Pequim,
01 abr (Lusa) - Quarenta e seis países de vários continentes aderiram ou
pediram para aderir ao novo banco internacional proposto pela China, visto
inicialmente em Washington como um desafio à atual ordem financeira mundial,
anunciou hoje a imprensa oficial chinesa.
A
Suécia foi um dos últimos, juntamente com o Uzbequistão, mas a lista de países
da União Europeia que acabaram por aderir ao Asian Infrastruture Investment
Bank (AIIB), lançado em outubro passado em Pequim, inclui o Reino Unido e as
três maiores economias da zona (Alemanha, França e Itália).
Austrália,
Brasil, Coreia do Sul, Egito, Luxemburgo, Nova Zelândia, Rússia e Suíça também
já aderiram.
O
prazo de inscrição terminou na terça-feira passada.
Com
um capital inicial de 50.000 milhões de dólares e sede em Pequim, o AIIB deverá
ser formalmente estabelecido até ao final deste ano.
Entre
as grandes economias mundiais, apenas os Estados Unidos e o Japão estão
ausentes, mas na terça-feira, pela primeira vez, o secretário norte-americano
do Tesouro, Jacob Lew, indicou que Washington estava disponível para acolher o
novo banco.
"Deixámos
claro à China que os Estados Unidos estão prontos a saudar novos contributos
para o desenvolvimento da arquitetura internacional, incluindo o Asian
Infrastruture Investment Bank, desde que essas instituições completem as
instituições financeiras internacionais existentes e partilhem o forte
empenhamento da comunidade internacional numa genuíno processo de decisão
multilateral e melhorem os padrões e garantias dos emprestimos", disse
Lew.
Lew
falava numa conferência na capital norte-americana após uma visita de dois dias
a Pequim, na segunda e terça-feira, durante a qual se encontrou com o
primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e outros responsáveis políticos.
"Fiquei
encorajado com as conversações que tive em Pequim, nas quais os líderes da
China esclarecem que eles desejam satisfazer elevados padrões e acolhem
parcerias", afirmou Lew.
Num
debate realizado no fim de semana em Hainan, sul da China, com empresários,
economistas e académicos de vários países, o professor britânico Martin Jacques
disse que "Os Estados Unidos estão a ficar cada vez mais isolados e deviam
rever a sua postura sobre esta questão (o AIIB)".
Estatísticas
citadas na imprensa chinesa indicam que nesta década, a Ásia-Pacífico precisará
de 08 biliões de dólares (biliões) para melhorar as suas infraestruturas.
O
AIIB "é uma iniciativa aberta à participação de todos os países" e
irá "promover a complementaridade e coordenação com outras instituições
financeiras multinacionais como o Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB) e o
Banco Mundial", disse o Presidente chinês, Xi Jinping.
Segundo
um editorial publicado na semana passada por um jornal do Partido Comunista
Chinês, "o AIIB não irá competir com o Banco Mundial ou o FMI, nem irá
subverter a atual ordem internacional".
"O
espírito do AIIB é diversidade e justiça. As relações internacionais estão a
entrar num era de democracia. Isso significa que a busca da hegemonia, por
parte de uma potência atual ou de uma potência em ascensão, é um caminho
errado", proclamou o editorial.
Bangladesh,
Birmânia, Brunei, Cambodja, Cazaquistão, China, Filipinas, Índia, Indonésia,
Kuwait, Laos, Malásia, Mongólia, Nepal, Omã, Paquistão, Qatar, Singapura, Sri
Lanka, Tailândia, Uzbequistão e Vietname foram os primeiros proponentes do Banco
Asiático de Investimento em Infraestruturas.
AC
// APN
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