segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Marcelo PR e de ditos sexista? “Olhem a serpente e a maçã”, fujam!

Bom dia no que a seguir será o Curto do Expresso propriedade do tio Balsemão de Bilderberg. Depois da Madeira vai haver sexismo à lupa, ferramenta apropriada para eunucos. Mentes ao alto e desculpem qualquer coisinha.

Na Madeira há fome de três em pipa, como no Continente, como em vários países da chamada União Europeia, como em imensos (demasiados) países do mundo. Além da fome também ocorrem eleições e aldrabões políticos que até parece que fazem magias ao estilo dos sevandijas nas campanhas eleitorais… É disso que o Expreso Curto trata nas laudas de Pedro Cordeiro. Haverá ainda muito mais, dele, no tratamento do Curto a seguir. Respeito. O autor sabe muito bem onde a porca torce o rabo e vai daí aborda o que acha que sim, porque sim. É assim mesmo.

Não me parece que ele, Cordeiro, ligue peva ao alegado sexismo exacerbado do presidente da República, o Marcelo – para os milhões amigos. Ainda bem, é menos um.

Sobre isso até parece que anda tudo maluco. Marcelo sexista? Quem? Aquele velho jarreta simpático e de afetos? Ah, pois, o decote da menina! E ele ralado que se constipem… É o que faz ser atencioso e protetor. Ser pai, avô e idóneo. 

Dá para ver que às tantas a sociedade está repleta de gentes doentes e exageradas (mal intencionadas porque secretamente são maldosas e perversas) extremistas, talibans e talibanas. O melhor é não falarmos e quanto às mulheres nem as olharmos. Muito menos aproximarmo-nos. “Dai-lhes desprezo”, dizem os sábios. “Olhem a serpente e a maçã”, fujam! Acrescentam esses tais radicais da sabedoria… Pois.

Vamos avançando, antes que sobre para aqui a reação viperina dessas mentes malvadas e pseudo assexuadas, pseudo tudo, integras, virgens, angélicas, maviosas, de aspecto e dizeres tão humanos… Politicamente corretos e democráticos da atualidade desenvolvida e sustentável, gananciosa, egoísta... Talvez merecidamente considerada tan-tan. Pois. Tretas.

Bom dia e um queijo chulé acompanhado de um tinto carrascão da marca “Mafarrico”. E a seguir às patacoadas o Curto do Expresso. Pois.

Vão lá. Leiam. Não dói nada. Não sejam tão pútridos quanto está à vista no segredo desse tal aicoirão da modernidade tão capacitada e repleta de tantos não prestam. Bom dia.

MM | PG


O jardim que já não é de Jardim continuará a ser dos de Jardim

Pedro Cordeiro, editor da secção internacional | Expresso (curto)

Bom dia e boa semana!

Começo por fazer-lhe um convite: na próxima quarta-feira, dia 20, às 14h, “Junte-se à Conversa” com João Silvestre, Isabel Vicente e David Dinis sobre se “O BCE foi longe demais? E o Governo faz a menos?”. Inscreva-se aqui.

Em seguida, outro aparte para lembrar que é Dia da Igualdade Salarial e que, como recorda aqui o Pedro Carreira Garcia, ainda há muito por fazer para que a mesma possa ser atingida. Prossigamos…

A Madeira vai a votos no próximo domingo, estando um quarto de milhão de eleitores chamados a eleger os 47 membros da próxima Assembleia Legislativa Regional, daí resultando o próximo Governo da região autónoma. Há 13 candidaturas em liça, incluindo duas coligações pré-eleitorais, e o vencedor parece anunciado, por mais que seja ideia a evitar em democracia até todos os boletins de voto estarem contados. Já há quem ande a preenchê-los, de resto.

À frente do arquipélago desde 2015, Miguel Albuquerque confia na vitória. Encabeça a coligação Somos Madeira, que alia o seu PSD ao CDS, para quem a presença nos executivos madeirense e açoriano é resquício de poder de um partido que luta pela sobrevivência. Na Madeira as duas forças uniram-se para governar depois das últimas eleições regionais, em 2019, que os sociais-democratas venceram sem maioria absoluta pela primeira vez desde 1976.

