Os partidos da oposição acusam o
Presidente da República Evaristo Carvalho de ser conivente com a actual
situação de vazio de poder reinante no país. Segundo a oposição, a conivência
do Chefe de Estado para com a situação que considera ser de ingovernabilidade,
ficou evidente com o pronunciamento de Evaristo Carvalho à nação na quarta –
feira.
O discurso do Presidente da
República foi considerado pela oposição como, vazio e sem novidades. «Esperava-se
que no mínimo o Presidente da República, pudesse informar a nação sobre o
paradeiro certo do Primeiro Ministro, que numa atitude de manifesto desprezo e
desrespeito pelo nosso povo abandonou o país há 20 dias sem dar qualquer
explicação», refere a declaração conjunta das forças da oposição, lida pelo
Presidente da coligação, o médico Arlindo Carvalho.
Numa altura em que o país, vive
uma situação económica, social e política degradante e sem precedentes, a
oposição diz que não encontrou qualquer medida urgente na declaração de
Evaristo Carvalho à Nação. «É ainda de se lamentar o facto do senhor Presidente
da República no seu pronunciamento ter tentado branquear a responsabilidade do
Governo de Patrice Trovoada pela crise energética jamais vivida no país»,
sublinha a oposição.
«Compreendemos a revolta e
indignação dos cidadãos mas apelamos a calma e a ponderação no sentido de
se evitar que o património colectivo seja destruído», acrescentam as forças
políticas da oposição.
Evaristo Carvalho está a ser
conivente com a situação de vazio do poder, denunciou a oposição. «Fugiu
claramente as suas responsabilidades ao não cumprir as suas atribuições
constitucionais demonstrando assim ser conivente com a intolerável situação de
ingovernabilidade que vive o país», frisa a oposição.
A conivência entre o Presidente
da República, o partido ADI e o seu Governo rejeitado nas urnas, é sustentada
pela oposição, com base no texto constitucional. «Não se vislumbra em parte
alguma da constituição política, que a formação do governo esteja condicionada
à tomada de posse dos deputados a Assembleia Nacional. Refutamos esta
interpretação feita por sua excelência senhor Presidente da República e
exortamo-lo a iniciar imediatamente contactos com os partidos políticos para
formação do governo de acordo com os preceitos constitucionais, de modo a por
cobro ao vaio de poder e as consequências que poderão advir do prolongamento
desta situação», conclui a declaração conjunta das forças da oposição.
A conferência de imprensa da
oposição, decorreu na sede do partido MLSTP. Jorge Bom Jesus, enquanto líder da
oposição, detalhou que o actual governo em funções, «é um governo moribundo em
fim de mandato. Esta indefinição permite a este governo assumir prerrogativas
que já não deveria ter. Ouvimos dizer que engajamentos em nome do Estado estão
a ser assumidos, contratos estão a ser assinados. Há muitos dossiers a serem
deslocados, incluindo nas câmaras distritais há computadores a serem levados
para casas de pessoas».
Jorge Bom Jesus, deixou claro que
o país está nesta altura a saque.«Os que estão neste momento em final de
mandato aproveitam para em alguns casos, queimarem documentos e praticarem
outros actos ilícitos de saque do Estado. Exortamos o Presidente da República a
tomar medidas urgentes para por cobro a esta situação, porque São Tomé e
Príncipe já não aguenta mais. O Governo está decapitado», precisou o líder da
oposição.
Tensão política persistente após
as eleições legislativas, em que o povo retirou maioria absoluta ao partido no
poder a ADI.
Abel Veiga | Téla
Nón
Sem comentários:
Enviar um comentário