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JORNAL DE NOTÍCIAS - 14h36m
São mais de 950 cidades, de 82 países, e as adesões continuam a aumentar. Sábado, há um apelo global para manifestar indignação exigindo direitos e uma verdadeira democracia. Em Portugal, a adesão poderá ser potenciada pelas novas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo. Veja o mapa (em actualização) da indignação.
As medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, na quinta-feira à noite, vai contribuir para que a manifestação de indignados, marcada para sábado, cresça muito, disse uma das organizadoras da marcha em Portugal, Paula Gil.
"Acho que [a apresentação das medidas de austeridade] poderá contribuir para que [a manifestação] cresça muito", afirmou, adiantando que a comunicação do primeiro-ministro "provocou uma reacção no Facebook que foi crescente".
Para a organizadora da manifestação de cidadãos, "as pessoas ficaram, de facto, indignadas com a situação" e isso deverá levar mais gente para a rua".
"O importante é que a maioria das pessoas se junte a nós e venha contribuir com propostas para uma continuidade, embora eu pense que, neste momento, não há porque não sair à rua. Precisamos recuperar o nosso lugar no centro das políticas do Estado", sublinhou.
Para Paula Gil, a Manifestação de Indignados marcada para 15 de Outubro em vários pontos de país e do mundo não pode ser comparada à de 12 de Março, que juntou quase meio milhão de pessoas nas ruas portuguesas. "Não faço comparações com o 12 de Março, é uma manifestação muito diferente. Desta vez envolve muitos movimentos e por isso só já é um sucesso", disse.
O protesto, agendado para um sábado, junta cerca de três dezenas de movimentos e terá início em Lisboa com um desfile entre o Marquês de Pombal e São Bento. A iniciativa, às 15 horas, vai decorrer também no Porto, Braga, Évora, Angra do Heroísmo, Faro, Setúbal e Coimbra, termina com uma vigília.
Cidadania "relativamente adormecida"
O site do movimento "United for globalchange" (Unidos por uma mudança global) coordena todas as acções que se realizarão por todo o mundo e mantém em constante actualização os locais de protesto - são já mais de 950 cidades, de 82 países.
Em Espanha, o herdeiro da coroa, Felipe de Borbón, foi convidado a juntar-se aos manifestantes em Madrid. O convite foi feito por um participante na "Campus Party", na quinta-feira, em Granada (sul), que aproveitou a visita do príncipe para lhe entregar um autocolante com o logótipo da manifestação mundial.
A presidente do partido espanhol União Progresso e Democracia (UPyD) considerou que os protestos dos indignados e a acção dos partidos políticos não são incompatíveis e devem reflectir o despertar da cidadania, "relativamente adormecida", face à actual situação.
"Como partido político respeitamos todas as manifestações cívicas e democráticas, especialmente numa sociedade como a espanhola, demasiado adormecida, mas considerados que a melhor forma de mudar as coisas é no parlamento", afirmou Rosa Diez.
"Há quem adopte a estratégia das ruas, outros no parlamento. Não são incompatíveis. O movimento cívico está bem, mas temos que ir ao parlamento defender as propostas, mudar as leis", afirmou.
Rosa Diez manifestou-se esperançada que, nas eleições de 20 de Novembro, os cidadãos "votem em defesa das ideias em que acreditam e elegendo pessoas que verdadeiramente os representam", o que - insistiu - nem sempre acontece.
Referindo-se às medidas anunciadas pelo Governo português, no âmbito do Orçamento do Estado para 2012, Rosa Diez disse que mais importante do que avaliar se as medidas "são duras ou não", o importante é perceber se são eficazes e justas.
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