segunda-feira, 12 de junho de 2023

Guiné-Bissau | ANGOLA ESPERA REFORÇAR COOPERAÇÃO

Após legislativas guineenses, Presidente angolano manifesta a Umaro Sissoco Embaló esperança de que seus países continuem cooperação. Brasil felicita "ambiente de tranquilidade" nas eleições.

O Presidente angolano, João Lourenço, manifestou ontem ao seu homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló, a "esperança" de que os dois países "continuarão a trabalhar juntos para explorar as potencialidades recíprocas e projetar a cooperação bilateral". Após as legislativas na Guiné-Bissau, no domingo (04.06), também o Brasil felicitou a Guiné-Bissau pela "tranquilidade" e "organização".

De forma semelhante, a mensagem de João Lourenço, que é também o presidente em exercício da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), visou saudar o Presidente guineense "pela forma ordeira, exemplar e democrática como decorreram as eleições legislativas na Guiné-Bissau", realizadas no passado dia 04.

"Transparência e estabilidade"

"Quero realçar o facto de o povo da Guiné-Bissau ter podido, em condições de grande abertura, transparência e de estabilidade, escolher livremente (...) a coligação PAI - Terra Ranka, que trabalhará com o senhor Presidente da República na condução dos destinos da Guiné-Bissau nos próximos tempos", destacou João Lourenço.

O Presidente angolano manifestou ainda "a convicção de que a Guiné-Bissau saberá vencer o grande desafio que tem pela frente, no sentido de edificar as bases sobre as quais assentará a unidade de todas as forças vivas da nação, às quais caberá, num verdadeiro clima de unidade nacional, impulsionar o desenvolvimento" do país. 

Nesta sexta-feira, também o Brasil felicitou a Guiné-Bissau pelo "ambiente de tranquilidade" e a "forma ordeira e organizada" como decorreram as eleições legislativas, no passado domingo, que a coligação PAI-Terra Ranka venceu com maioria absoluta.

"Ambiente de tranquilidade"  

"O Brasil felicita o Governo e o povo da Guiné-Bissau pela realização das eleições parlamentares, no último dia 04 de junho, conduzidas em ambiente de tranquilidade e de forma ordeira e organizada, conforme anunciado pela Missão de Observação Eleitoral da CPLP", indicou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil em comunicado.

"Ao cumprimentar a divulgação dos resultados preliminares pela CNE, o Governo brasileiro reitera seu apoio às instituições democráticas bissau-guineenses", acrescentaram as autoridades brasileiras, que recordaram ainda que os dois países mantêm relações desde 1974.

Relações essas "pautadas pela cooperação técnica, com importantes projetos de caráter estruturante no país africano", frisou o Governo brasileiro.

Coligação vencedora

O líder da coligação vencedora das legislativas guineenses, Domingos Simões Pereira, disse ontem que em breve será conhecido o nome a ser proposto para chefiar o novo Governo e garantiu estar aberto a falar com outros partidos.

Por outro lado, o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou durante a campanha eleitoral que não nomearia Domingos Simões Pereira primeiro-ministro do país caso vencesse as legislativas, mas na quinta-feira, numa mensagem à Nação, reconheceu os resultados e recuou na sua intenção.

Resultados

Os resultados provisórios indicam também que o Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) obteve 29 deputados na Assembleia Nacional Popular, mais dois assentos do que em 2019 e o líder do partido, Braima Camará, já felicitou o vencedor, manifestando-se pronto para colaborar e ajudar a arranjar soluções de estabilidade política para o país.

O Partido de Renovação Social (PRS) conseguiu 12 deputados, uma grande descida em relação às legislativas de 2019, quando obteve 21 assentos, e o líder da formação política, Fernando Dias, disse que respeita a vontade do povo e a mensagem de "repreensão pela companhia em que se encontrava", referindo-se ao facto de ter integrado o anterior Governo.

O Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), criado no final de 2021, e liderado por Botche Candé, obteve seis deputados na sua estreia eleitoral.

O grande derrotado nas eleições legislativas é a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau, liderada pelo primeiro-ministro cessante Nuno Gomes Nabiam, que obteve apenas um deputado, quando em 2019 elegeu cinco deputados.

Deutsche Welle | Lusa

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