial Times:
 
“Lembro-me quando exis­tiam 300 mil carros em Luanda, quando existiam 600 mil carros, quando existia um milhão de car­ros e agora penso que existem 2 milhões de car­ros. Está relacionado com o crescimento do mercado de consumo. Apenas cres­ceu de forma muito mais rápido do que as infra­-estruturas podiam acom­panhar”.
 
“Como se consegue baixar a desigualdade em Angola? Criando oportunidades e criando cada vez mais de­senvolvimento. Acordar de manhã e ir trabalhar, fazer alguma coisa. Vai de­morar muito tempo, mas quanto mais coisas se fizer acontecer, mais coisas se­rão construídas”.
 
“Duvido [que os meus pais tenham sido apresentados pela KGB, quando se co­nheceram na antiga União Soviética]. Demoraram sete anos a casar, a obter as autorizações. Não pen­so que tenha sido o KGB, pois nesse caso teriam ob­tido os papéis mais cedo.”
 
“O meu pai gosta de cozi­nhar. Gosta de Peixe. Nun­ca tivemos o sentido da grandiosidade. Eu ia a pé para a escola”.
 
“Imagino que seja muito difícil distinguir o pai da filha. Penso que essa difi­culdade advenha de estar a fazer as minhas coisas e o meu pai ser uma figura política africana muito for­te há tantos anos”
 
“Os meus pais foram mui­to exigentes comigo. Ti­nha cerca de 23 horas de aulas por semana, mais os laboratórios, mais os rela­tórios, pelo que não havia tempo para divertimen­tos.”
 
“Há muitas pessoas com ligações familiares, mas que hoje não são ninguém. Se for trabalhador e de­terminado vai ter sucesso e isso é o principal. Não acredito em caminhos fá­ceis”.
 
“Não estou envolvida na política e nunca tive qual­quer papel na política. Nunca tive um emprego na administração pública. Não trabalho com o Governo”.
 
“Estou sempre a trabalhar, sete dias por semana. O trabalho é divertido. Se faz alguma coisa que vai dar um emprego a alguém, e essa pessoa depois pode pagar a educação do seu fi­lho, e depois o seu filho vai ser um médico, que prova­velmente ajudará muitas outras pessoas, isso é mui­to motivante. Muito mais divertido do que ir para a praia”.
 

Moçambique: FRELIMO PEDE DESARMAMENTO TOTAL DA RENAMO

 


Maputo, 19 Fev (AIM) A bancada da Frelimo na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, reiterou hoje, em Maputo, a urgência de desarmar todos os homens armados da Renamo, maior partido da oposição e antigo movimento rebelde, para que abandonem definitivamente a violência e a guerra.

Segundo a Chefe da bancada parlamentar da Frelimo, Margarida Talapa, os moçambicanos esperam ansiosamente que a Renamo assuma a sua responsabilidade na consolidação da paz e da democracia,
cessando os ataques que continua a perpetrar, semeando luto e dor nas famílias moçambicanas.

É imperioso desarmar todos os homens da Renamo para se reinserirem na sociedade como cidadãos verdadeiramente livres, afirmou Talapa, discursando na abertura da IX Sessão Ordinária do mais alto órgão do poder legislativo em Moçambique.

Talapa explica que o abandono das armas, por parte da Renamo, é uma urgência e exigência dos camponeses, trabalhadores, professores, pessoal da saúde, empresários, investidores e crianças.

Depois do pacote eleitoral, a desmilitarização da Renamo é uma das questões que vai a mesa do diálogo, entre o Governo e a Renamo, no ponto da agenda sobre Defesa e Segurança.

DEPÓSITO DO PACOTE ELEITORAL É SINAL DE COMPREENSÃO DA RENAMO

Para Talapa, o facto de a Renamo ter depositado o projecto de revisão do pacote eleitoral na AR significa que esta formação compreendeu o sentido e o alcance dos reiterados apelos do estadista moçambicano, Armando Guebuza, de que o diálogo sério e construtivo a única via para a resolução dos problemas e ultrapassar as diferenças.

