A
extração de diamantes em Angola rendeu mais de 1,6 mil milhões de dólares em
2014, em quase dez milhões de quilates, indicam dados do Ministério da Geologia
e Minas a que a Lusa teve hoje acesso.
Os
números, ainda provisórios, dividem a produção total entre as componente
industrial, de exportação, e a artesanal, em que pequenos garimpeiros são
autorizados, sob licença do Estado, a fazer a extração.
Do
total da extração angolana, 8,75 milhões de quilates da produção industrial
seguiram para exportação, num volume global de 1,308 mil milhões de dólares
(1,15 mil milhões de euros). Cada quilate (equivalente a 0,2 gramas) destes
diamantes foi vendido, em termos médios, a cerca de 150 dólares (132,5 euros).
Já
a atividade artesanal, de acordo com os mesmos dados do Ministério da Geologia
e Minas, garantiu em 2014 uma produção global de 934.506 quilates, que por sua
vez renderam 332.202.648 dólares (293,6 milhões de euros).
Cada
quilate de produção artesanal rendeu 355 dólares (313,8 euros) no ano passado.
Depois
do petróleo, os diamantes são a principal fonte de receita em Angola, sendo o
país o quinto maior produtor mundial de diamantes.
A
produção angolana representa 8,1% do valor global mundial e a mina de Catoca,
no interior norte de Angola, é a quarta maior do género no mundo.
O
administrador da concessionária diamantífera angolana Endiama assumiu em
janeiro que está para breve a descoberta no país de uma nova mina de diamantes
de grande dimensão, face aos resultados dos estudos já realizados.
Segundo
o presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Diamantes de
Angola (Endiama), Carlos Sumbula, estão em curso em Angola estudos de prospeção
de kimberlitos (campos com uma espécie de rocha magmática com diamantes) e
aluviões, em conjunto com outros parceiros.
"Podemos
dizer que os indícios que estamos a encontrar indicam que acabaremos por
descobrir uma mina importante", disse o presidente do conselho de administração.
Carlos
Sumbula acrescentou que os estudos já realizados, em conjunto com parceiros da
Endiama, concluíram que os kimberlitos mineralizados e os diamantes explorados
ao longo dos últimos cem anos - a exploração iniciou-se ainda no período
colonial português - representam apenas uma pequena parte do potencial do país.
"A
certeza de descobrir uma mina importante é cada vez maior, quando olhamos para
o estudo que a Endiama fez com o Alrosa que demonstrou que o subsolo angolano
tem kimberlitos importantes e bem mineralizados", sublinhou.
A
Endiama assinou em 2013 um acordo com a empresa russa Alrosa, para prospeção de
diamantes em Angola, tendo em conta estimativas iniciais que apontam para que
apenas 10% das reservas angolanas são conhecidas.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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