terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Angola | Quem sou eu? Ninguém -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Quem sou eu? Fernando Garcia Miala defensor da pátria. Amado pelos patriotas e temido

pelos saqueadores da pátria. Quem sou eu? Artur Queiroz, repórter formado na velha escola

da notícia. Encontrei o quem sou eu do Miala nas redes sociais, que ele controla e financia com

os milhões que saca dos cofres públicos, sem prestar contas a ninguém. Mas sabemos como

era no passado. Por cada milhão sacado, gastava tudo em propaganda dele próprio. Estoirava

o dinheiro do povo para arranjar apoios entre artistas, jornalistas e outros grupos sociais que

lhe davam influência.

Do passado sabemos que o quem sou eu Miala requisitava um avião para levar a filha e suas

amigas às compras em Paris, Milão, Londres, Nova Iorque e outras capitais do mundo. Cada

passeio das meninas custava milhões ao Estado. O quem sou eu Miala foi preso. Mas a infinita

generosidade do Presidente José Eduardo dos Santos transformou tudo num caso de

insubordinação e Miala ficou à boa vida até João Lourenço lhe entregar de novo as chaves do

cofre e carta-branca para as negociatas. Este quem sou eu Miala está podre de milionário. Que

lhe faça bom proveito.

Eu sou bom rapaz e por isso quero desfazer um equívoco absurdo. Corrigir o mais perigoso

engano de alma do quem sou eu Miala. Os patriotas angolanos não amam bandoleiros. Não

apreciam corruptos. Não dão confiança a abusadores do poder. Os patriotas não amam Miala.

Os que comem as sobras dos mundos e fundos que ele saca, fingem que o respeitam, que o

adoram, que o apoiam. Sã apenas bajuladores. E que eu saiba, os vendidos, os oportunistas, os

que não têm coluna vertebral podem ser tudo, menos patriotas.

Patriotas são os que construíram Angola. Os que se bateram de armas na mão contra o

colonialismo. Contra os EUA e seus lacaios na transição entre 25 de Abril de 1974 e 11 de

Novembro de 1975. Os que derrotaram os invasores estrangeiros, armados e financiados pelos

EUA, que atentaram contra a soberania nacional e a integridade territorial.

O quem sou eu Miala onde combateu? Que tropas comandou? Quantas batalhas travou?

Quem foram os seus comandantes? Entrou em alguma das Grandes Batalhas pela

Independência Nacional? Esteve em Cangamba, na Cahama, no Cuito Cuanavale? Integrou as

unidades das FAPLA que libertaram o Norte da FNLA e tropas invasoras ao serviço dos EUA?

Em que unidades das FAA combateu a rebelião armada entre 1993 e 2002? Os patriotas não

amam quem se serve do Estado em vez de servi-lo.

O quem sou eu Miala está enganado. Os saqueadores da Pátria Angolana não o temem. São

seus sócios. Companheiros de festim. Dividem os fundos dos cofres públicos. O quem sou eu

Miala é uma nódoa que alastra na camisa do Presidente da República. É um pedregulho no seu

sapato. Uma brasa no seu bolso. Uma dor de cabeça permanente. Porque João Lourenço sabe

que um dia o Povo Angolano vai conhecer a dimensão dos desvios à custa de pretensas

actividades da segurança de Estado. Não falta muito tempo para todos sabermos quantos

milhares de milhões o quem sou eu Miala torrou em proveito próprio e com aqueles que o

amam. Espero que a revelação não chegue demasiado tarde. Seja divulgada a bem.

Os patriotas não amam abusadores de poder, não amam os saqueadores dos cofres públicos,

não amam os trambiqueiros, não amam os que fazem do oportunismo o seu permanente

modo de vida. Eu sou Artur Queiroz, velho repórter das Grandes Batalhas da Independência

Nacional. Não amo oportunistas. Não amo saqueadores dos cofres públicos, não amo o

banditismo político personificado em Fernando Garcia Miala. Ponto parágrafo.

Netanyahu tem o coração partido. Os seus matadores assassinaram três jovens israelitas na

Faixa de Gaza. Os rapazes estavam despidos e com bandeira branca nas mãos. Um deles gritou

em hebraico que precisavam de ajuda. Assinou a sentença de morte. Foram metralhados,

trespassados com mil balas. O assassino Austin foi logo a correr para Telavive, ensinar os

matadores a executarem os reféns com mais decoro. Discretamente. Sem darem tanto nas

vistas. O trio assassino Biden, Blinken e Austin vão dar a melhor táctica para o genocídio. Não

pode ser tão igual ao nazismo de Hitler.

O fotojornalista Samer Abu Daqa foi atacado deliberadamente pelos nazis de Telavive na Faixa

de Gaza. Estava ao serviço do canal de televisão Al Jazeera. Ficou gravemente ferido. Morreu

porque não foi socorrido. O jornalista Wael Dahduh também foi atacado. Sofreu ferimentos

num braço e foi transportado para o hospital Nasser, em Khan Yunis.

Os grandes democratas do governo de Israel continuam a matar jornalistas. Não querem

testemunhas do genocídio. Os prisioneiros militares e civis israelitas nas mãos do HAMAS

também vão ser mortos. Sabem muito sobre o que aconteceu em 7 de Outubro passado. Há

que matá-los para ninguém saber a verdade. O genocídio na Faixa de Gaza também tem a ver

com essa tentativa de silenciar vozes dos que sabem demasiado.

A estação de televisão Al Jazeera apresentou queixa no Tribunal Penal Internacional contra o

Governo de Israel pelo assassinato do seu fotojornalista. Perda de tempo. Aquilo é uma arma

de arremesso contra quem não se submete aos ditames do estado terrorista mais perigoso do

mundo. É ainda mais rasteiro e sujo do que o Prémio Nobel da Paz ou o Prémio Sakarov.

Dizem que o mundo vai mudar. Pois que mude. Mas levem rapidamente para o lixo os

mentores do estado terrorista mais perigoso do mundo e todos os seus amigos, aliados e

serventes. Ontem já era tarde. Muito tarde.

João Lourenço foi galardoado com o Prémio Personalidade Política do Ano, pela Skylight

Comunicação e Eventos. Uma brasileirada infame que só suja quem se aproxima. A minha

grande perplexidade é esta: Ser Presidente da República de Angola é uma honra. O máximo

que cidadãs e cidadãos angolanos podem atingir. Não há nada mais honroso.

João Lourenço torra milhões para colocar ao peito, uma coisa ridícula chamada “campeão da

paz em África”. Esbanja milhões para ser recebido pelo assassino Joe Biden, chefe do estado

terrorista mais perigoso do mundo, que fez tudo para impedir a Independência Nacional.

E nesse “tudo”, incluo a morte de milhares de angolanos. Agora esbanja mais dinheiro para

ser personalidade política do ano, que é naturalmente e sem favor, enquanto estiver na

Presidência da República. Eu acho que esta coisa desprezível tem o dedo do quem sou eu

Miala. Ele quer mesmo pôr de rastos a imagem do Presidente da República. E a vítima deixa.

Cada um come do que gosta.

* Jornalista

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