"É o maior
despedimento coletivo em Portugal"
Agência Lusa,
publicado por Patrícia Viegas – Diário de Notícias
Redução de 50% de
funcionários públicos
O secretário-geral
da CGTP-IN, Arménio Carlos, afirmou hoje, em Coimbra, que a redução de 50% dos
contratados a prazo no setor público, anunciada segunda-feira pelo Governo,
constitui "o maior despedimento coletivo que se verificou em
Portugal".
"Estamos
perante o maior despedimento coletivo que se verificou em Portugal no que
respeita à administração pública e também ao setor privado. A redução da despesa
do Estado não se faz reduzindo trabalhadores, o mesmo é dizer, reduzindo
serviços públicos no que respeita à sua qualidade e quantidade", afirmou,
em declarações aos jornalistas durante a 'Marcha contra o Desemprego'.
Em causa está a
proposta enviada na segunda-feira aos sindicatos que representam os
trabalhadores da função pública, na qual se prevê a saída do Estado de 50% dos
trabalhadores com contrato a termo, a antecipação para 2013 do aumento da idade
da reforma para 65 anos, a redução para metade do pagamento por hora
extraordinária (atualmente cifrada em 50% do valor por inteiro, e que passa
para 25%), e o pagamento de ajudas de custo por deslocação apenas a partir de
20 kilómetros, e não a partir de 5, como atualmente, entre outras.
Para o líder da
CGTP-IN, "o que está em marcha é um ataque contra os trabalhadores da
administração pública mas, acima de tudo, contra os serviços públicos e os
direitos das próprias populações que poderão ser gravemente afetadas por esta
medida".
Arménio Carlos
anunciou que no sábado a central sindical vai apresentar mais quatro medidas
para reduzir a despesa do Estado, nomeadamente através da rejeição dos
contratos das parcerias público-privadas e do fim dos benefícios fiscais da
banca.
Ao discursar na
Praça 8 de Maio, junto da Câmara de Coimbra, o secretário-geral da CGTP-IN
disse que, ao apresentarem este "pacotão monumental de impostos", os
"responsáveis -- o PM e o Ministro de Estado -" só têm "de pedir
desculpa aos portugueses e abandonar o Governo".
Também presente na
iniciativa, que mobilizou hoje centenas de pessoas na passagem por Coimbra, o
secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira, disse
que esta redução dos contratados deverá afetar entre 10 mil a 15 mil docentes.
"É uma espiral
que não tem fim, o Governo, um dia destes, não tem professores para nas escolas
continuar um trabalho indispensável", considerou, afirmando que "o
que está em causa é o desmantelamento do Estado social".
*Título PG
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