Talapa prometeu que a bancada da Frelimo discutirá abertamente e com celeridade o projecto submetido pela Renamo a AR, saído da mesa do diálogo.

A bancada da Frelimo está pronta e aberta para, com celeridade que se impõe, trabalhar para a revisão da legislação eleitoral, referiu.

Com efeito, o parlamento agendou para esta quinta e sexta-feira da semana corrente o debate e aprovação, em sessão plenária, do projecto de revisão das cinco leis que compõem o pacote eleitoral.

Inicialmente, o primeiro ponto da agenda da AR contemplava informações e perguntas do governo. Contudo, esta matéria será analisada mais tarde devido a necessidade urgente de se alterar o pacote eleitoral.

Refira-se que a Renamo condicionava a sua participação nas eleições gerais de 15 de Outubro próximo, à alteração do pacote eleitoral por forma a acomodar as suas pretensões eleitoralistas.

Enquanto isso, a ala militarizada da Renamo pressionava a alteração do pacote, através de ataques a alvos civis e militares, sobretudo na província central de Sofala.

Assim, Talapa saudou a decisão da Renamo de participar nas próximas eleições gerais, afirmando que desta forma este partido agiu
como uma genuína força politica não armada.

BOM SENSO DEVE PREVALECER NA MAGNA CASA
RENAMO

Por sua vez, a Chefe da Bancada parlamentar da Renamo, Angelina Enoque, disse esperar que o bom senso que prevaleceu na mesa do diálogo com o governo, em torno do pacote eleitoral, continue na magna casa para que este instrumento seja aprovado por consenso.

Uma das grandes espectativas, segundo Enoque, é a aprovação
em tempo útil da legislação eleitoral para que compatriotas nossos possam integrar os órgãos eleitorais e partilhar as actividades que infelizmente já estão em curso.

Angelina Enoque, que também falava na abertura da IX sessão ordinária da AR, referia-se claramente ao recenseamento eleitoral de raiz que arrancou Sábado passado.

Ela elogiou as partes intervenientes no diálogo (Governo e Renamo), pela forma como
conseguiram deixar de lado as diferenças e se uniram no interesse comum: a paz.

MDM ACUSA FRELIMO E RENAMO DE PROMOVEREM DIÁLOGO BIPARTIDÁRIO

Enquanto isso, o Chefe da bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, acusou o partido governamental, a Frelimo, e a Renamo de promoverem um diálogo bipartidário.

Falando na abertura da IX sessão ordinária do parlamento, Simango recordou que os moçambicanos deram mandato não só a Frelimo e a Renamo, mas também ao MDM, como seus representantes na Assembleia da Republica.

Hoje, querendo como não, o MDM, partido político sem história militar, é um factor com que se tem de contar, quando se analisa e se decide sobre o futuro de Moçambique, sublinhou Simango.

A fonte referia-se aos consensos alcançados no diálogo entre o Governo e a Renamo em torno do pacote eleitoral que vai a debate, na AR, quinta e sexta-feira.

Contudo, Simango disse esperar um debate honesto, aberto e
livre do maquiavelismo, pois estaremos atentos as manobras e encenações visando acomodar interesses de uns contra outros, em detrimento do voto e mandato do povo.

Segundo Simango, as últimas eleições autárquicas provaram que os mecanismos, os procedimentos, o funcionamento, bem como a gestão das mesas de voto constituem
o centro do problema do sistema eleitoral moçambicano.

(AIM) mz/sg
 

Moçambique: Onze militares feridos em explosão durante exercício no centro

 

19 de Fevereiro de 2014, 15:27
 
Onze militares moçambicanos ficaram feridos hoje, três com gravidade, atingidos por projéteis, após erro de manuseamento durante uma manobra militar, num campo de treino em Chimoio, Manica, no centro do país.
 
Em declarações à Lusa, Benísio Rufino, um militar, disse que estilhaços de uma peça de artilharia pesada atingiram vários militares depois de a arma ter explodido no momento em que se encontravam em exercícios militares.
 
