Universidade | OLHEM OS SUBMARINOS E A DIREITA PORTUGUESA RESSABIADA

Expresso Curto a sair aqui à hora do almoço (para os que almoçam). Atrasado, já se vê. Temos um problema no PG: há por aí cães raivosos que nos andam a morder as canelas e dificultam as publicações com vírus carregados de lentidão. Passámos a chamar ao nosso equipamento computorizado “o alentejano” porque anda devagar, devagarinho e paralisado. Estamos a tratar disso com vista a melhorias que nos permitam publicar no PG com a celeridade normal. Tenham paciência que nós por cá também. 

Vamos então ao Curto na hora do almoço - para os que almoçam, porque sabemos que há muitos para quem isso é um luxo devido aos políticos de lixo que grassam nos poderes lusos a que chamam socialismo, social democracia, em vez de direita ressabiada repleta de desprezo pelos totós que votam neles mesmo sabendo que esses até são jagunços do grande e desumano capitalismo selvagem por que se regulam e servem. Adiante.

Vamos ao Curto que traz à frente uma tal Universidade de Verão do PSD… e ao Paulo Porta (entre outros). Esse tal Portas que julga estarmos esquecidos dos milhares e milhões de euros dos famosos submarinos. E mais, e mais… Esses tais são demasiados, sustentamo-los e por tal continuamos nas penúrias reservadas ao povoléu. Assim é. Quanto à Justiça… Pois, anda cega e há políticos e os das ilhargas que são todos inocentes.

É fartar vilanagem, cantava-se, dizia-se (com razão) do salazarismo fascista. Mas agora acontece praticamente o mesmo e "democraticamente".

Chega. Basta. Pois...

Almocem. Se conseguirem. Vamos lá ao Curto de propriedade do tio Balsemão Bilderberg. Adiante.

Bom dia e pouca fome – ou pelo menos devidamente controlada. São efeitos desta democracia fraudulenta e 'oferecida' compulsivamente a todos nós, estúpidos!

Inté.

MM | Redação PG

O castelo e a pevide

Pedro Candeias, editor-executivo | Expresso (curto)

Bom dia,

Paulo Portas era o convidado do PSD para a Universidade de Verão do PSD em Castelo de Vide, o segundo ato da rentrée política do PSD, e o objetivo inicial estava definido: argumentar com os jovens do PSD o futuro do país na qualidade de ex-ministro e militante histórico do partido amigado.

Obviamente, o pré-anúncio de Marques Mendes no domingo viera ajustar as expectativas relativamente à sua preleção; subitamente, muita gente ficou interessada em ouvir o que tinha Portas a dizer sobre presidenciais, pois também ele está metido na gaveta dos presidenciáveis e também ele poderia aproveitar o palco para se pôr na corrida.

Tcharam, não aconteceu.

Na política, uma arte performativa que segue as leis da comédia, o timing é essencial para marcar posição e Paulo Portas cumpriu o seu papel com bom ator que é: ensaiou uma piada, manteve o mistério e ainda deixou uma farpa à (putativa) concorrência. “Li algures que esta era a minha rentrée. Podem estar descansados: a minha rentrée é no Global [programa de comentário na TVI], e lá falarei de eleições presidenciais – mas só daquelas que vão acontecer nos EUA em 2024”, disse, rematando com a punchline: “A mim parece-me que para o espaço não socialista a prioridade é construir uma alternativa que suceda ao doutor Costa, não é encontrar um sucessor para o professor Rebelo de Sousa”. Pelo meio, o comentador televisivo e administrador da Mota-Engil garantiu que apesar de afastado da cena política, “não” era “um eremita”.

A equidistância higiénica que o deixa dentro e fora do jogo ao mesmo tempo.

Ou seja, como escreve a Eunice Lourenço, Portas mantém um pé na política nacional enquanto espera pelo momento certo para dar o passo definitivo. E esta ainda não parece a altura para o fazer, embora confidencie aos mais próximos que há tempo para isso. Bem vistas as coisas, uma eventual pré-candidatura seria percecionada como uma reação a Marques Mendes e não um ato pensado e refletido em nome do desígnio maior que é servir Portugal, enfim, a narrativa comum a quase todos os que se lançam na corria a um cargo público; por outro lado, assumir essa vontade ali, na casa do anfitrião e um dia antes da presença de Marcelo Rebelo de Sousa em Castelo de Vida, talvez não fosse a mais elegante das táticas.

OUTRAS NOTÍCIAS

Narcos. O processo “Xuxas”, petit nom do (alegadamente) maior traficante de droga português, está na fase instrutória. Na terça-feira, a defesa de Rúben Oliveira, de seu nome, criticou o Ministério Público, argumentado que foi construído um caso baseado “em informações falsas” e “provas ilegais”. A acusação do MP a “Xuxas” é um guião para uma série.

