Todos os suspensos são deputados,
três deles apoiaram a exoneração de juízes do STJ. Também o presidende do
MLSTP-PSD foi suspenso. Irmãos Monteiro, da Cervejeira Rosema, pediram
afastamento e atuam como independentes.
O Movimento de Libertação de São
Tomé e Príncipe - Partido Social-Democrata (MLSTP-PSD) suspendeu seis dos seus
membros, incluindo o seu presidente, Aurélio Martins, indica um comunicado
divulgado este sábado (12.05).
Os seis membros do principal
partido da oposição são todos deputados da Assembleia Nacional e a suspensão
foi ratificada por decisão do Conselho Nacional do partido que esteve reunido
este sábado.
"O Conselho Nacional decidiu
ratificar a decisão da Comissão Política que deliberou a suspensão dos
referidos camaradas", refere o comunicado.
Entre os seis membros, figuram os
três que subscreveram uma carta à Assembleia Nacional para a exoneração e
reforma compulsiva dos três juízes do Supremo Tribunal de Justiça,
designadamente Aurélio Martins, presidente do partido, Jorge Amado, líder da bancada,
e Vasco Guiva, presidente da terceira comissão especializada, bem como os
irmãos Domingos (Nino) e António Monteiro, gestores da Cervejeira Rosema.
Estão acusados, entre outros
motivos, de "traição aos desígnios do partido", estando a decorrer um
processo disciplinar, com a recomendação de que "se procurasse
salvaguardar o legítimo direito de defesa dos acusados e se proceder com a
maior celeridade possível à conclusão dos processos".
Os irmãos Monteiro, pediram o
afastamento como deputados do partido, passando a independentes no Parlamento -
o que reduz o número de deputados do MLSTP-PSD de 16 para 14, quando faltam
cerca de cinco meses para as eleições legislativas.
Os irmãos Monteiro alegam como
motivo de afastamento da bancada parlamentar do MLSTP-PSD a "falta de
solidariedade" do partido em relação ao contencioso judicial que os opôs
ao empresário angolano Mello Xavier sobre a posse da Cervejeira Rosema.
Disputa político-judicial pela
Rosema
Em 21 de abril, um acórdão do STJ
decidiu sobre a "restituição imediata da gestão da Cervejeira Rosema e
todos os bens penhorados e apreendidos na presente execução e outros bens
móveis ou imóveis, incluindo todas as ações da Ridux pertencentes à Cervejeira
Rosema, a acionista maioritária daquela firma, à sociedade angolana Ridux, na
pessoa do seu administrador [o empresário angolano] Mário Silva Mello
Xavier".
O Parlamento são-tomense aprovou,
cerca de duas semanas depois, com 31 votos a favor e seis contra, um projeto
de resolução que "exonera e aposenta compulsivamente" três juízes do
presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), incluindo o
presidente - todos os que decidiram no acórdão sobre a devolução da Rosema.
A 7 de maio, o juiz do Tribunal
da Primeira Instância do distrito de Lembá, António Bonfim Gentil Dias, emitiu
uma sentença, numa providência cautelar interposta pela advogada Celiza de Deus
Lima, em que anula o efeito do acórdão do Supremo Tribunal de Justiça(STJ)
de 21 de abril – que devolve a Cervejeira Rosema ao empresário angolano
Mello Xavier - e restitui a fábrica "imediatamente" à Sociedade
Irmãos Monteiro.
Agência Lusa, cvt | Deutsche
Welle
Imagem: Aurélio Martins,
presidente do MLSTP-PSD
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