Segundo
a eurodeputada bloquista, “vivemos no quadro de uma tripla crise democrática no
espaço europeu”. Marisa Matias alertou para o poder crescente dos mercados e do
setor financeiro que “raptaram a democracia”.
No
seu espaço de comentário semanal na TVI, ‘Simplesmente Marisa’, a eurodeputada
avançou que “o momento que a Europa atravessa é muito complicado”, sublinhando
que “vivemos no quadro de uma tripla crise democrática no espaço europeu”.
Em
causa está, por um lado, segundo defendeu Marisa Matias “uma crise do ponto de
vista dos direitos humanos e dos direitos sociais”, nomeadamente no que
respeita à crise dos refugiados e aos níveis históricos das taxas de desemprego
e de pobreza.
Por
outro lado, assinalou, enfrentamos uma “crise de legitimidade”, bem como uma
“crise de aceitação das democracias nacionais”.
A
dirigente do Bloco alertou para o crescente poder dos mercados financeiros e do
setor financeiro que “raptaram a democracia”, salientando ainda que existe um
grupo de instituições europeias, como o Eurogrupo e o próprio Banco Central
Europeu (BCE), que têm poder para intervir nas políticas dos diferentes países.
Marisa
Matias lembrou que “o BCE tem muito poder” e que “a cadeira de Mário Draghi é
provavelmente a cadeira mais poderosa da União Europeia, sem qualquer tipo de
controlo democrático” e sem que tenha de “prestar contas, por exemplo, das
intervenções que tem a nível nacional e tem tido muitas”.
“O
BCE tem uma firewall contra o vírus da democracia, não é contaminado pela
democracia”, acrescentou a eurodeputada do Bloco, defendendo que são
instituições como esta que “fazem o que lhes apetece e usam isso como chantagem
sobre os países”.
Esquerda.net
– Foto: Paulete Matos
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