quarta-feira, 16 de agosto de 2023

CABEÇA VÃ É CABEÇA SÃ

Portugal, colónia dos EUA, assim como tantos outros países no mundo, incluindo o Havai. De "paragens" a Ocidente e do Oriente, do Norte e do Sul do planeta em que estamos ‘abrigados’ (mal) e a que chamamos Terra em vez de Mar. Mar, porque é o que há na maior superfície… Por aqui andamos e sobrevivemos subjugados a elites que estão recheadas de desumanidades por obra de um deus qualquer dessa especialidade ajudado por relatores de voz e de escribas que nos comem as papas lúcidas das nossas cabeças com as useiras e vezeiras técnicas subliminares e de lavagens cerebrais saídas de manuais produzidos por desonestos ‘cientistas’ e mestres no controle mental e social… Reticências, porque são necessárias ou de contrário esta abertura a caminho do Expresso Curto do tio Balsemão Bilderberg seria infindável e violador da pachorra da humanidade que aqui possa vir por ter conhecimentos sábios das técnicas básicas de ler, escrever e contar… Adiante.

Bom dia. Este que aí vem é o Expresso Curto que aborda as desgraças e pseudo graças do mundo do Ocidente e restantes pontos cardeais.

Leia, mature, depois talvez saiba concluir que existem ‘abrigados’ neste planeta que até entendem que “isto” não tem ponta por onde se pegue, sendo que é flagrante que biliões da humanidade passam a sua existência a ser manipuladas, pressionadas por via de horrores e objeto de exploração em beneficio de uma reduzida minoria dos das elites políticas, económicas e etc., e dos males e injustiças que erradamente definimos por vida. Não, ‘isto’ não é vida!

Vão para o Curto, por Raquel Moleiro, profissional e bem intencionada. Inspirada até… por isso. Sejam obedientes e amorfos que é parte importante daquilo a que chamamos sobrevivência ou passar pelos intervalos da chuva… Até um dia, uma hora ou um derradeiro minuto.

Bom dia e um queijo acompanhado por um tinto carrascão do antigo, pomadoso qb.

A seguir o Curto. Vá ler, para se ‘atualizar’ ao estilo de cabecinhas de avelã oca e sem fruto. Pois.

Mas não desista, tente pensar.

MM | Redação PG


Pedrógão é uma ilha no Pacífico

Raquel Moleiro, jornalista | Expresso (curto)

A comparação pode parecer exagerada. O fogo que arrasou a cidade histórica de Lahaina, na ilha de Maui, fez muito mais vítimas mortais e queimou mais casas do que o incêndio de Pedrógão Grande, mas cada análise que oiço da tragédia havaiana, cada pedido de desculpa das autoridades, a culpa de todos e de nenhum, as previsões de risco médio de incêndio mas que foi o mais grave de sempre, os alertas ou ordens de evacuação que não existiram, as comunicações de emergência que colapsaram, milhares de pessoas sozinhas contra as chamas, as estradas de fuga abertas para a morte, carros carbonizados em fila indiana com famílias inteiras no interior, as casas de uma vida reduzidas a nada - tudo lembra junho de 2013.

Passou exatamente uma semana. Há 101 mortes confirmadas, mas é só um número indicativo. O governador do Havai, Josh Green, diz que nos próximos dez dias poderá duplicar. O reconhecimento, através de ADN, ainda não começou, há apenas quatro identidades confirmadas e a lista de desaparecidos tem 1300 nomes, alguns com apelidos portugueses, o que pode apontar para a existência de lusodescendentes – a comunidade tem cerca de 200 mil residentes - entre as vítimas.

Equipas de busca, com cães, continuam a fazer o tétrico levantamento, casa a casa, carro a carro, de restos mortais, mas só um terço da área atingida foi até agora passada a pente fino. Arderam mais de duas mil edificações, a maioria residencial. A cidade, onde viviam 13 mil pessoas, está a ser tratada como um local de crime, fechada ao exterior. As tempestades previstas para o fim-de-semana poderão afetar os trabalhos.

O fogo terá começado numa linha elétrica, nos arredores de Lahaina, derrubada pelos ventos fortes que assolavam a ilha. A seca dos últimos tempos, e a proliferação de plantas invasoras, forneceu o combustível perfeito. Passaram nove horas até atingir o centro da cidade, sem que o sistema de sirenes da cidade – habitualmente usado para tsunamis – tivesse sido acionado. Pelo caminho, as bocas de incêndio secaram, o 911 (o nosso 112) foi abaixo e as chamas varreram as ruas até ao mar, para onde centenas de pessoas se atiraram.

