sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Hong-Kong: Alguns membros do Partido Democrático vão juntar-se aos "ocupas" no sábado




PNE – DM - LUSA

Hong Kong, China, 14 out (Lusa) - Alguns membros do Partido Democrático vão participar no protesto dos "indignados", que no sábado vão ocupar a praça da Bolsa de Hong Kong, disse à agência Lusa o presidente, que rejeita um aproveitamento político do movimento.

"Sei que alguns dos nossos membros vão juntar-se ao protesto, mas de forma individual. Eu não vou participar, tenho outras coisas a fazer, mas apoio o espírito inerente a este movimento", afirmou o presidente do Partido Democrático de Hong Kong, Albert Ho.

O responsável salientou a importância da Região Administrativa Especial chinesa se juntar ao primeiro movimento global dos "indignados", que abrangerá mais de 60 cidades dos cinco continentes, sob o mote "Unidos vamos reinventar o mundo", por a cidade ser um centro financeiro e ter sido, por isso, muito afetada pela crise.

"Mas acho que esta iniciativa deve ser organizada de forma pacífica", ressalvou, considerando que a "população deve fazer ouvir a sua voz contra a injustiça social".

Questionado sobre se a participação no protesto de alguns membros do partido, e eventualmente de outros políticos de Hong Kong, poderá pretender angariar o apoio da população para as legislativas de setembro de 2012, Albert Ho disse que "uma coisa não tem a ver com a outra".

O deputado considerou que este movimento "não será utilizado" para esse efeito, apesar de admitir que muitos residentes poderão aproveitá-lo para expressar o seu descontentamento em relação às políticas para 2012 anunciadas pelo Governo esta semana.

"Muitas pessoas não estão satisfeitas, apesar de haver iniciativas que são bem-vindas, mas chegam tarde", declarou.

Vários movimentos cívicos de Hong Kong, um dos quais formado por pessoas afetadas pela falência do Lehman Brothers, estão a organizar, através das redes sociais, um protesto anticapitalista a ter lugar no sábado na praça em frente à Bolsa da cidade.

Consoante a adesão, o protesto poderá prolongar-se até segunda-feira para impedir a abertura do mercado bolsista.

A polícia da antiga colónia britânica não recebeu qualquer notificação sobre a iniciativa intitulada "Ocupar Central", disse à Lusa uma porta-voz.

Na vizinha Macau, a Polícia de Segurança Pública (PSP) também informou a Lusa não ter conhecimento de qualquer protesto agendado para sábado.

O presidente da Associação Novo Macau, Jason Chao, afirmou que a sua organização decidiu não dinamizar na Região uma iniciativa semelhante à de Hong Kong por esta "se basear nas questões da igual distribuição da riqueza entre a classe capitalista e a trabalhadora e na corrupção do setor financeiro nos EUA".

Apesar de Macau ter como motor da economia o setor do jogo, com três empresas norte-americanas, cotadas nas bolsas de Nova Iorque e Hong Kong, o responsável salientou que a Região "não foi tão severamente afetada pela crise de 2008, apesar de também enfrentar a questão da distribuição equitativa da riqueza".

Nos EUA, os cidadãos ainda enfrentam dificuldades, não conseguem pagar as hipotecas e a taxa de desemprego continua a subir, há muitas pessoas zangadas, mas em Macau não temos o mesmo 'background', concluiu.

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