Em 2019 houve quem acreditasse no fim do domínio laranja, tendo o PS vencido em quatro dos 11 municípios e obtido 19 assentos no parlamento regional, menos dois do que o PSD. Agora parece claro que a coligação governante revalidará a maioria: as sondagens dos últimos seis meses dão -lhe 45% a 57% das intenções de voto. Seguem-se o PS (15-21%), o nativo Juntos pelo Povo (8-12%, e este trabalho cuja leitura aconselho no Expresso) e a CDU (1-2%). O BE (1-3%) luta por voltar ao parlamento regional.

Os oito anos de Albuquerque na Quinta Vigia, que se seguiram a 37 de Alberto João Jardim, suscitam há muito acusações de défice democrático na Madeira. Não é exceção a atual campanha, em que se multiplicam queixas da oposição contra um governo regional que anda no limite da lei para conquistar sufrágios. Formações como o BE, IL, PCP e CH mandaram os seus líderes nacionais às ilhas, onde não foi visto o primeiro-ministro e chefe do PS.

Se se chegou a pôr a hipótese de a direita democrática precisar da extrema-direita para governar a Madeira, repetindo o acordo (esse não estritamente indispensável) que alcançou nos Açores, tal hipótese terá sido afastada. Albuquerque confia mesmo no terceiro triunfo seguido e até a pandemia de má memória é pretexto para atirar farpas ao PS. No Porto Santo, entretanto, as atenções ainda se focam no Verão, que, é bom de ver, ainda não acabou.

Outras notícias

LÍBIA Com os mortos pelas cheias causadas pela tempestade Daniel a cifrarem-se nas dezenas de milhares, a reportagem do jornalista Ricardo García Vilanova descreve a busca por sobreviventes entre os escombros dos prédios que a água fez ruir em Derna. O Hélder Gomes explica que os dois governos em que se divide o país norte-africano estão obrigados a unir esforços.

UCRÂNIA Acompanhe no Expresso toda a atualidade da guerra, minuto a minuto. Do semanário destaco este trabalho da Margarida Mota sobre a indústria dos drones. Kiev pensa contar, até ao final do ano, com mais 200 mil destes aparelhos voadores não-tripulados para fazer face à invasão russa.

LISBOA O Sporting, a jogar em casa, venceu o Moreirense por 3-0 ontem à noite, merecendo elogios da camarada Lídia Paralta Gomes. Os leões estão à frente da tabela a par do Porto, seguidos do Benfica a um ponto de distância. Pode juntar-se-lhes o Boavista, que recebe esta noite o Chaves.

HUNGRIA Terminou ontem em Budapeste uma cimeira demográfica em que dirigentes da direita populista defenderam a família tradicional e atacaram a imigração. O encontro foi motivo de conversa de yours truly com a catedrática Teresa Ferreira Rodrigues e o Hélder Gomes no podcast O Mundo a Seus Pés.

NOVA IORQUE Começa amanhã a Assembleia-Geral das Nações Unidas. O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, reúne-se hoje com o secretário-geral da organização, António Guterres, e com o presidente da mesa da Assembleia-Geral, Dennis Francis. Amanhã intervém no plenário.

Frases

“Muito do que dizemos entre amigos deve ser incorporado no nosso dia-a-dia. Os amigos são uma fonte que jorra vida e que juntamos à nossa. Os amigos dão-nos sempre, sem querer, a sabedoria que pensávamos não ter, mas que estava ali à distância de um brinde.”
Inês Meneses, num belo artigo da concorrência (“Público”) que me deu prazer, por descolar das notícias mais prementes para falar de coisas não menos importantes

“Não era nenhum comentário sexista, não me ocorreu, quer para aquela jovem, quer para as velhinhas. Não era sexista de todo”
O chefe de Estado, a justificar-se depois de um episódio menos feliz em Toronto. Sobre Marcelo, recomendo a leitura deste acutilante texto do Ricardo Costa na edição semanal do Expresso

Sugestões da equipa de podcasts do Expresso

A subida das taxas de juro, créditos mais altos e as despesas do dia a dia que não param de aumentar. O oxigénio das famílias portuguesas poderá estar perto de se esgotar se nada for feito em contrário. No seu espaço de comentário, Ana Gomes reitera que “esta receita não é a adequada” e que se está a seguir “o mesmo caminho de quando por cá andou o FMI”.