"Estávamos numa missão e hoje saímos para reciclagem. Quando íamos disparando, uma arma encravou e um colega saiu para reparar a arma e no seu regresso, na tentativa de voltar a disparar, a arma explodiu e fomos atingidos por estilhaços", contou Benísio Rufino, um militar ferido.
 
Os feridos deram entrada no Hospital provincial de Chimoio (HPC), onde permaneceram internados os três feridos graves, um nos cuidados intensivos.
 
Os 30 militares estavam no campo de Polígono, onde as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) efectuam as suas manobras militares, para a formação do seu efectivo na região centro do país.
 
Lusa, em Sapo MZ
 

CIMEIRA PORTUGAL-MOÇAMBIQUE REALIZA-SE EM MARÇO

 


"Identidade de pontos de vista" sobre adesão da Guiné-Equatorial à CPLP
 
É já no próximo mês que se vai realizar a cimeira bilateral Portugal/Moçambique. A decisão foi tomada pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países à margem da preparação da reunião do Conselho de Ministros da CPLP. Ambos afirmaram ainda que partilham a "identidade de pontos de vista" sobre adesão da Guiné-Equatorial à organização.
 
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Mahcete, e o seu homólogo moçambicano Oldemiro Baloi decidiram, esta quarta-feira, realizar a cimeira bilateral entre os dois países no próximo mês de março, de acordo com o semanário Expresso.
 
A decisão foi tomada hoje por Rui Machete e Oldemiro Baloi em Maputo, no encontro marcado para discutir os temas de interesse bilateral entre os dois estados e a preparação da reunião do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
 
Foi aliás à margem desta circunstância, e em declarações aos jornalistas, que os governantes declararam também comungar de uma "identidade de pontos de vista sobre as condições de adesão da Guiné-Equatorial" à organização lusófona.
 
"Eu não gostaria de estar a produzir declarações hoje sobre uma reunião que se vai dar amanhã, há um roteiro que a Guiné-Equatorial escolheu cumprir e naturalmente vai cumprir", disse Rui Machete.
 
Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique afirmou que o país subscreve a ideia de que a Guiné-Equatorial deve respeitar o plano de adesão que lhe foi imposto pela CPLP.
 
O roteiro definido pela CPLP para a adesão da Guiné Equatorial, condicionada ao parecer positivo de todos os membros, prevê, entre outras medidas, a promoção do uso do português - a língua principal do país é o espanhol - e a adoção de uma moratória sobre a pena de morte.
 
Notícias ao Minuto, com subtítulo Lusa-PG
 

Conselho contra a fome assinala Conselho e Ministros da CPLP quinta-feira em Maputo

 


Maputo, 18 fev (Lusa) -- Uma campanha de angariação de fundos para a luta contra a fome na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai marcar o início da reunião extraordinária do Conselho de Ministros da organização, que decorre dia 20 em Maputo.
 
A situação política na Guiné-Bissau e a candidatura da Guiné-Equatorial a membro da CPLP serão os pontos mais importantes da reunião extraordinária do Conselho de Ministros da organização, agendada para quinta-feira em Maputo, disse à Lusa fonte diplomática.
 
Antes do início dos trabalhos, será lançada uma campanha de angariação de fundos para a luta contra a fome, que será feita junto de organismos internacionais e do setor privado.
 
Segundo a fonte, o encontro vai juntar os ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) para um ponto de situação sobre os temas mais relevantes na organização.
 
Na reunião, será avaliado o processo de transição para a normalização da situação política na Guiné-Bissau, que está a ser dirigido por um governo interino desde o golpe de Estado em 2012, e os progressos que a Guiné-Equatorial deu para passar de Estado-observador a membro de pleno direito da CPLP.
 
Ainda em Maputo, os responsáveis pela diplomacia dos Estados membros da CPLP vão assistir ao lançamento de uma campanha contra a fome na organização, no quadro do compromisso assumido pela presidência moçambicana da organização de promoção da segurança alimentar.
 
Fazem parte da CPLP Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
 
PMA/PJA // PJA - Lusa
 

MNE TIMORENSE REALIZA VISITAS DE TRABALHO A MOÇAMBIQUE E INDONÉSIA

 


Díli, 18 fev (Lusa) - O chefe da diplomacia de Timor-Leste, José Luís Guterres, viajou hoje para visitas de trabalho a Moçambique e Indonésia, refere em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense.
 