Tráfico. O Tribunal Constitucional não acompanhou as dúvidas de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a nova lei da droga e o presidente acabou a promulgá-la na terça-feira. Quando foi votado no Parlamento, o documento abriu espaço a várias discussões, nomeadamente sobre a “quantidade de droga apreendida” como critério para diferenciar consumidor de traficante. Para uns, o texto defende a vítima. Para outros, abre espaço aos criminosos. Para outros ainda, isto é centralismo.

Top Gun. Os militares portugueses estão a ser seduzidos para emigrar para a Roménia para trabalhar numa empresa holandesa que trata de F-16. A elevada procura surpreendeu a oferta e a Daedalus Aviation Group decidiu abrir uma “segunda sessão” de esclarecimento para os interessados. O salário pode duplicar o valor pago pela Força Aérea a estes trabalhadores especializados - a tentação é grande.

Big Brother. A Câmara Municipal do Porto irá ‘caçar’ multas de estacionamento e de velocidade recorrendo a métodos mais sofisticados do que a fiscalização a pé: serão instaladas câmaras em tejadilhos de carros-patrulha que vão apanhar carros mal posicionados e condutores em excesso. A notícia foi avançada pelo Jornal de Notícias; ao Expresso, o gabinete de Rui Moreira respondeu que se trata “de um coadjuvante tecnológico”.

A Rede Social. O Governo garantiu aos portugueses e às portuguesas que, até 2026, o país disporá de mais 15 mil camas (86 residências) para os estudantes do Ensino Superior. Paga o PRR, disse a ministra Elvira Fortunato.

7 Palmos Debaixo de Terra. O funeral de Prigozhin teve lugar em São Petersburgo numa cerimónia privada, confirmada pelo Grupo Wagner, sem a presença de Vladimir Putin. Estas e outras informações estão no live contínuo do Expresso.

Náufrago. A suspensão de 90 dias imposta pela FIFA a Luis Rubiales - o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol que beijou a jogadora no Mundial - tem consequências práticas além de morais: o dirigente ficou sem carro, motorista, telemóvel, salário e sem a renda da casa paga pela federação. Pressionado por governo, organismos desportivos, jogadoras, jogadores e pela quase generalidade da opinião pública, Rubiales resiste - enquanto a sua mãe faz greve de fome numa igreja.

Momentos de Glória. Um golo de Bruma em Atenas selou o segundo triunfo do Sporting de Braga sobre o Panathinaikos nas duas mãos do playoff de acesso à Liga dos Campeões. Os minhotos juntam-se a Benfica e FC Porto na fase de grupos da maior competição de clubes da Europa. O Sporting disputará a Liga Europa e Vitória de Guimarães e Arouca a Conference League.

FRASES

“São centenas de milhares de pessoas que morreram ou ficaram feridas, são as nossas casas que foram atacadas ou bombardeadas, não as casas do Brasil ou de outros países”, Zelenksy, em entrevista à RTP, a dar um recado a Lula da Silva

“Em contextos de insularidade e dispersão geográfica, a comunicação social privada exerce uma missão acrescida de inquestionável interesse público na consolidação de uma opinião pública crítica e qualificada”, o Governo dos Açores quer pagar 40% do salário dos jornalistas regionais

“Acabar ou continuar? É a mãe do Elísio que nos tira a dúvida: enquanto tocarmos juntos, ele continua vivo”, os grandes “Ornatos Violeta” em entrevista

O QUE ANDO A LER

“Poeta Chileno”, Alejandro Zambra (ed. Elsinore)

Esta é a história de um padrasto e do seu enteado - de Gonzalo e de Vicente -, ambos poetas num país onde ser-se poeta é como ser-se “futebolista no Brasil” ou “chef no Peru”: uma aspiração banalíssima, segundo o narrador de “Poeta Chileno” de Alejandro Zambra. A estes dois, e à mãe de Vicente, junta-se posteriormente uma norte-americana chamada Pru que procura escrever sobre - acertou - poesia chilena.

E o livro do também poeta, contista e prosador chileno, é um romance que gravita à volta desta arte difícil e muitas vezes desconsiderada, onde cabem também um amor interrompido e retomada e terminada, uma amizade entre um jovem adulto e uma criança e - acertou novamente - poesia ingénua e duvidosa.

OS NOSSOS PODCASTS

As presidenciais tomaram conta da agenda política neste fim de agosto por causa de Marques Mendes. Nesta Comissão Política analisa-se a partida antecipada do comentador da SIC e o atraso sistémico do PS na Madeira (falta menos de um mês para as eleições regionais)

Como vão ser os drones do futuro? Ricardo Mendes, líder de uma das maiores fornecedoras de drones na Europa, conversa com Hugo Séneca sobre tecnologia e inovação em tempos de guerra e vigilância

Na Guatemala, onde a corrupção é endémica e vem do tempo dos espanhóis, há quem queira assassinar o Presidente Arévalo, que acaba de ser eleito. Oiça aqui o podcast O Mundo A Seus Pés

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