A polícia alemã confiscou um carro com matrícula russa, fazendo valer-se de uma lei que foi aprovada a mais de uma década pela União Europeia. Outros quatro países europeus já vieram dizer que vão seguir o exemplo de apreender automóveis vindos da Rússia. Na opinião de José Milhazes, “isto não ajuda a que os russos venham para a rua protestar contra Putin, muito pelo contrário”. Desta maneira, “a elite russa fica impune, pois a lei aplica-se contra os cidadãos”.

A Líbia, defende Nuno Rogeiro, “é um país que tinha todas as condições para que as coisas corressem bem”. Adianta que “tem petróleo e exporta petróleo, tem minérios, pouca população para o seu território, logo pouca pressão demográfica”. Ainda assim, “por total ineficácia humana e inépcia, deu-se uma catástrofe que, entre outras coisas, vai provocar mais uma onda de refugiados”.

O que ando a ver, ouvir e ler

Ainda vai a tempo de ver esta maravilhosa exposição de Rui Chafes e Alberto Giacometti na Gulbenkian. Termina hoje, se tiver hipótese não perca mesmo. Gostei muito das esculturas de ambos exibidas em jogral, numa montagem interessante e original. Há meses o Expresso publicou esta recensão do Celso Martins.

Também no dossiê das causas urgentes, está em cena até domingo, no São Luiz, a última peça completa escrita por William Shakespeare, encenada por António Pires. Boas interpretações de um texto imortal, com cenários notáveis de Cabrita Reis, belos figurinos e música incidental de Sibelius. No meu radar teatral está outra encenação do bardo inglês, agora por Diogo Infante, e uma obra do seu compatriota Edward Albee, ambas no Trindade. No Teatro do Bairro, com potencial para programa familiar, o delicioso “O meu pé de laranja-lima”.

Nos últimos dias tem-me acompanhado o livro “Ser Psiquiatra”, de José Gameiro, que escreve deliciosos artigos na Revista do Expresso. Obra despretensiosa com o subtítulo “uma vida entre voos e famílias”, o clínico que também é piloto conta o seu interessante percurso e explica como exerce a profissão, para no fundo falar de assuntos que interessam a todos.

Passando à música, estou a dias de iniciar a temporada da Gulbenkian, primeiro com o coro da casa no Panteão Nacional, já na quarta-feira, depois na sede com Maria João Pires (quatro concertos de Schubert entre quinta e sábado). Como aperitivo, anteontem, a transmissão ao vivo do único concerto conduzido por Lorenzo Viotti na fundação esta época, com obras de Ligeti e Mahler.

Já na música ligeira, alerta aos leitores do Norte: aconselho vivamente que se desloquem ao auditório do Círculo Católico de Operários do Porto, no próximo dia 29 de setembro, para assistirem à atuação da banda de homenagem José Pinhal Postmortem Experience, que honra o malogrado artista homónimo, um injustamente esquecido ícone da canção romântica lusa que chegou às páginas de “The Guardian”. Assisti há dias com imenso gozo a este espetáculo na Sociedade Musical União Paredense.

A terminar, tem sido também tempo de escuta do novo disco de Olivia Rodrigo, “Guts”, cuja digressão passará por Portugal em 2024. A americana ganhou em maturidade e diversificou assuntos. Brava.

Despeço-me por aqui, que o Curto vai longo. Continue a informar-se junto de nós, até breve e até sempre!

LER O EXPRESSO

Sem comentários:

Mais lidas da semana