Em Maputo, Moçambique, José Luís Guterres vai participar na reunião extraordinária do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que vai decorrer quinta-feira.
 
"Das questões que vão estar em cima da mesa farão parte o processo de adesão da Guiné Equatorial à CPLP, a apresentação do representante especial dda CPLP para a Guiné-Bissau e o acompanhamento da situação política naquele país", segundo o comunicado.
 
Timor-Leste assume a pela primeira vez a presidência da CPLP durante a próxima cimeira da organização, que se deverá realizar em julho em Díli.
 
De Moçambique, José Luís Guterres viaja para a Indonésia, onde vai estar entre 23 e 26 de fevereiro.
 
"Com o objetivo principal de reforçar as relações bilaterais entre Timor-Leste e a Indonésia, na agenda estão previstos encontros com o seu homólogo, Marty Natalegawa, e com o ministro coordenador para os Assuntos Políticos, Jurídicos e Segurança, Djoko Suyanto", acrescenta o documento.
 
MSE // ARA - Lusa
 

Sem a ajuda de Timor-Leste, não teria havido recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau

 


Bissau, 18 fev (Lusa) - O diretor-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) da Guiné-Bissau, Cristiano Na-Bitan, afirmou hoje que sem a ajuda de Timor-Leste não seria possível realizar o recenseamento eleitoral.
 
Timor-Leste acabou por ser "um padrinho" do país, acrescentou.
 
O responsável guineense fez hoje um balanço do processo de recenseamento eleitoral, que decorreu de 01 de dezembro a 08 de fevereiro (mais dois dias na diáspora), apoiado financeira e tecnicamente por Timor-Leste.
 
O diretor-geral do GTAPE anunciou ainda a abertura do período de reclamações, durante 15 dias, para pessoas cujos nomes não constam nas listas de eleitores.
 
De acordo com Cristiano Na-Bitan, sem a ajuda de Timor-Leste, a Guiné-Bissau teria dificuldades até hoje para iniciar o recenseamento eleitoral.
 
"Para se fazer um processo como este era preciso ter um padrinho. A Guiné-Bissau não tinha e Timor-Leste decidiu assumir esse papel. O processo eleitoral arrancou com o recenseamento que acabou por ser um êxito total", afirmou.
 
Além de dinheiro, Timor-Leste disponibilizou "kits" (conjunto de equipamento informático) para o registo de eleitores, viaturas e mantêm em Bissau uma missão permanente de acompanhamento do processo eleitoral, coordenada pelo secretário de Estado da descentralização administrativa, Tomás Barbosa.
 
Números ainda por confirmar através de cruzamento de dados apontam para o registo de 776 mil eleitores, facto que o diretor-geral do GTAPE considera de "extraordinário".
 
"Nenhum guineense podia imaginar que podíamos atingir o número de potenciais eleitores que alcançámos. Tudo isso podemos dizer que foi graças ao apoio de Timor-Leste e da CEDEAO", disse Na-Bitan.
 
O diretor-geral do GTAPE entende que a Guiné-Bissau devia homenagear "com diploma de mérito" Timor-Leste e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pelos apoios prestados.
 
A Guiné-Bissau tem eleições gerais marcadas para 16 de março, mas o escrutínio deve ser adiado devido a atrasos no recenseamento eleitoral.
 
As eleições vão acabar com o período de transição que se seguiu ao golpe de Estado de abril de 2012.
 
MB // VM - Lusa, em Sapo TL - foto gentilmente cedida por Filomena Henrique
 

Timor-Leste assegura apoio à reforma das Forças Armadas da Guiné-Bissau

 


Bissau, 18 fev (Lusa) - Timor-Leste vai ajudar a reformar as Forças Armadas da Guiné-Bissau após as eleições gerais previstas para este semestre, anunciou hoje Mari Alkatiri, enviado do Estado timorense a Bissau.
 
