António
Tereso, militância à prova de bala
O
militante comunista que preparou a fuga da prisão de Caxias, a 4 de Dezembro de
1961, António Tereso, faleceu hoje, aos 89 anos.
A
história de António Tereso confunde-se com a da resistência antifascista. Como
tantos outros naqueles tempos, começou a trabalhar ainda criança, com apenas 12
anos, tendo ingressado mais tarde na Carris.
António
Tereso assumiu um dificil, destacado e determinante papel na preparação e
execução da fuga de oito camaradas (incluindo ele próprio) do Reduto Norte da
prisão de Caxias.
Domingos
Abrantes, um dos militantes que se evadiu de Caxias, recorda-o como
militante e companheiro, lembrando o papel decisivo naquela acção quando
«estava quase a sair em liberdade». «Na defesa dos interesses do Partido,
António Tereso arriscou muito e continuou a servir o Partido», arcando ainda
com o fardo de se passar por um «rachado» e de assim ser tratado pelos seus
camaradas na prisão.
A
fuga de Caxias figura como uma das mais espectaculares e importantes evasões
dos carceres do fascismo. Tirando partido da confiança que o papel de «rachado»
lhe possibilitou, Tereso fez o melhor uso de um carro blindado que Hitler
oferecera a Salazar, e foi debaixo de fogo que rumaram à liberdade importantes
dirigentes do PCP.
Domingos
Abrantes destaca ainda o empenho, rigor e seriedade com que Tereso pautou a sua
militância no PCP, quer no período em que foi forçado à clandestinidade, antes
do 25 de Abril, quer depois como funcionário do Partido.
O
corpo de António Tereso estará em câmara ardente na Casa Mortuária da Igreja de
S. Francisco de Assis, na Av. Afonso III (ao Alto de S. João), amanhã, a partir
das 10h. O funeral sai às 12h para o Cemitério de Barcarena onde o corpo será
cremado pelas 12h30.
AbrilAbril (ontem)
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