quinta-feira, 27 de julho de 2023

VOZES DA RAZÃO AQUECEM CORAÇÃO -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O canal público português de televisão (órgão oficial do partido Chega) descobriu uma candidata às eleições presidenciais na Venezuela, Maria Corina Machado, que fez uma denúncia terrível. No seu país há crianças com fome. E o culpado dessa catástrofe humanitária é Nicolas Maduro. O jornalista que a entrevistou é delegado da RTP no Brasil. Provavelmente pagam-lhe com fundos soberanos da Venezuela roubados por Portugal, por ordem do estado terrorista mais perigoso do mundo. A grande amiga do Povo Venezuelano nem uma palavra disse sobre as sanções criminosas decretadas contra o seu país e justificam praticamente tudo que ela denunciou. Mais grave: Apoiou publicamente as sanções!

O ódio à União Soviética foi alimentado durante décadas nos países do ocidente, sob a batuta do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). As ditaduras ibéricas de Salazar e Franco distinguiram-se nessa cruzada. Os salazaristas até puseram Nossa Senhora de Fátima a converter a Rússia, missão que cumpriu com grande sucesso porque o comunismo foi esconjurado e hoje a Federação Russa é um país capitalista. Os comunistas são ultra minoritários. Mas o ocidente ainda odeia mais os russos. Porque não se ajoelham ante o estado terrorista mais perigoso do mundo, nem que chovam catanas.

Confesso a minha crença anarquista e ilegalista. Mas como somos poucos e em risco de extinção, tenho de fazer amigas e amigos noutras áreas. Foi assim que me coloquei sob a Bandeira (escreve-se com maiúscula muito grande!) do MPLA na luta anticolonialista. Porque o colonialismo foi o mais grave crime que alguma vez foi cometido contra a Humanidade. Sendo humano, não foi difícil escolher. Nunca fiz grande coisa mas recusei sempre o oportunismo, o barriguismo, o amiguismo, o tachismo, o racismo e outros ismos que fizeram do MPLA uma espécie de distribuidor de cargos e riquezas aos seus inimigos. Não tenho nada a ver com isso.

O MPLA escreveu páginas de ouro da História Universal. Derrubou, pela força das armas, o império colonial português. Libertou África do regime racista de Pretória, derrotando-o no Triângulo do Tumpo, depois de uma longa guerra de agressão contra o Povo Angolano. Ajudou decisivamente a libertar o Zimbabwe, a Namíbia e a maioria negra da África do Sul. O triunfo dos patriotas angolanos na Batalha do Cuito Cuanavale é o Dia da África Austral. Os racistas de Pretória jamais perdoarão ao MPLA e ao Povo Angolano. 

Os esclavagistas, colonialistas e racistas de Lisboa jamais perdoarão ao MPLA por ter derrubado o seu império colonial. Qualquer gesto que sopre da ocidental praia lusitana, por mais amistoso que seja, será sempre para prejudicar Angola e o Povo Angolano.

O MPLA abandonou a democracia popular e o socialismo para ser aceite no mundo ocidental. Aderiu à democracia representativa e ao capitalismo. Na primeira oportunidade as potências ocidentais e o governo de Lisboa traíram os angolanos. Permitiram que o seu homem de mão, o criminoso de guerra Jonas Savimbi, rasgasse o Acordo de Bicesse e regressasse à guerra. Não impediram esse crime, como se comprometeram expressamente a ONU (UNAVEM), Portugal, EUA e Rússia (Troika de Observadores). Eles que se matem. Nós depois aproveitamos as riquezas! 

Eu vi os sicários da UNITA matar civis indefesos nas ruas de Luanda e Huambo. Vi centenas de cadáveres amontoados nas vilas e cidades libertadas pela Polícia Nacional (os Ninjas) e as incipientes Forças Armadas Angolanas. Nunca esquecerei os crimes de guerra que cometeram sobretudo na cidade do Cuito. Apesar deste quadro dantesco, o Galo Negro continua a sentar-se à mesa dos decisores políticos da União Europeia (particularmente Portugal…) e do estado terrorista mais perigoso do mundo. São eles que mechem os cordelinhos da marioneta Adalberto da Costa Júnior, por trás do biombo. São eles que pagam à Luzia Moniz, à Alexandra Simeão, ao Victor Hugo Mendes, ao Rafael Marques e outra criadagem.

Os ressabiados do colonialismo jamais perdoarão ao MPLA ter derrubado o império colonial português. O estado terrorista mais perigoso do mundo jamais perdoará ao MPLA ter derrotado os oficiais da CIA, os mercenários pagos a peso de ouro, o Exército de Libertação de Portugal (ELP),as tropas zairenses e sul-africanas que invadiram Angola. Tinham tudo para ganhar, menos o povo. Pensavam que a palavra de ordem O MPLA É o Povo e o Povo É o MPLA era uma fantasia. Pagaram caro a arrogância! 