Numa visita de cinco dias, Mari Alkatiri vai encontrar-se com atores políticos e sociais para saber dos preparativos para as eleições gerais, analisar os apoios que Timor-Leste tem dado ao processo e ainda perspetivar ações a serem desenvolvidas com o futuro Governo guineense.
 
Em relação aos apoios ao processo eleitoral, Alkatiri, que se encontrou esta manhã com a direção da Comissão Nacional de Eleições, diz ter constatado "um grande entusiasmo" dos guineenses pelo facto de, pela primeira vez, o recenseamento ter sido feito de forma eletrónica.
 
O responsável timorense acredita que estão criadas as condições para que as eleições decorram com tranquilidade, mas apelou às autoridades eleitorais guineenses a explicarem "de antemão" aos partidos políticos e aos candidatos concorrentes "todos os pormenores das listas eleitorais".
 
Mari Alkatiri reuniu-se também com os representantes da sociedade civil e considerou indispensável "encontrar fundos" para campanhas de educação cívica junto dos eleitores.
 
Durante a visita a Bissau, o responsável timorense deve ainda encontrar-se com o primeiro-ministro, Rui de Barros, e com o presidente de transição, Serifo Nhamadjo, bem como com o chefe das Forças Armadas, António Indjai.
 
Após as eleições e com um novo Governo legitimado pelo voto popular, Timor-Leste estará disponível para apoiar a reforma do setor militar trazendo as experiencias em curso no país, notou Mari Alkatiri.
 
Segundo sugeriu, a reforma poderia passar pela desmobilização de efetivos, que seriam inseridos na vida civil, mas mantendo as suas patentes.
 
Também após as eleições, Timor-Leste pensa ajudar a Guiné-Bissau ao nível da Saúde Pública, numa ação concertada com o governo de Cuba, pagando a deslocação e a estadia de médicos e especialistas cubanos.
 
Sobre o futuro, Alkatiri afirmou que apesar das "frustrações que possam ter havido ao longo dos últimos 40 anos", a Guiné-Bissau "é um país promissor".
 
MB // PJA - Lusa, em Sapo TL, com foto gentilmente cedida por Filomena Henrique
 

Timor-Leste: Barco que faz ligação entre Díli e Oecussi avariou com 248 pessoas a bordo

 

19 de Fevereiro de 2014, 09:29
 
O barco que faz a ligação entre Díli e o enclave timorense de Oecussi avariou ontem com 248 pessoas a bordo, mas os passageiros estão todos bem, disse à Lusa o comandante da Polícia Marítima, Lino Saldanha.

"Houve uma avaria da bomba hidráulica e o barco parou ao largo de Atapupu, Indonésia, hoje de madrugada, próximo da fronteira com Batugadé", explicou à agência Lusa o comandante da Polícia Marítima de Timor-Leste.

Segundo o comandante Lino Saldanha, o barco acabou por ser rebocado para o cais de Atapupu, por um rebocador enviado de Díli.

Os 248 passageiros, entre quais 58 crianças até aos cinco anos e seis grávidas, já foram retirados do barco e estão bem, adiantou.

O Ministério dos Transportes e Comunicações timorense enviou para Atapupu veículos para transportar os passageiros para Oecussi, onde devem chegar ainda hoje, disse o comandante.

Nas declarações à agência Lusa, o comandante Lino Saldanha insistiu na necessidade de os proprietários dos barcos que fazem a ligação com Oecussi fazerem "a manutenção" e "informarem as pessoas sobre regras e procedimentos de segurança".

O comandante da Polícia Marítima afirmou também que o barco só tem capacidade para 150 pessoas e levava quase o dobro.

"Quebraram as regras de segurança", vincou.

Neste momento, devido à avaria do '3 Anuqra', não estão a ser realizadas ligações marítimas com Oecussi.

Lusa, em Sapo TL
 

Brasil: A MÍDIA NUTRE RELAÇÃO ESQUIZOFRÉNICA COM A COPA DO MUNDO

 


Encerrei o artigo publicado na edição de janeiro da Revista do Brasil com a expressão “2014 promete”. Escrito em dezembro chamava a atenção para o desespero da oposição, representada pela mídia, na busca de um candidato para as eleições presidenciais deste ano, alertando sobre o previsível “vale-tudo”.