O presidente Biden vai visitar a ilha nos próximos dias, acompanhado da mulher Jill, para ver com os próprios olhos o que resta da cidade histórica, cuja reconstrução deverá custar 5,5 mil milhões de dólares.

Tal como nos dias após a tragédia de Pedrógão, em Maui começou já a procura de causas e causadores. Aponta-se o dedo à empresa fornecedora de eletricidade - já há queixas formais na Justiça por não terem desligado a energia -, aos serviços locais de emergência, aos políticos. Em Portugal, as 63 mortes – mais 44 feridos e 500 casas destruídas - ficaram solteiras de culpa. Os 11 arguidos foram absolvidos.

Esta quarta-feira, Portugal tem 24 concelhos dos distritos de Faro, Santarém, Castelo Branco, Portalegre e Viseu com perigo máximo de incêndio rural, segundo o IPMA. A esta hora, pouco depois das 8h, há um incêndio ativo numa zona florestal de Loures e um outro em Braga (Terras de Bouro). Ambos deflagraram de madrugada.

OUTRAS NOTÍCIAS

Fim ao “esbulho fiscal”. Luís Montenegro decidiu usar a Festa do Pontal para revelar detalhes da prometida reforma fiscal que anda a ser preparada pelo PSD. Com Moedas e Carreiras no palco, o líder laranja defendeu como meta principal uma redução de impostos de 1200 milhões de euros. As cinco medidas vão ser conhecidas em pormenor esta quarta-feira, em conferência de imprensa, e deverão ser discutidas no Parlamento em setembro, antes da entrega do Orçamento de Estado. O PS já reagiu ao anúncio e apelidou as ideias de fiscalidade de Montenegro de “verdadeira cambalhota política”. No Expresso da Manhã, José Gomes Ferreira analisa a proposta do PSD.

Money, money, money. Numa década aumentaram os portugueses ricos, revela o Global Wealth Report. Há 166 mil portugueses com uma fortuna superior a um milhão de euros, 108 com quase €46 milhões e 9 com quase €500 milhões.

Mais violência, menos mortes. Até junho, a PSP e a GNR receberam 14.863 denúncias de Violência Doméstica, mais 490 do que em igual período de 2022, revelou a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG). Em seis meses morreram 12 vítimas (menos 5) e 2962 foram acolhidas pela Rede Nacional, a maioria mulheres e crianças.

Olha o radar. Os novos radares de velocidade média começam a multar já em setembro, avança o JN. Serão 12, em quatro autoestradas - A1, A25, A3 e A42 -, nas nacionais 10, 109 e 211 e nos IC 19 e 2.

Conforto térmico. Candidaturas a novo apoio para janelas e painéis solares nas casas abrem esta quarta-feira

Braga quase ‘Champion’. O Sporting de Braga qualificou-se para o play-off de acesso à Liga dos Campeões, onde vai defrontar o Panathinaikos, vice-campeão da Grécia.

539º dia de guerra. A Rússia admitiu que poderá reconsiderar a decisão de não utilizar munições de fragmentação face ao fornecimento deste tipo de armamento à Ucrânia pelos Estados Unidos. Três drones ucranianos foram abatidos a sudoeste de Moscovo. O rublo colapsa. Nova vaga de bombardeamentos atinge zonas residenciais de Lviv, Dnipro e Lutsk. Zelensky visita soldados na contraofensiva, em Militopol. Três búlgaros foram acusados no Reino Unido de espiar para a Rússia. China diz que vai fortalecer cooperação militar com Moscovo, Irão e Bielorrússia. O Papa pede paz.

€600 milhões de droga. Autoridades dos Países Baixos apreenderam oito toneladas de cocaína em Roterdão, na sequência das investigações que visam combater as redes internacionais de narcotráfico que atuam no norte da Europa. A situação é de tal forma grave, que ministros e membros da casa real têm sofrido ameaças de morte.

Brasil às escuras. Falha de energia deixou 25 dos 26 Estados sem luz, afetando cerca de 30 milhões de habitantes, um terço dos consumidores, durante cerca de seis horas. Só Roraima escapou. Ministério de Minas e energia já abriu um inquérito para apurar causas do incidente.

Neymar nas arábias. Entre salário, prémios por objetivos e acordos publicitárias, o internacional brasileiro vai ganhar cerca de 320 milhões de euros nos dois anos que jogar no Al Hilal, da Arábia Saudita, onde também está Rúben Neves e o técnico é Jorge Jesus.