João Lourenço é um bom exemplo. O MPLA pertence à Internacional Socialista mas ele aposta as fichas todas no neoliberalismo. Está a entregar todas as riquezas de Angola aos estrangeiros e a espoliar os angolanos das suas riquezas nacionais ou privadas. Mesmo assim não o querem. O pedido da sua destituição foi elaborado em Lisboa. A amplificação deste gesto é executada em Lisboa. Até tu meu amigo Moco entraste na farsa! 

Só desistem quando o MPLA desaparecer e o colonialismo regressar. Dino Matross, Pedro Neto e Bornito de Sousa, respeitados e qualificados dirigentes do MPLA, já vieram dizer que não consentem que sejam rasgadas as mais brilhantes páginas da História Universal, capítulo da Liberdade, escritas pelo partido de Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos. Vozes da razão aquecem o coração. Estamos juntos e quem não estiver com eles a mãe deles é gato!

Nunca mais nos vemos livres dos retornados ressabiados. Alguns levaram tudo e ainda levam! Agualusa. Partiu na ponte aérea do Huambo quando era adolescente. Empurrado pela quinta coluna que em Portugal conspira contra Angola, apareceu em Luanda de braço dado com a UNITA. Virou angolano. Cedo mostrou que só aprendeu a escrever a palavra traição. Mesmo assim João Lourenço serviu-lhe o banquete que gosta de servir aos traidores. Mas o caso mais gritante dá pelo nome de Alexandra Simeão. 

O pai, meu querido amigo Carlos Simeão (Manolo), tinha uma adoração inexplicável pelos EUA. Era técnico superior dos Serviços Meteorológicos de Angola e partiu para Portugal com a esposa, Anália (minha querida amiga desde a adolescência) e a filha Alexandra, antes da Independência Nacional, em 1975. A menina tinha apenas nove anos. Após Bicesse regressaram a Angola e fundaram o Partido Liberal Democrático, à americana. 

Alexandra Simeão desempenhou, entre 1997 e 2008, as funções de vice ministra da Educação para a Acção Social, no âmbito do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN), pelo Partido Liberal Democrático. Hoje escreveu isto no Novo Jornal: “Angola, que tinha tudo para ser um verdadeiro paraíso, tornou-se num autêntico inferno. Desde 1975 que acumulámos dor e lágrimas pelas mortes inglórias de milhares de angolanos. A luta pelo poder, a ganância e a intriga foram responsáveis por um dos momentos mais hediondos da história de Angola independente, naquele Maio de 1977”.

Vamos por partes. Ela só meteu o 27 de Maio porque está a chover dinheiro desse lado. E são os angolanos que pagam a traição à conta de João Lourenço e o seu caricato ajudante Francisco Queiroz. A menina Alexandra em 1975 só tinha nove anos. Em 1977, 11 aninhos. Não sabe nada nem viu nada. Mas pagam-lhe para dizer que sabe e viu as lágrimas e tanta dor. 

Os patriotas que enfrentaram os esquadrões da morte dos independentistas brancos, os mercenários, os fascistas portugueses do ELP, os oficiais da CIA e os exércitos invasores do Zaire de Mobutu e da África do Sul foram “mortes inglórias”. Morreram em nome da intriga, da ganância e da luta pelo poder! Se fosse angolana e patriota Alexandra escrevia Heróis Nacionais ou vítimas dos imperialistas de Washington, do ditador Mobutu e dos racistas de Pretória. É apenas uma retornada ressabiada. Imaginem que andei com ela ao colo. Era uma bebé adorável e transformou-se numa besta insanável sedenta de dinheiro!

Alexandra Simeão esteve no Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN) entre 1997 e 2008, tinha 30 aninhos, não sabia nada. Saiu do tacho 11 anos depois, já era perua. Foi uma boleia que o MPLA lhe deu. Sabem porque saiu do governo? Ela, a UNITA e os outros partidos integrantes acharam que tinha chegado a hora de cuspir no prato do MPLA e partirem para eleições. Os brancos burros de Lisboa convenceram-nos de que o Galo Negro ia à frente e o PLD ganhava mais. 

O partido do Manolo, da Anália e da Alexandra foi extinto por falta de votos. A miúda cresceu, ficou perua, envelheceu e agora tem um ódio de morte ao MPLA. Sobrinhos e Madalenos dão-lhe corda! Dão a bofetada mas escondem a mão porque cai muito dinheiro à conta do amigo e cúmplice João Lourenço. Álvaro Sobrinho é tu cá, tu lá com o chefão.

O Victor Hugo Mendes é o novo herói da canalha traidora. Tem ração a dobrar. O rapaz começou no jornalismo com 14 anos, é como o Israel Campos, antes de ser, já era. Tem duas vantagens sobre todos os outros vendidos. É filho de um camionista e padrinho de 22 meninas. Antigamente eram “tios” das catorzinhas. Agora são padrinhos! Sabem quem paga a este kiombo do audiovisual? O Estado Angolano. 

Atenção, muita atenção. O major Lussati começou a pôr a boca no trombone. Para já só confirmou o que já se sabia (Miala é o pai dos caranguejos) mas pode saber-se muito mais nos próximos capítulos. Espero que não o matem na cadeia. Não adianta. É público e notório que os caranguejos estão a comer muito mais do que os marimbondos. À ganância!

* Jornalista

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