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JORNAL DE NOTÍCIAS - 14h59m
A CGTP vai informar todas as organizações sindicais que participaram na greve geral de 24 de Novembro da sua "determinação" na "luta geral dos trabalhadores portugueses" para fazer face às medidas apresentadas pelo Governo, anunciou o secretário-geral da Intersindical.
"Vamos de imediato enviar uma informação muito resumida da apreciação e da nossa determinação para uma intervenção que seja de indignação geral e de luta geral dos trabalhadores portugueses", indicou esta sexta-feira Manuel Carvalho da Silva.
"Vamos fazer uma comunicação a todas as organizações sindicais que estiveram na greve geral de 24 de Novembro do ano passado, desde logo à UGT, e a nossa proposta é de desenvolvimento do diálogo a todos os níveis e da construção da unidade da acção necessária para que a resposta seja de todos os trabalhadores portugueses", acrescentou o secretário-geral da CGTP.
A central sindical - que hoje convocou os órgãos de comunicação social para uma conferência de imprensa de reacção ao anúncio na quinta-feira à noite pelo primeiro-ministro de medidas de austeridade inscritas no Orçamento do Estado para próximo ano - não quis antecipar se irá propor uma nova greve geral, decisão que será tomada na próxima quarta-feira pelo conselho geral da Intersindical.
"Os órgãos é que vão decidir", disse Manuel Carvalho da Silva. "A greve geral é uma expressão que o sindicalista só deve usar no momento em que a anuncia com a confirmação das condições para que ela tenha êxito", acrescentou.
A comissão executiva da CGTP vai reunir-se na próxima segunda-feira e o conselho geral na terça e quarta-feira para tomar "decisões mais concretas sobre as formas de concretizar esta indignação geral e esta mobilização geral dos trabalhadores e do povo português em defesa dos interesses do próprio país", que se encontra "perante a situação mais delicada desde o processo revolucionário de Abril de 74. Toda a luta se exige", afirmou o sindicalista.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou na quinta-feira que as medidas do OE2012 visam garantir o cumprimento dos acordos internacionais, e que passam, entre outras, pela eliminação do subsídio de férias e de Natal para os funcionários públicos e pensionistas que recebem mais de mil euros por mês, enquanto durar o programa de ajustamento financeiro, até ao final de 2013.
Os vencimentos situados entre o salário mínimo e os mil euros ficarão sujeitos a uma taxa de redução progressiva, que corresponderá em média a um só destes subsídios.
As pensões acima do salário mínimo e abaixo de mil euros sofrerão, em média, a eliminação de um dos subsídios.
O chefe do Governo afirmou que há um desvio orçamental de três mil milhões de euros e anunciou também que o executivo vai reduzir o número de feriados e permitir que as empresas privadas aumentem o horário de trabalho em meia hora por dia, sem remuneração adicional.
"O Governo diz que estas medidas são indispensáveis para fazer face aos buracos que se vão descobrindo. Isso é uma fraude. Cada conjunto de medidas coloca o país mais pobre, agrava o problema em todas as suas dimensões e portanto, passo a passo, estaremos sempre, inevitavelmente, a descobrir novos buracos", afirmou Carvalho da Silva.
"Com estas medidas, o comum dos portugueses não beneficia nada, mas alguém há-de beneficiar. E quem vai beneficiar são de certeza os agiotas internacionais e nacionais e os grandes detentores da riqueza", acrescentou.
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