FRASES

“Há uma enorme diferença entre o estilo de vida na Europa e no Afeganistão. Lá, quando começa a escurecer não se veem raparigas na rua. O que vejo aqui é diversidade. Aqui posso usar o lenço e ninguém me pergunta porquê. Gosto disso”

Tajala, engenheira afegã, que se refugiou em Portugal após o regresso dos talibãs ao poder, há dois anos.

“Confesso que podia ter estado no CCB com Sua Santidade e não desejei esse encontro. Peço a Deus que me perdoe por isso e tenho tido todas as dificuldades com a minha própria consciência”

André Ventura, líder do Chega, em carta enviada ao Papa Francisco, onde pede desculpa pela ausência na receção da JMJ

“Um grande, complexo, detalhado, mas irrefutável relatório sobre a fraude eleitoral presidencial que ocorreu na Geórgia está quase completo e vou apresentá-lo numa importante conferência de imprensa”

Donald Trump, ex-presidente dos EUA, convicto de que será ilibado das 13 acusaçõesde fraude nas eleições de 2020, no Estado da Geórgia

O QUE ANDO A LER

Nestas férias de Verão – que infelizmente já acabaram – decidi não comprar livros novos para levar comigo. Foi difícil. Há sempre um que falta, ou dois, ou dez. Mas decidi dar uma oportunidade aos esquecidos nas prateleiras do escritório, que sem justificação foram ficando por ali, virgens, sem vincos na lombada a marcar a progressão da leitura, sistematicamente ultrapassados por mais uma novidade editorial. Escolhi dois escritores diferentes, um colombiano, o outro português, a quem o Nobel da Literatura juntou no mesmo pedestal. Sem querer, ambos falam de morte.

“Do amor e outros demónios”, de Gabriel García Márquez (D. Quixote, 1994), arranca na redação de um jornal, num dia fraco em acontecimentos. O estagiário é mandado em reportagem para um antigo convento de clarissas, onde estavam a esvaziar as criptas funerárias para dar lugar a um hotel de cinco estrelas – podia ser hoje -, na esperança que dali saísse algo capaz de alimentar uma página.

Por entre três gerações de bispos e abadessas, no interior do terceiro nicho do altar-mor, estava a notícia. Partida a lápide, descobriu-se uma cabeleira viva, de cobre intenso, vinte e dois metros e onze centímetros bem medidos depois de estendida no chão, presa a um crânio de criança que vivera há 200 anos. Aí começa a história de Sierva Maria de Todos los Angeles, a menina demónio e milagre no mesmo corpo, que se tornou devoção no Caribe.

“As intermitências da morte”, de José Saramago (Caminho, 2005), é só maravilhoso. Um dia, o primeiro de um novo ano, a morte decide tirar férias. Dentro de um país concreto, a vida passa a eterna mesmo a de quem só já tinha um fiapo da dita, corpos mais para lá do que para cá mas que não partem. O que parecia inicialmente o paraíso na terra, torna-se rapidamente num inferno, com a Igreja sem propósito, as funerárias e seguradoras sem negócio, a Segurança Social numa ainda maior crise, famílias a braços com gerações acamadas, a mafia a passar moribundos para lá da fronteira com a conivência do Governo, economistas e filósofos a procurar um sentido na vida sem fim.

Falhada a experiência, a dita regressa. Mas será de vez? O resto da história é servida com cartas de correio lilases, corpo de mulher fatal e Bach em violoncelo.

PODCASTS

Museu dos Descobrimentos ou das Invasões? Em 2018, a Câmara Municipal de Lisboa pôs na agenda o Museu dos Descobrimentos. Numa questão de dias, a novidade estourou que nem um petardo nas redes sociais, na rádio, nos jornais. Toda a polémica sobre esta ideia falhada à nascença no 2º episódio de Pretérito Imperfeito.

Como está o país a falhar aos jovens? Paulo Rosado, fundador da Outsystems, um dos unicórnios portugueses, veio ao podcastO CEO é o Limite falar sobre "a injustiça que se faz aos jovens em início de carreira", dos seus fracassos e da resiliência necessária para se ser empresário em Portugal.

O fundador e atual diretor do Vodafone Paredes de Coura é o convidado do primeiro episódio do podcast O Couraíso. Saiba mais sobre a história deste festival que celebra os seus 30 anos, mas que começou como apenas um conjunto de concertos gratuitos, na Praia Fluvial do Taboão, e um palco de madeira feito pelo carpinteiro da Câmara.

Este curto fica por aqui. Tenha um bom resto de semana e boas férias se for o caso. A atualidade segue em www.expresso.pt

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