Laurindo Lalo Leal Filho – Carta Maior, em colunistas

Previsão que, infelizmente, começou a se confirmar antes mesmo do fim do ano com o jornalista Élio Gaspari pedindo na Folha de S.Paulo a volta das manifestações de rua, seguido na mesma linha por vários outros comunicadores, até pelo Faustão, na Globo.

Passadas as festas a carga prosseguiu com a Globonews mostrando um gráfico sobre inflação que irá para os anais da manipulação jornalística brasileira. Através dele ficamos sabendo que a inflação de 2013, de 5,91%, é maior que as de 2010 (5,92%) e 2011 (6,50%).

Disseram depois que foi “erro”, para mim só comparável ao célebre “boimate” da Veja de tempos atrás, quando a revista da Abril publicou uma nota científica sobre a descoberta da criação de um híbrido formado por boi e tomate.

A diferença entre os dois “erros” está em seus objetivos. O da Veja antiga era mero sensacionalismo. Já o da Globonews faz parte de ação política orquestrada, tendo como referência ideológica o Instituto Millenium, articulador da mídia brasileira em torno do pensamento único de raiz reacionária.

Curiosa, no entanto, é a esquizofrenia dessa mídia diante da Copa do Mundo. Ao mesmo tempo que a defende de acordo com os seus interesses mercadológicos procura incentivar manifestações populares em torno dela, contra o governo, por interesses políticos. Mas pede que sejam feitos de forma pacífica, repetindo os chavões de junho passado.

Creio até que gestores e mentores dessa mídia torçam contra a seleção na esperança de que uma derrota crie o clima capaz de dar à oposição um último alento. Ainda que custem um período de relativas baixas nas receitas publicitárias advindas do ufanismo futebolístico.

Se for assim será mesmo o derradeiro ato de desespero. Foi-se o tempo em que política e futebol contaminavam-se reciprocamente. Não estamos mais em 1950 quando candidatos aos mais diferentes cargos circulavam entre os jogadores da seleção, considerada invencível antes da hora, tentando tirar uma casquinha do prestígio por eles conquistado nos gramados até minutos antes da tragédia do Maracanã diante do Uruguai.

Ou da ditadura, em seu momento mais sinistro durante a Copa de 1970, tentando sufocar os gritos das masmorras com marchinhas do tipo “prá-frente Brasil, salve a seleção”. Chegando ao cúmulo de determinar a saída do técnico do time, João Saldanha, às vésperas da competição devido a sua militância política.

De lá para cá o país mudou muito. Foi campeão do mundo mais duas vezes, passou dos “90 milhões em ação” para mais 200 milhões de habitantes e, na última década, tornou-se uma das mais importantes economias do mundo.

Não há futebol que possa contaminar as conquistas populares como o aumento das redes de proteção social, a universalização do acesso ao ensino fundamental, a expansão do ensino superior e, principalmente, a ampla redução do desemprego.

O “complexo de vira-lata” pregado na testa dos brasileiros pelo escritor Nelson Rodrigues, logo após a derrota de 50, e que aplicava-se não só ao futebol mas a toda a auto-estima do país, desapareceu.

Mesmo as mazelas que persistem na insegurança das ruas, no trânsito caótico, na prisões medievais, nas habitações precárias deixaram de ser consideradas destinos manifestos da gente brasileira. Ao contrário, mostram-se como desafios a serem enfrentados e superados pela ação política, institucionalizada ou não.

A mídia tentará, uma vez mais instrumentalizar essas lutas, juntando-as ao futebol, tanto em caso de vitória como de derrota na Copa. Se vencermos o mérito será da seleção, se perdermos o ônus ficará com o governo.

Serão as últimas cartadas oferecidas por ela ao seus candidatos numa tentativa de utilizar esses temas, neste ano, da mesma forma irresponsável como pôs em debate o aborto nas eleições de 2010.

Como disse em janeiro, “2014 promete”.

(*) Artigo publicado originalmente na Revista do Brasil, edição de fevereiro de 2014
 

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